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    Mensagem por Kaze 30.08.12 23:28

    Dizem as más linguas... que o vida morre no proximo capitulo -ssss
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    Mensagem por Staraptor 31.08.12 0:28

    Acabei de ler o primeiro, cap ri demais com o kkshi, é igualzinho a personalidade do kkshi o ''personagem'' hsuahsuahsa
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    Mensagem por cyber1000 31.08.12 7:06

    coal nao mate todos >_> poasokapokspaoksopaks

    nao siga os planos desse maldito kaze do kimono rosa sopakspokapoksoaks

    agora cyber tem um mau pressentimento e volta pro QG e salva o vida kkkkkkkkkkkkkk fuckyeah -qqqqq
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    Mensagem por Staraptor 31.08.12 13:13

    Acabei de ler o cap 3, essa fic não falha em nada mesmo, Parabéns ae Coal.
    Quando eu chegar vou ler o cap 4 hahaha.
    Edit: Acabei de ler o cap 4 muito foda, acho q o vida no 5 deve morrer rs
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    Mensagem por Vidalokaon 01.09.12 19:10

    Porra,todos querem que eu morra x.x' ainda nem revelaram meu espirito KKKK'
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    Mensagem por cyber1000 01.09.12 20:42

    matar nada, como se mata vida? kkkkkkkkkkkkkk vida nao morre pow opsaposkapokskaos
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    Mensagem por Mr.Coal 27.09.12 17:22

    Nos ultimos capítulo de S O U L M A T E S:

    S O U L M A T E S
    ソ ウ ル メ イ ト

    Opening
    Tommy Heavenly6 - Heavy Starry Chain


    Nenhum personagem desta fic faz alusão à qualquer pessoa ou situação na vida real, é apenas um fruto de uma imaginação fértil demais. Qualquer semelhança é mera coincidência.

    Capítulo 5 – Aquele que Espera.


    O caminho para o Leste de Santa Cruz era difícil de ser seguido. Era tortuoso, com uma estrada estreita e acidentada. Além disso, o calor intenso que fazia naquele dia castigava os viajantes que se aventuravam por aquelas terras. Fera já estava acostumado com isso. O clima onde ele vivia no Nordeste de Santa Cruz era bem semelhante, devido à baixa umidade do ar. Mas lá, as noites eram refrescantes.

    - Cara! Aqui faz calor até de noite, é? – disse.

    - Pois é, é complicado às vezes. – disse Sora – Os cavalos do meu Pai sofrem bastante nessa época do ano, e a quantidade de água é muito grande pra mantê-los.

    - Falando nisso, porque ficamos apenas com os cavalos negros de seu pai? – perguntou Fera.

    - Os cavalos negros são minha parte na herança de meu pai. Ele nunca emprestaria seus cavalos se não fosse um pedido do Coal em pessoa, então aproveitou que eu estaria e mandou apenas os meus cavalos, para que eu tivesse mais cuidado. Ele é muito cauteloso, mas tem uma dívida eterna com os Coal, então... – disse Sora.

    - Esse Coal... Ele sempre faz isso. Faz favores a todos e depois todos devem a ele. – disse Kakashi, enquanto desenrolava a atadura de seus punhos.

    - Vocês que são burros, que caem na dele. – Disse Soul, enquanto descansava em um galho de árvore. O sol acabava de se por no horizonte atrás do grupo, e eles se preparavam para montar acampamento. Quando todos montavam suas tendas, Fera apenas estirou sua rede entre duas árvores, pegou seu filhote de crocodilo de estimação e deitou para olhar as estrelas.

    - Arrume uma tenda, Fera. Vai pegar um resfriado, seu maluco! – disse Kakashi.

    - Fica na sua Kakashi. Eu tô bem aqui, fui acostumado a dormir assim. – disse ele. Fera morou muitos anos em uma área isolada no Nordeste de Santa Cruz, longe da civilização moderna e das facilidades que locais como a Capital oferecia. Não que ele negasse tudo isso, mas ele simplesmente foi forçado. Sua família o deserdou logo quando pequeno, e ele foi deixado para morrer nos pântanos de Santa Cruz. Para sua sorte, foi achado pelos Coal, família que o treinou e o educou. Foi tratado como filho, e como irmão pelo próprio Trevor, além de ter estudado com ele na Academia. Os Coal poderiam não ser o exemplo de família em Santa Cruz, mas ele também não era um exemplo de criança que todos sonhavam.

    Depois de se formar, decidiu voltar para os Pântanos, onde hoje vive, criando animais, e protegendo a região. Mas quando foi chamado para trabalhar com Coal, não teve como negar.

    - Porque eu, Coal? – perguntou ao próprio Trevor, quando foi convoca-lo, meses antes d’A Reunião.

    - Acho que fatos do passado vão assombrar Santa Cruz nesses tempos, Fera. E quem melhor para lidar com o passado que você. – disse Coal, na ocasião.

    Fera não sabia se tinha entendido aquilo corretamente. Se fosse algo que ele estivesse imaginando, a coisa realmente não ficaria boa. Haveria sangue, e destruição. E provavelmente sua boa vida não seria restaurada.

    A noite fora curta e logo eles deram continuidade à viagem. No caminho, Sora impressionava com sua habilidade sobre o cavalo. Sabia montar como um profissional, mesmo tendo entrado bem recentemente na Academia de Santa Cruz. Os Clydesdale eram uma família inusitada para os que a conheciam, pois eram os únicos que ainda preferiam os tradicionais cavalos às maquinas que hoje dominavam a região. Já foram muito ricos, e tinham em suas mãos o controle do transporte de toda a Santa Cruz, até a família Línea chegar ao país e transformá-la com a tecnologia. Mesmo com a mudança, Alexo Coal, um jovem rapaz e recém formado Chefe da família Coal na época, continuou financiando e utilizando o Haras dos Clydesdale. Assim, formou-se uma aliança entre esses dois, e tal gratidão é passada por entre as gerações.

    E assim os Coal constroem sua passagem por entre as mais renomadas famílias. Famílias que não deviam favores aos Coal eram raras. Mas mesmo com esse tipo de influência, ainda tinham aqueles que simplesmente gostavam deles. Fera era um desses, e, mesmo tendo uma dívida eterna com eles, sentia simpatia pelos membros dessa família. Ele e os antigos companheiros de Trevor Coal partilhavam este sentimento, mas os novatos da academia eram inusitadamente suspeitos.

    Fera sabia que não podia confiar em todos eles. Todos já haviam passado suas preocupações a Coal a respeito dos integrantes de seu grupo, mas pareceu que ele simplesmente ignorara os avisos. Desconfiado como era, Fera preferia passar longe de todos eles. Exceto aquele japonês maldito que o provocara.

    - Vai demorar muito ainda Soul? – perguntou um Kakashi impaciente ao lado de Fera.

    - Ainda temos um bom pedaço a seguir. Provavelmente teremos que passar mais uma noite acampados e amanhã chegamos em segurança. – respondeu Soul.

    - Estou cansado disso, não aguento mais. – reclamou Kakashi – Aposto que o lugar pra onde o Coal foi é bem fresquinho.

    - O lugar pra onde o Coal foi é o lugar onde querem matá-lo. – respondeu Soul friamente.

    - Que se dane ele! Não tenho culpa se ele é maluco. – cortou Kakashi.

    - Para de graça Kakashi, vamos andar senão vamos ficar aqui o mês inteiro! – disse Fera, encerrando a discussão.

    Andaram o resto do dia e acamparam à noite. As noites tinham sido limpas e estreladas naqueles dias, parecia até que estava tudo em perfeita ordem. Mas estavam errados se pensaram assim, e na manhã seguinte as coisas começaram a desandar.

    A primeira coisa estranha que aconteceu foi o fato de Soul não estar mais com eles.

    - Que belo líder ele é hein!! Deixa a gente pra trás e vai sozinho à frente!! – dizia Kakashi indignado.

    - Só nos resta seguir viagem... Não seguiremos mais a cavalo, a cidade é logo a frente! – disse Sora.

    - Vai deixar os cavalos aqui? – perguntou Fera, desconfiado.

    - Meu pai nos ensinou a montar um estábulo para eles – disse Sora. O menino escolheu uma área descampada próxima, ajoelhou-se no chão, repousando suas mãos no solo. Em alto e bom som proferiu palavras. - Oh mater terra quae nostros reserat vias rectas. Protegat equum meum unum die vos pertinebant! – a terra tremeu, e dela emergiu uma construção simples, bem semelhante a um estábulo. Sora levou os cavalos para dentro e os amarrou às suas baias.

    - Porque você não construiu isso quando fomos dormir? – perguntou Kakashi, que estava impressionado com a magia.

    - Não posso desperdiçar energia assim. Espíritos de suporte como o meu tem que ter boa energia para a batalha, se isso me faltar eu posso morrer em um momento crítico. – disse o menino.

    - Tá, tá, já entendi... Pegue suas coisas, ande, vamos logo para aquela cidade. – finalizou o lutador.

    A baía do Mar Neutro era uma das mais belas enseadas da costa leste de Santa Cruz. Era uma cidade famosa por seu turismo, e por seus templos de adoração a espíritos ancestrais. Fera se lembrava de ter estado aqui com sua antiga família. Sentiu raiva. Lembrar-se da antiga família Rodriguez era desagradável. Desceram a barricada que demarcava a entrada da cidade, mas, diferente do que haviam imaginado, a cidade não estava cheia. Pelo contrário, estava deserta. Alguns animais vagueavam pela cidade, mas nenhum sinal de vida humana. Todas as lojas estavam fechadas e não havia veículos nas ruas.

    - Onde está o Soul? – perguntou Fera, inseguro – Ele não veio na frente?

    - Acho que ele já deve estar procurando a Coroa – disse Sora – onde vocês acham que ela poderia estar?

    - Em um dos templos, é possível – disse Fera, olhando ao redor das casas e pequenos prédios – A lenda da Coroa de Bennu é antiga, deve estar em um templo igualmente antigo – concluiu.

    - Vamos dar uma olhada ao redor. Sora, você cobre os templos do sul da cidade e eu vou para o Norte. Fera, você cobre o litoral. Qualquer coisa basta chamar no comunicador. – disse Kakashi, e seguiu seu rumo.

    O litoral era lindo sob o sol escaldante do lado leste de Santa Cruz. A brisa estava fresca e o mar, calmo. Fera visitou um templo que ficava bem perto de uma foz, e tinha um aspecto bem antigo. Quando entrou, percebeu mais uma coisa estranha que tinha acontecido naquele dia.

    O templo estava completamente destruído por dentro. Altares, recipientes para incensos, tábuas de oferendas, tudo jogado ao chão. A poeira invadia o ar de forma que eram visíveis os raios de luz que entravam por sobre as frestas no telhado. Fera chegou mais perto. Havia uma tablatura que estava intacta em um dos cantos do templo. Apurando a visão através da nuvem de poeira, pôde ler as palavras no dialeto espiritual.

    - Hic nidis, ubi fenix incumbit... – disse em voz alta, esperando algo acontecer. Nem o ar se moveu. – “Eis o ninho, onde a fênix repousa”... Seria aqui o local onde a Coroa está? – concluiu. Tentou remover algum entulho que atrapalhava a passagem e foi olhar mais de perto.

    Havia uma pira com inscrições desconhecidas, mas ali estava vazio. Fera analisou um pouco mais o monumento. Usou o tato. Achou que pudesse ter achado mais pistas sobre o paradeiro da Coroa.

    - Sora, Kakashi, acho que encontrei alguma coisa por aqui – informou via rádio. Não houve respostas, apenas um estranho chiado. “Merda de equipamento”, pensou. Fera ia examinando mais a fundo o local, quando sua atenção foi desviada por uma estranha modificação no clima. O Local estava mais quente.

    Seguiram-se explosões longe dali. Pensando no pior, Fera saiu cambaleando do templo em ruínas e correu pela areia em socorro aos amigos. A meio caminho da parte urbanizada da costa, uma tempestade de areia o fez recuar e cair de costas no chão fofo da praia do Mar Neutro. Os sedimentos castigava-lhe o rosto, e sua visão estava agora limitada. Mas não estava disposto a ser parado por uma artimanha de um usuário de técnicas do tipo terra, afinal, essa também era sua especialidade.

    Com um salto bem colocado, pôde observar a tempestade de longe e o que a estava causando. Três figuras na ponta da areia lançavam o ataque de forma conjunta. Fera proferiu palavras e, com a ajuda da água do mar, aumentou a umidade do ar, estabilizando a tempestade.

    - Ora, parece que temos um conhecedor de técnicas do tipo Terra. – disse uma voz feminina. Ao longe, as sombras tomaram nitidez e Fera pôde ver quem o perseguia.

    Uma mulher, já em sua idade avançada, vestindo um longo robe, inapropriado para o calor que fazia naquele lugar liderava o pequeno grupo. Estava ladeada por dois homens, um deles baixo, com cabelos castanhos e roupas igualmente inapropriadas para a temperatura local. O outro, um rapaz de pele escura, careca, e com roupas mais leves e mais simples a seguia no lado esquerdo. Fera recuou um pouco, com seus pés tocando as ondas do Mar.

    - Foram vocês que atacaram meus companheiros? – perguntou ele.

    - Jamais! Estamos aqui, não estamos? – disse a mulher, com sarcasmo – mas temo que nossos companheiros estejam de divertindo na cidade. Mas e você... PORQUE ESTÃO NESTA CIDADE?? – disse a mulher com ferocidade.

    - Viemos visitar templos. – mentiu Fera. Os Coal haviam instruído a não dar nenhuma informação a estranhos.

    - Apenas visitar? Que gracinha... Não sabia que a cidade estava reservada à família Rodriguez neste dia? – disse a mulher, com uma falsa voz doce.

    Fera congelou. Com a simples menção da família Rodriguez seu coração acelerou. Não poderia acreditar, não ali, não naquele momento. Poderia existir tamanha coincidência? Não. Não para ele, e não para Trevor Coal.

    - O que foi rapaz? Não tem educação?? Responda à minha mãe! – disse o rapaz engomado à direita dela. “Mãe?”, pensou Fera, “Se ela é mãe dele, então quer dizer que ele é...?”

    Fera riu. Riu não, gargalhou. A situação era tão impensável que chegava a ser engraçada. Os inimigos se entreolharam, sem entender a cena, e o filhote de crocodilo em seu ombro sibilava baixinho. Só depois de alguns segundos, Fera conseguiu recompor-se e falar.

    - Desculpe, mas, se é assim, creio que eu também tenha permissão para estar aqui hoje. Não acha, Mamãe?

    Foi a vez de a mulher congelar. Segundos depois, sua cara expressou um forte desdém e mediu Fera dos pés a cabeça.

    - Não tenho filhos sujos iguais a você garoto!! – disse, em tom de desafio.

    - Não tem é? Bem, faz sentido, já que VOCÊ ME JOGOU FORA COMO SE FOSSE LIXO! – Fera estava nervoso.

    - M-mãe, do que ele está falando? – Perguntou o garoto

    - Quieto Juan, não dê ouvidos a essa ralé. – disse a mulher – Você deve ser muito corajoso para aparecer depois de todos esses anos, não é garoto... suma daqui agora mesmo!

    - Estou visitando a cidade, querida Aretta. Como você mesmo disse, está aberta para os Rodriguez.

    - Você não é mais um Rodriguez!! – disse ela com fúria – Você nunca pertenceu à nossa família!!

    - Claro que não!! Com a graça dos Deuses, eu encontrei uma família digna para me dar comida, depois que eu fui atirado para longe daquele ninho de cobras.

    - Mãe, o que ele está dizendo?? Ele é um Rodriguez?? – perguntou Juan.

    - Não me reconhece, irmãozinho? – disse Fera para o irmão – Eu o exilado da tradicional e renomada família Rodriguez, apenas por ser um usuário de elemento duplo! – e orou - Terra Aqua et aqua ad terram quam ego voca me cum bestiis reptando!

    Crocodilos brotavam da areia. Vários deles. Pares de mandíbulas com diversas fileiras de dentes estalavam em direção aos inimigos de Fera. Os répteis eram espíritos da Terra ligados a fortes emoções, geralmente negativas, e eram raros justamente por este fator. Mas os de Fera eram abundantes, característica de usuários de elemento Água. Pessoas com poderes mestiços eram mal vistos em Santa Cruz, pois sua descendência era uma incógnita. Mas este conceito estava se abrandando conforme os anos iam passando, a ponto de que, atualmente, o Conselho Acadêmico de Santa Cruz tem um membro mestiço. A família Rodriguez, sendo nobre e tradicional, cultivavam antigos conceitos.

    - ESCÓRIA!! – a mulher estava visivelmente desequilibrada – Como ousa mostrar sua abominação na frente de meu filho!! Guarde esses monstros de volta em seu plano espiritual, já!!

    - Você não manda em mim, mulher... você não é minha mãe... – disse Fera.

    - Então os mandarei à força! Kohllum, derrote-o!! – ordenou ao rapaz de pele escura. Kohllum era um serviçal da família Rodriguez e sempre acompanhava a senhora Aretta para onde fosse, obedecendo sempre as suas ordens – Melhor! Nunca precisei mesmo desse lixo... pode matá-lo!

    O serviçal sorriu e Fera não gostou. Atiçou os crocodilos contra ele, mas o rapaz, atlético, saltou por sobre a barragem de répteis e caiu ao lado de Fera. Só deu tempo de Fera puxar sua cimitarra da cintura e defender o ataque de uma longa Adaga. O impacto separou os dois quase imediatamente, mas Kohllum logo seguiu para um novo ataque. Fera já preparava um ataque com seus espíritos até que uma voz cortou o ar.

    - Parem os dois! – a voz de Juan os deixou tão surpresos que ambos pararam de lutar. Kohllum assumiu uma estranha posição formal perante Juan, que agora se aproximava deles, passando pelo local onde estavam os crocodilos, que já haviam se dissolvido. – Você rapaz, é Elton Rodriguez mesmo??

    Fera ainda estava na defensiva. O jovem Juan agora assumira um ar mais autoritário. Sua mãe agora olhava aterrorizada para o filho mais novo, e Fera pôde sentir o medo em seus olhos.

    - Juan, o que você vai fazer!! O QUE VOCÊ VAI FAZER?? – gritava ela.

    - Mãe, por favor... Responda rapaz, você é realmente Elton Rodriguez, o mestiço? – perguntou novamente Juan.

    O soar daquele “mestiço” amargou os pensamentos de Fera. Ele odiava ser julgado como tal, e esses senhores estavam fazendo isso demais.

    - Sou Elton Rodriguez, e sou mestiço mas não pertenço mais à sua família. Fui criado pela Família Coal e tenho orgulho disso, são pessoas muito leais.

    - Um bando de trambiqueiros, isso que são!! – vociferou a mulher – Juan, mate ele!! Ele não merece carregar o nosso nome por aí...

    - MÃE!! Fique quieta!! Eu sou o chefe da família Rodriguez agora e eu decido se ele deve morrer ou não. – respondeu Juan acidamente.

    - Você é o chefe da família? – Fera sentiu uma palpitação em seu peito por um momento – O que houve com o papai... quero dizer, com o antigo chefe, Carlo Rodriguez?

    - O papai morreu tem alguns anos. Você provavelmente não sabia, não é? – disse Juan, desapontado. Fera ficou estático por alguns segundos, pensando. – Tenho negócios com você, soube que iria te encontrar aqui.

    - Negócios? Comigo? – Fera saiu de seu transe – Não tenho nada para tratar com você... Estou aqui a pedido de Trevor Coal, e não tenho tempo para outros negócios.

    - É exatamente sobre Trevor Coal que venho falar. Ele entrou em contato comigo logo depois da morte do papai e me contou que eu tinha um irmão. E agora disse que eu podia encontra-lo aqui e cá está você. Esperei anos, seguindo as instruções de Coal, para que pudesse ir à sua procura – O irmão de Fera não falava com ternura, mas, de certa forma, expressava uma certa felicidade em falar com ele.

    - Ei ei, espera aí... Você mantinha contato com os Coal? – Fera estava achando difícil de acreditar, e as peças estavam se juntando na cabeça dele – Sempre pensei que a Família Rodriguez sempre odiasse os Coal.

    - Isso nunca aconteceu. A mamãe odeia os Coal – disse Juan, apontando para sua mãe, que agora estava estática e ainda caída no chão arenoso da praia. – O papai te abandonou porque era a vontade dela, ele mesmo nunca quis. Foi ele quem pediu para a família Coal te acolher.

    Por essa Fera não esperava. Com essa verdade em mãos, ele passou a considerar a pessoa que o pai era, e passou a odiar a mãe ainda mais. Mas tudo ainda estava muito vago e incrível para ele simplesmente aceitar.

    - Se você realmente está aqui a mando do Coal, prove-me – disse. Juan então puxou uma carta e lhe mostrou uma inconfundível caligrafia assinando Mr.Coal.

    - Não tem porque desconfiar de nós. Somos uma família tradicional, sabemos honrar nossos compromissos. Coal nos pediu para interditar essa cidade há alguns dias, e protege-la de possíveis inimigos. Eu não queria trazê-la, mas ela insistiu – disse Juan, apontando para a mãe.

    - O que aconteceu com os outros, os meus companheiros? Eles estão bem?? – Fera perguntou.

    - Eles foram neutralizados, estavam tentando se defender e poderiam machucar meus soldados. Não se preocupe, eles estão a salvo, eu levarei você a eles – e apontou com o braço para Fera acompanha-lo.

    - Então é assim que tudo acaba? Os deuses resolvem me castigar – Aretta estava finalmente de pé, mas continuava transtornada – Quando pensei que tivesse o filho perfeito, você desgraça minha vida, Kenito??

    - Kenito? – Fera perguntou.

    - Sim, meu nome é Juan Kenito Rodriguez... um nome estranho, mas meus amigos gostam, me chamam de Ken. – disse ele – Kohllu, leve-a para casa e faça-a descansar. Eu tenho negócios e ela pode atrapalhar tudo.

    O rapaz pegou a senhora Rodriguez no colo e a levou pela rua deserta. A mãe se debateu um pouco, mas se aquietou quando Kohllu a levantou. Olhando amargurada para os filhos, perguntou em um tom desanimado:

    - Porque Kenito?? Porque??

    - Desculpe mãe... mas eu também tenho minhas dívidas com os Coal – respondeu.




    continua...




    Ending
    ZZ - Pride Yourself

    NEXT: "E eis que chega aquele que acredita."



    Mais um cap ae pra vcs, pra quem não curte ler na revista (sim, tem alguns preguiçosos [+14] S O U L M A T E S - Página 2 534588) mÊs que vem tem Opening e Ending nova, no capitulo 6, em comemoração ao aniversário do autor *0* Boa leitura a todos [+14] S O U L M A T E S - Página 2 534588

    ah, e consertei os players, aqui não estavam funcionando =/
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    Mensagem por cyber1000 27.09.12 17:41

    ja li na nossa shiny magazine em segunda mao -q

    muito fodastico esse cap =D
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    Mensagem por Feraligatr 28.09.12 8:30

    "Nenhum personagem desta fic faz alusão à qualquer pessoa ou situação na vida real, é apenas um fruto de uma imaginação fértil demais. Qualquer semelhança é mera coincidência."

    O-SEU-CÚ-NEGRO!
    EUAHEAUHHEAUAEHAEUAEHAEUAEH

    mt foda *-*
    pensei que o Fera fosse morrer ç.ç
    se isso acontecesse eu hackearia sua conta, Negróide u.u -qq
    enfim, o próximo é só mês que vem mesmo ç.ç
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    Mensagem por Waterking 28.09.12 20:12

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk infartei com a mae do fera [+14] S O U L M A T E S - Página 2 534588 ja li na revista mas quis cmentar aqui tambem, gj coal...
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    Mensagem por Kaze 28.09.12 20:43

    Aquele que....Reune > Descobre > Desperta > Guarda > Espera

    Sinto que o desfecho da historia tem algo haver com os títulos -qqq
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    Mensagem por Mr.Coal 31.10.12 23:10

    Nos ultimos capítulos de S O U L M A T E S:

    S O U L M A T E S
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    Opening
    Yui - Rain


    Nenhum personagem desta fic faz alusão à qualquer pessoa ou situação na vida real, é apenas um fruto de uma imaginação fértil demais. Qualquer semelhança é mera coincidência.

    Capítulo 6 – Aquele que Acredita.



    Quando o grupo designado para ir ao Norte pegou a estrada, não imaginariam que fossem encontrar algum problema no caminho. De fato, alguns membros estavam até chateados por estar indo para um lugar como a cidade de Nova Luz.

    - Ah, ninguém merece! O Coal mandou a gente pra cá de propósito! – reclamava Waterking – aposto que foi por causa da minha batalha...

    - O que sua batalha tem a ver com isso? O Coal não deve estar bem da cabeça. – disse Iunick. – Ele faz as coisas e nunca explica as razões dele.

    - É porque ele sabe o que faz – disse Cyber. – E não pensem que só porque estamos nos dirigindo para Northerns que vocês estão em segurança! Os guerreiros de lá são muito fortes e tem muitas habilidades. E vamos andando, senão vamos virar picolés aqui no caminho. – disse, enquanto se dirigiam à cidade.

    Cyber liderou o caminho até a cidade de Nova Luz, fronteira com Northerns, país ao norte de Santa Cruz. Northerns era um país basicamente frio. Tempestades de neve, frentes frias, e outros fenômenos climáticos acometiam o país a todo momento, tornando difícil a vida naquele lugar. Mas havia algumas cidadelas e uma população que, mesmo contra todos os cataclismos, ainda insistiam em continuar vivendo ali. Cyber era um desses, e era agora considerado um dos líderes de sua cidade, por sua força e bravura.

    Alexo Coal fora um dos primeiros sulistas a visitar a cidade onde Cyber vivia. Nessa época, Cyber ainda era garoto, e estava treinando junto aos irmãos, mas ele pôde ver quando acordos foram firmados e os recursos começaram a chegar. Isso selou a paz entre os dois países temporariamente. Northerns sempre foi um país tribal, muito tradicional em vista das outras nações. Quando Santa Cruz se entregou à intensa revolução tecnológica proporcionada pelos Línea, os northernos se recusaram a reconhecer o avanço, e assim fecharam suas fronteiras. Foram os Coal que trouxeram, mesmo que ilegalmente, a sobrevivência às cidades novamente. Depois de discussões com o conselho dos países, um acordo foi firmado, trazendo diversos benefícios para Northerns e, além disso, crianças northenas começaram a ter a oportunidade de estudar na Academia de Habilidades de Santa Cruz. Foi assim que Cyber pôde ter sua instrução, e assim que ele conheceu Trevor Coal.

    Mesmo estudando em turmas diferentes, Cyber e Coal puderam ser amigos. Coal sempre se interessara pelos northernos, e confiava em sua força e habilidade. Assim também era Cyber, que confiou sempre nos Coal. E ele sabia que quando Coal tinha um plano, o plano dava certo.

    Dessa vez não dependia apenas das circunstâncias, mas também do desempenho dos agentes cumprindo a tarefa. A noite já caíra e Cyber já estava lutando fazia quarenta minutos. O problema todo aconteceu assim que eles chegaram à cidade. Nova Luz estava em chamas.

    As pessoas correndo, gritando, com seus poucos pertences nos braços, seguiam em direção às florestas de pinheiro nos arredores da cidade. Como uma cidade pode arder em chamas neste frio? Todos se perguntavam. Olhando melhor para a paisagem, o povo via que o fogo se concentrava a leste do riacho que cortava a cidade. Ali, era onde a população de classe mais alta morava então os prédios eram altos, dando a sensação de que havia labaredas por toda a cidade.

    Mesmo com toda a confusão, eles entraram na cidade. Aquele incêndio era coincidência demais para ser casual. Eles deviam se aproximar.

    - Vamos entrar na cidade. Loke, você fica e cuida dos cavalos – disse Cyber. – Waterking, Iunick, vamos cuidar desse incêndio.

    Loke conjurou um enorme estábulo vindo da terra, para os cavalos poderem se abrigar. Ali também ficaram os desabrigados que iam saindo da cidade, feridos e queimados. Os outros prepararam suas coisas, levando apenas o básico para a batalha.

    - Eles vão ficar bem, Cyber?? – perguntou Waterking, ao ver os enormes lobos ladeando o rapaz. – quero dizer, eles não são animais acostumados com o frio?

    - São igualmente acostumados ao perigo. Eles atravessaram crateras vulcânicas uma vez comigo e ficaram tão bem quanto sempre. – disse Cyber. Ele olhou ao redor e viu seus quatro lobos que o acompanhavam desde menino. Aegir, o mais velho do bando, encontrou Cyber pela primeira vez perto da costa de Northerns, quando ele estava perdido. Aegir também era jovem, e, para ele, Cyber não passava de um pedaço grande de carne. Já Cyber, mesmo sendo um garoto de dez anos, já tinha muita habilidade de luta, mas contra um lobo como aquele ele não poderia sair ileso.

    Passaram sete dias lutando na floresta, até que Cyber o obliterou. De fato, ele mal pôde se mover após aquela luta, e foi Aegir, derrotado, mas ainda vivo, que o levou até a cidade. Os guerreiros de Northerns, em sua maioria, possuem um animal estimado, um ser que se identifique com seu espírito. O fato de Cyber ter conseguido encontrar o seu ainda quando garoto foi um fato inusitado em sua cidade. Os mestres espirituais de lá diziam ser o prelúdio de um Herói para o país. Para Cyber, era a companhia que ele precisava para seu treinamento e seu crescimento. Assim foi não só com Aegir, mas com seus outros lobos e a alcateia que foi deixada na cidadela. Além de companhia, seus lobos conquistados ofereciam proteção. Como ele mesmo dizia, suas cicatrizes pertencem a seus lobos. Seus inimigos nunca conseguiram tocá-lo.

    E mais uma vez eles estavam ao seu lado, prontos para lutar, caçar e matar por ele. Mas, de certa forma, Waterking não pareceu convencido.

    - Já que insiste... Vamos lá então. – e desceram a colina para as chamas que envolviam a cidade. Adentraram a estrada principal de Nova Luz, e o calor os abraçou completamente. A fumaça intensa tornava o local difícil de respirar, e o avanço ficou lento com os obstáculos criados. Waterking cansou rápido de toda a situação e preparou-se para chamar a água – Afastem-se um pouco e protejam-se – pediu.

    Assim que foram invocadas, as quatro colunas de água se ergueram nos cantos da cidade. Surpreendentemente, o fogo foi sendo pouco a pouco sufocado, e um nível de água alcançou os pés de Cyber.

    - Iunick, vou nos proteger – disse – Glacies, spiritus ferox, ades malo deféndat, et virtutem!! – a água que agora pairava perto deles os circundou, formando uma cúpula de gelo transparente ao redor deles. Dali eles puderam ver a cidade inundar e o fogo se esvair. Ao fim do encantamento de Waterking, todos os focos tinham se apagado, exceto uma luz que brilhava no centro de uma praça à frente.

    Cyber apertou os olhos. Aparentemente, era um objeto que flutuava. Procurou o seu lobo Hod, um lobo cego que possuía a audição e o olfato completamente precisos. Hod não demonstrou sinal de alerta para o brilho. Pelo contrário, estava retraído, assim como os outros lobos. Essa era uma ocasião rara: encontrar alguma coisa que até mesmo os lobos temiam. “Que diabos é isto que o Coal está nos metendo?” pensou.

    Quando realizaram que todos eles estavam admirando a luz, um estrondo cortou o silêncio na cidade em ruínas. O local onde o objeto brilhava explodiu, espalhando escombros para todo lado. O objeto não se moveu, e continuou brilhando com a mesma intensidade, mas agora lançava labaredas descontroladas ao redor, como se estivesse se defendendo.

    - Então foi essa coisa que ateou fogo na cidade? – disse Waterking. Agindo rápido, jogou um jato de água direto no local e apagou os focos de incêndio.

    - Tsc, isso tá mais difícil que eu pensei, Tiery. – uma voz falou na rua transversal ao local onde o brilho estava. Chegando ao fim da avenida principal, até o local onde tudo estava acontecendo, Cyber pôde ver o que causara o barulho e a explosão antes. Um sapo gigantesco se movia pela rua transversal, com um rapaz sentado em suas costas. Ele olhava intrigado para o objeto luminoso, ignorando os expectadores recém-chegados.

    - Temos que ter paciência, Victor. – disse o outro rapaz, Tiery, que estava em cima de um dos telhados. – Você sabia que esse não era um trabalho fácil.

    - Tiery? Victor? Que estais a fazer aqui? – perguntou Cyber, já nervoso. Na época que Cyber estava para se formar, um grupo de alunos entrou na Academia, e causaram muitos prejuízos. A gangue era liderada por Victor, Tiery e também...

    Uma pilha de escombros explodiu próximo ao objeto luminoso. De lá levantou um gigante, ou pelo menos foi o que pareceu a Cyber. Quando ele ajeitou seu corpo e limpou os escombros do rosto, cyber pôde reconhecê-lo.

    - Destriker!! Até você está aqui?? O que houve, reuniram a gangue novamente? – disse Cyber. Finalmente o rapaz em cima do sapo deu uma segunda olhada no grupo que estava ali.

    - Ora, se não é aquele cara do norte que fez o discurso lá na Academia! Lembra-se dele, Tiery? Foi há tanto tempo isso... – disse ele.

    - Sim, foi há muito tempo... Tempo demais! – bradou Cyber – digam logo, porque se reuniram novamente, seus malditos!

    - A nossa Dark Family nunca morreu, northerno. – disse Tiery – Trabalhamos para a Academia agora... E sinto dizer, mas temos que cumprir nossa missão, ok?

    - Essa é a missão de vocês? Destruir uma cidade inteira?? – Iunick, que estava calado até agora, resolveu se manifestar – Mesmo que trabalhem para o governo deste país, Northern não ficará calada se virem a destruição que causaram em Nova Luz... Essa cidade também pertence ao povo do norte!

    - Vão nos punir por estragar esse lixo?? – debochou Tiery – olhe ao redor, tampinha... Essa cidade tá acabada. Nós só demos uma mãozinha pra acelerar o processo.

    - NÃO OUSE INSULTAR O MEU POVO!! – Iunick partiu para cima de Tiery, literalmente. Sacou uma espada longa, em forma de agulha, que costumava carregar consigo, e se lançou com ela pelo ar até chegar ao rapaz. Com velocidade impressionante, Tiery conseguiu desviar.

    - Humph, vai precisar de mais que isso pra me acertar! – disse, e começou então as batalhas.

    - Waterking, me ajude a proteger essa coisa – disse Cyber, apontando para o objeto que ainda brilhava no centro do local.

    - Que coisa é essa Cyber? – disse Waterking, falando baixo – Isso poderia ser...?

    - Sim, eu acho que sim... E parece que demos azar na escolha dos locais de missão.

    - Destriker, segure esses dois aqui, enquanto eu tento remover o artefato – disse Victor, direcionando seu sapo para o lugar onde a coisa ainda brilhava. Cyber indicou o caminho para Waterking, mas quando tentava alcançar Victor, o gigante se colocou em seu caminho.

    - Não pare Waterking, eu cuidarei deste monstrengo. – disse Cyber. Deu um olhar de relance para Destriker. Waterking o derrubou fazendo-o escorregar na água e prosseguiu. Aproveitando a oportunidade, Cyber ajeitou sua arma de punho, semelhante a uma garra. Nunca imaginaria que aquele garoto que viu na Academia anos atrás se tornaria esse monstro que estava a sua frente agora. Cerrou a garra em punho, cada lâmina cravejada com os nomes de seus quatro lobos. “O povo do norte não precisa de espíritos quando se tem um fiel animal que o acompanha. Seus preciosos companheiros se tornam seu espírito, e seu espírito se torna o de seu companheiro.” Esse era o antigo ensinamento que Cyber ouviu quando Aegir se tornou seu amigo, e teria que confiar neles para ajuda-los nessa luta.

    Olhou para seus lobos. Todos já estavam ao seu lado, como era comum. Cyber ergueu a garra e proferiu o antigo encantamento nortenho.

    - Patriam potestatem dedit invoco, me secum adducere. – Cyber pôde sentir o poder gelado correr por seu corpo e em seus lobos. Cheios de energia, os animais uivaram para o luar com ferocidade e arreganharam seus dentes para o oponente. Seus olhos fixados mostravam uma sede de sangue imensurável.

    Destriker já estava de pé novamente, e com o punho a meio caminho quando Cyber se ateve a revidar. Os lobos pegaram cada um em um membro do rapaz, para que o northerno pudesse atacá-lo diretamente no peito. Seu ataque o fez recuar, mas sua garra não penetrou a pele surpreendentemente dura de Destriker. Sem defesa agora, foi jogado violentamente ao chão, seus lobos ainda atacando ferozmente o oponente.
    Um vulto passou sobre Cyber, e ele virou pra ver o que havia acontecido. Waterking era lançado longe pela via, mas se recuperava velozmente como um míssil aquático. Quando passou, gritou um “Está tudo sob controle!” à distância, e Cyber pôde se preocupar com sua luta. Assim como aprendera a gostar dos sulistas enquanto estava na Academia, aprendeu a também a gostar de seus companheiros de viagem até a cidade de Nova Luz. Como mais velho e, logo, mais experiente, era deve dele gritou a todos.

    Voltou à sua peleja contra Destriker. Como se não bastasse ser apenas forte, o grande rapaz ainda invocou um espírito, em forma de javali, que, por ser um espírito de ataque, conseguia manter os lobos ocupados. A luta foi brava e permaneceram assim por longos quarenta minutos. Waterking, a certo modo, conseguiu neutralizar os ataques sonoros que Victor fazia em parceria com seu sapo, e Iunick, que ainda lutava contra Tiery, estava fora de vista.

    Já cansado, Cyber não conseguiu evitar um golpe poderoso de Destriker contra seu corpo e ele e seus lobos foram lançados ao longe. Sem a distração de Cyber, o gigante virou-se para a luta de Victor e Waterking e resolveu interferir. Os dois estavam em uma redoma aquática, onde os tubarões de Waterking não estavam sendo completamente páreo para o grande sapo eremita que pertencia a Victor. Ao que parecia, o sapo era real, e, assim como cyber, havia uma conexão espiritual entre os dois. Como se não bastasse a Waterking ter que lidar com isso, agora Destriker também entrava na luta. Com um balanço de seu enorme punho, lançou a bolha gigantesca feita por Waterking para o ar, e ela voou alguns metros. Quando percebeu onde haviam caído, Waterking se surpreendeu.

    O domo de água caíra bem em cima do artefato luminoso que estava na cidade. A água agora se iluminava com o poder que era emanado, e a foi esquentando pouco a pouco. Depois de alguns segundos, o brilho se esvaiu.

    Surpreso com o ocorrido, Waterking desfez a redoma aquática que envolvia sua batalha e a água escorreu pelas ruas. Observando o objeto atentamente agora, viu que era um aro, com alguns dentes de metal obtusos, como uma peça de encaixe. Tinha inscrições das quais ele não conseguia ler. Provavelmente, aquilo era o que eles procuravam.

    - Cyber!! – Gritou Waterking – É ele mesmo!! Achamos a...

    Sua voz parou a meio caminho. Ainda um pouco desnorteado, Cyber levantou e foi observar o que estava acontecendo. A água que foi usada por Waterking estava sendo sugada pelo objeto, e ele estava caído no chão, fraco. Os outros não tiveram coragem de se aproximar.

    - O que está havendo, Waterking!! – perguntou Cyber, aproximando-se rapidamente em socorro. – O que há com você?

    - A... a coroa... está... drenando minhas forças – disse, com dificuldade. Cyber o levantou e o carregou para longe do poder da coroa, para que ele pudesse se recuperar.

    Cyber não conseguia compreender o que se passava. Porque a coroa estava drenando o poder aquático, se agora pouco estava exalando poder de fogo? Muitas magias antigas eram complexas e tinham diversas aplicações. Conhecer todos os mistérios era impossível, até mesmo para um graduado da Academia.

    - Ele mudou seu elemento – Waterking se levantava agora, arfando pesadamente – A coroa antes era fogo, agora é água, e fomos nós que causamos isso. Talvez... – olhou para Cyber, amedrontado. – Talvez agora eu possa removê-la dali.

    - Você Pode? – Cyber perguntou surpreso.

    - Agora que ela faz parte do meu elemento, talvez eu possa controlá-la. – disse, um pouco animado.

    Um estrondo ressoou de cima de um dos prédios, e algo caiu pesadamente no chão. Iunick se mostrou no alto do prédio paralelo, com a espada em punho e diversos cortes e escoriações pelo corpo. Tiery se levantou da queda praguejando e se dirigiu aos dois companheiros.

    - O que vocês estão fazendo? A Coroa parou de lançar fogo feito doida, já podemos pegá-la!!

    - Não é simples assim... Acho que precisamos de alguém que possa controlá-la, Nosso esquadrão é de usuários de tipo Terra, você lembra? – berrava Victor, nervoso.

    - O que está havendo? – perguntou Iunick que aterrissava ao lado de Cyber e Waterking.

    - Vamos levar a coroa embora – decidiu Cyber. – Waterking já pode movê-la, nossa missão poderá ser cumprida!

    - Eu não tenho exata certeza se posso movê-la ainda. – corrigiu Waterking, apreensivo – mas eu posso tentar. Mas Cyber... como vamos sair daqui? Aquele Tiery é bem rápido.

    - O Iunick vai te levar, pelo ar... – e virando-se para Iunick – você consegue, certo?

    - Você sabe, que sim...

    À primeira troca de olhares que confirmava a ação, todos se moveram. Iunick e Waterking chegaram rapidamente à coroa, que já drenara toda a água do local. O ar estava seco ao seu redor, eles puderam sentir. Cyber só esperava que tudo corresse bem.

    - Potentia a mari – vociferou Waterking quando alcançou a coroa - involvent illud aqua!! – uma redoma de água, semelhante à que ele usara em batalha surgiu, envolvendo a coroa. Waterking tentou movê-la, e, com muito custo, a levantou.

    - MALDITOS!! – gritou Tiery. Quando teve a intenção de correr para pará-los, os olhos amarelos de Aegir cruzaram os dele.

    - Se eu fosse você, eu não ousaria me mover, rapaz... – disse Cyber. Ele jogou sua capa para o lado e apertou as garras que segurava nas mãos.

    - Oh... Então você pretende deter nós três? E sozinho? – disse Victor, com o seu sapo ameaçador coaxando perigosamente – Vai ser interessante ver você tentar...

    - Ele não vai precisar – disse uma voz. Loke chegava montado em um majestoso cavalo espiritual. O pelo do animal era branco, assim como os cavalos que os trouxeram até Nova Luz, mas este emanava um brilho que era característico dos espíritos. Na mão de Loke, estava equipada uma lança longa e em seu peito podia-se ver uma armadura com o brasão dos Clydesdale incrustado. – Cyber, fique à vontade, eu cuido do rapaz com o sapão – e partiu para cima ele levantando sua lança.

    Waterking e Iunick ganhavam altura agora, e começavam a se mover para o sul. Confiante com a chegada de Loke, Cyber acenou para os dois que estavam partindo.

    - Nos encontraremos naquele lugar! Esperem-me lá! – disse.

    - Não ouse subestimar nosso poder! – Tiery ainda estava acuado por Aegir, mas agora estava vermelho de ódio. – Vou matar você aqui, e vou caçá-los até os confins do inferno! Dominus lucis famae et adducite mihi!! – Um espírito surgiu e pousou nos ombros de Tiery. Tomando a forma de um galo, o animal entoou um som estridente. Tiery sacou um pequeno punhal e então, veio para o ataque.

    Cyber o bloqueou facilmente. Em termos de velocidade ele poderia estar vencendo, mas em termos de ataque, o northerno o neutralizava completamente. Mesmo assim, era Aegir quem travava a maior parte da batalha contra Tiery, defendendo seu líder com unhas e dentes. Mas no meio da confusão, Cyber sentiu que algo estava vindo.

    Destriker entrava na luta novamente e errou Cyber por milímetros. Dois oponentes não era algo fácil de lidar, ainda mais com tal poder que eles tinham. Ele não tinha outra escolha senão lutar seriamente.

    - Segurem-nos para mim. Eu vou fazer aquilo – disse aos seus lobos. Cyber pôde sentir os lobos ficarem nervosos e excitados. Em breve, eles estariam na presença do líder.

    Cyber parou. Procurou sentir a noite à sua volta. A lua refletia o brilho da noite, e isso, de certa forma, dava confiança a ele. Sempre gostara das noites enluaradas e quando saiu da Academia soube o porquê.

    Os anciãos de Northerns diziam sempre que, para obter força total, você deve sacrificar sua própria natureza. Ser mais que um ser humano, você deve se entregar ao plano natural que o cerca. E fora isso que cyber fizera aquela noite e é isso que estava para fazer agora. Juntou as mãos em cunha e realizou o encantamento.

    - Clamavero ad meos. Accipiam me fortitudo.

    O poder o engolfou e ele saiu de si. Antes de perder a consciência, sentiu seu corpo crescer, sentiu seus ossos deslocarem para diferentes posições, ouviu seus lobos uivarem para a noite, ouviu seus inimigos arfarem de medo. Era doloroso passar por aquilo, mas era necessário. E depois de experimentar a dor tantas vezes, já estava acostumado.

    Quando abriu os olhos novamente, era tudo claro como o dia. Farejou o ar em volta e reconheceu todos que estavam ali, e achou todos que estavam na colina, onde Loke os havia deixado. Rosnou audivelmente para seus lobos e eles recuaram em formação, como sempre era ordenado.

    - Mas que diabo de animal é esse? De onde ele surgiu? – uma das presas disse. Cyber reconheceu o espírito de Loke, que galopava mais ao longe, contra um outro espírito que habitava um animal. “Aquelas não poderão ser atacadas”, pensou. Então seu divertimento seriam aqueles dois que sobraram.

    Loke e Victor pararam a luta para ver o que acontecia. Loke procurou Cyber, mas no lugar encontrou somente um lobo. Não apenas um lobo, mas uma fera enorme, com quase o triplo do tamanho dos lobos normais. Sua pelagem era branca e, surpreendentemente azulada, dando a impressão de que estava congelado. Suas presas fizeram Loke querer correr para bem longe daquele local. Mas seu oponente ainda não estava caído, e ele continuou a lutar.

    Cyber iniciou seu movimento e se lançou para cima de suas presas. Os cinco guerreiros da alcateia estavam agora reunidos, e seus movimentos eram perfeitamente sincronizados. Decidiu que o primeiro a cair seria o menor deles. Pulou sobre ele em meio a gritos e desespero, enterrando as garras no peito da vítima, deixando o sangue quente escorrer. Procurou-lhe o pescoço e perfurou-o com suas presas, mas dessa vez o sangue não escorreu. Suas presas eram encantadas com seu poder das águas, e congelavam o sangue a cada mordida. Era melhor assim. Não haveria mortes esta noite.

    O outro seria mais difícil de lidar. Seu tamanho, peso e força dificultaram a investida de Cyber, mas no final, tudo se resumiu ao seu instinto. Já que não pôde perfurar-lhe a pele, enterrou suas garras em seus olhos. O gigante ainda viveria, mas nada veria a partir daquele momento. Os outros membros da alcateia reclamaram suas partes, retirando dedos, cartilagens e pedaços de pele que conseguiram arrancar do gigante.

    Cyber rosnou um “Já chega!” para seus lobos e todos recuaram. Os dois oponentes jaziam no chão, feridos, inconscientes e, acima de tudo, derrotados. Poucas coisas eram páreo para aquela forma animalesca que seu espírito lupino o proporcionava. Até o próprio Coal o temia, Cyber soubera. Mas, diferente de muitos, foi por tal causa que muitos de seus amigos estão com ele hoje. Porque ele pode ser forte.

    Com muito custo, Cyber voltou à sua forma humana. Quase sem energia, ficou de pé e pôde ver com olhos humanos o que havia feito. Seu banquete a sangue frio o deixou com o estômago embrulhado. Ao longe, Loke cavalgava em sua direção.

    - Desculpe, deixei o outro fugir. Seu sapo o engoliu e ambos desapareceram em um lago aqui próximo. Foi minha culpa, eu não deveria ter dado tanto espaço...

    - Não tem problema, já chega de lutar. – disse Cyber, melancólico. – fizemos a nossa parte. Precisamos avisar aos outros que eles estão levando a coroa... Vamos, me ajude aqui, vamos para onde os cavalos estão.

    O espírito de Loke desencarnou e ele ajudou o amigo a andar até a colina. Cyber estava seguro de que Victor não iria alcançar seus amigos, e confiava em Iunick para entregar a Coal a coroa em segurança.


    ***


    - Estou na escuta – falou Kaze ao comunicador. Estavam já há dias caminhando em direção à propriedade dos Línea, mas ainda faltava alguns quilômetros. Esta noite, eles pernoitavam em uma colina próxima.

    - Ka-Kaze... – a voz do outro lado parecia nervosa e muito apreensiva. De certa forma, kaze pôde reconhecer a voz infantil de Vida do outro lado.

    - O que houve Vida?? Porque está assim?? Onde está o Factor?? – esta última frase acometeu uma pausa. Momentos depois a voz de Vida retornou, embargada e chorosa.

    - Kaze... ele... o Factor, ele... – Vida se debulhava em lágrimas – ele não... eu não podia fazer nada... ele não... ele não merecia...

    - Acalme-se rapaz, conte o que está acontecendo – Kaze abandonou seu jantar mal cozido na fogueira e levantou-se, buscando o sinal. Bernardi acompanhou seu movimento, preocupado.

    Kaze ficou alguns minutos em silêncio, apenas escutando. Vez ou outra ele procurava acalmar Vida e encorajava-o a contar tudo. Sua face mudava de cor do branco para o vermelho gradativamente.

    - MALDITO! – gritou, praguejando, quando desligou o aparelho. – EU VOU TER QUE DAR UMA LIÇÃO NAQUELE FILHO DA...

    - O que houve Kaze? Pra onde está indo? – perguntou Bernardi, observando Kaze subir a passos pesados para a fogueira.

    - O que está acontecendo? – Hirako permanecia sentado, terminando seu jantar.

    - O Quartel General foi atacado. Aquele pilantra!! Eu sabia que havia algo de errado com ele!! – dizia enquanto catava suas coisas. – Houve traição, Factor está morto... E eu não vou deixar isso barato.

    - Kaze, espere, nós precisamos cumprir a tarefa que... – Bernardi tentou argumentar, mas Kaze já havia desaparecido. – É, pelo visto vai ser só nós dois mesmo, Hirako. – disse Bernardi, voltando para a fogueira. – Será que o Coal sabe dessa história toda?

    - Não sei... mas são poucas as coisas que o Coal não sabe. – disse Hirako. – Mas espero que o Kaze não faça besteiras, com essa raiva toda. Pude ouvir seus dentes rangerem daqui.

    - Ele só está nervoso, depois ele se acalma... – respondeu Bernardi – Mas temos um longo dia nos esperando e queira os deuses que a família Línea esteja de bom humor para nos receber.



    continua...




    Ending
    Royz - MASK

    NEXT: "E eis que chega aquele que não quer ver."



    HELL YEAH, cap 6 ownando, e devo revelar que chegamos na metade da primeira temporada \o/ a fanfic está ficando quente, agora ainda mais com NOVA ABERTURA E NOVO ENCERRAMENTO \o/ \o/ \o/

    Eu adoro essas duas músicas, e elas combinam muito bem com a história... e, espero que vocês gostem também [+14] S O U L M A T E S - Página 2 947742

    e não deixem de comentar ;D Em breve mais SOULMATES pra vcs [+14] S O U L M A T E S - Página 2 936
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    Mensagem por cyber1000 31.10.12 23:31

    eu owno =D

    sapokspokaposkpoakposkapos

    cap fodao
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    Mensagem por Vidalokaon 03.11.12 16:59

    Caralho,esse foi dos bons KKKK'
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    Mensagem por Mr.Coal 22.12.12 3:12

    Nos ultimos capítulos de S O U L M A T E S:

    S O U L M A T E S
    ソ ウ ル メ イ ト

    Opening
    Yui - Rain


    Nenhum personagem desta fic faz alusão à qualquer pessoa ou situação na vida real, é apenas um fruto de uma imaginação fértil demais. Qualquer semelhança é mera coincidência.

    Capítulo 7 – Aquele que Não quer Ver.



    O Sol nasceu para todos naquele dia em Santa Cruz. Banhou os campos e colinas do país com seu calor e mandou embora a escura noite que o precedeu. A luz dourada emanada pelo astro-rei chegava a todos os habitantes deste país, afinal, era um direito de todos. Bem, quase todos.

    Hirako teve seu direito retirado pelo seu destino. Era nisso que ele acreditava. Abriu os olhos naquela manhã e encontrou a escuridão. Podia sentir o calor na sua pele, o que indicava que o sol já estava no céu. Pássaros cantavam ao longe e o vento transversal cortava por entre seus cabelos brancos, herdados de sua tradicional família. Tateou o chão ao redor em busca de seu cajado curvo, mas nada encontrou. Tinha o costume de se debater à noite.

    Sentiu a presença de Bernardi deitado em um local um pouco distante. Preferia não acordá-lo, mas viu que não tinha jeito, seu cajado estava totalmente fora de alcance.

    - Bernardi? – disse, incerto, em um volume não tão alto.

    Bernardi demorou a responder. Hirako já tinha desistido e levantado para tatear à procura de seu cajado, quando ouviu o barulho da folhagem.

    - Aonde vai, Hirako? – disse Bernardi, parecendo ainda sonolento.

    - Não encontro meu cajado. Tenho certeza que o deixei aqui perto. – Procurava utilizando a sola dos pés descalços. Era um trabalho incômodo, mas o cajado dava segurança para se movimentar, além de ser sua arma de combate.

    - Está aqui, perto de mim, tome – Bernardi levantou-se e entregou o bastão a Hirako. Segurou o artefato e se ergueu para sentir o ar. Definitivamente, estava acostumado a carrega-lo por onde fosse.

    - Obrigado. Que teremos para o café? – perguntou displicentemente.

    - Ah... É verdade... – disse Bernardi – Vou preparar, espere um segundo.

    Hirako sentiu que estava incomodando. Sua falta de visão nunca foi um benefício, mas após o acidente ele conseguiu, gradualmente, transformar a maldição em uma ferramenta. Antes do ocorrido, seu nome era outro: Snoopy. Snoopy sim era um menino que vivia intensamente. Até os dez anos de idade fora sempre muito energético, alegre e brincalhão. Desenvolveu sua magia rapidamente, nos primeiros anos que entrara na Academia. Sua família era tradicionalmente do elemento Ar, e seu espírito, de categoria demoníaca, tinha o formato de um beija-flor negro, sempre muito rápido.

    Durante uma guerra civil que caiu sobre sua cidade natal, no extremo sul do país, uma arma biológica dizimou a população local. Sua família estava protegida em um abrigo especial, mas, por um inevitável acidente, Snoopy e sua mãe foram atingidos. Ao tentar protegê-lo, sua mãe morreu em sacrifício, mas, mesmo com sua proteção, o corpo de Snoopy foi afetado pelo ambiente, e a luz então se esvaiu de seus olhos. Por uma razão estranha, não morreu, e, quando acordou, era outro. Ver a morte de sua mãe tão de perto deve tê-lo traumatizado de tal forma, que sua personalidade fora afetada. Já não era mais Snoopy. Ninguém o reconhecera. Sua vontade não era a mesma, e por isso sua materialização mudou. Teve que recomeçar do zero, e reaprender um novo estilo de vida. Por isso largou para trás seu antigo nome e adotou o codinome Hirako.

    Mr.Coal nunca tivera muita paciência com ele. Em suas classes, antes do acidente, Hirako era altamente repreendido. Depois que o acidente ocorreu, Coal ficara altamente interessado na arma biológica que o fizera mudar tanto, e passou a dar apoio ao seu novo desenvolvimento. Graças a seus ensinamentos, pôde ter um novo recomeço.

    No início, Hirako achara prudente fazer parte do time do Coal, e ficara alegre em estar no mesmo time que ele. Mas Coal os deixara logo que eles partiram do Quartel General, e agora Hirako se sentia um estorvo para os demais. Por mais que sua movimentação fosse normal e ele fosse treinado em combate e reconhecimento como os demais, havia coisas que ele ainda tinha dificuldade em fazer. Ainda mais quando perdia seu cajado, que era seu ponto orientador.

    Com isso em mente, e ainda um pouco perturbado, procurou o calor da fogueira e sentou-se na terra batida próxima a ela. Bernardi serviu um chá insular e alguns biscoitos.

    - Não devemos nos demorar, os Línea saberão que chegamos assim que cruzarmos seus limites. Devemos ter tempo para as negociações. – disse ele. Estavam a alguns metros dos limites das terras dos Línea. Nas planícies abaixo das colinas, podia-se ouvir a incrível movimentação de máquinas e o tilintar de maquinários pesados. Haviam também galpões e prédios com chaminés, segundo a descrição de Bernardi na tarde anterior.

    - Ficaremos bem mesmo? – perguntou Hirako, preocupado – Quero dizer, os Línea são inimigos dos Coal a anos, seria prudente a sua equipe entrar em suas terras assim?

    - Somos educados e sabemos negociar. – disse Bernardi – Coal nos escolheu por isso. Temos até espíritos de categoria celestial. É claro que sem o Kaze teremos que ficar atentos a ataques, mas creio que nos sairemos bem. E também há o fato de que você é cego...

    - O que minha cegueira tem haver com isso? – Hirako não gostava desse tipo de comentário. Sua cegueira não o tornava um alvo mais fácil, e ele era constantemente subestimado.

    - Não é isso. O Coal sempre sabe o que faz, não é mesmo? Você ser cego revela o fato de que ele não quer levar o assunto para o campo de batalha, e que ele confia nos Línea, mesmo sendo inimigos. Sinto muito, mas, no mundo de hoje, a cegueira é uma fraqueza. São poucos, como você, que conseguiram transformá-la em sua força.

    Hirako não quis admitir, mas aquilo era verdade. O fato de ser cego daria benefício de paz a eles até a negociação se firmar. Sentiu-se usado por um momento. Mas depois lembrou que fora ele mesmo quem havia se indicado para participar do time.

    Comeram rapidamente e arrumaram as coisas para seguir viagem. Hirako andou por algum tempo, acompanhando o som dos passos de Bernardi, que tinham estado mais sonoros do que o usual. Havia adquirido a habilidade de distinguir perfeitamente os sons, bem como sua direção e a distância que estavam. O cheiro de fumaça se aproximava agora. Eles estavam chegando.

    - Estamos chegando – confirmou Bernardi. – Devemos entrar pelos portões principais, é importante sermos convidados a entrar.

    Hirako sabia. Coal havia deixado todas as instruções antes de partir. Era muito importante mostrar cortesia, educação, honra e respeito à família Línea. Era difícil, Coal dissera, mas ele confiava nos seus agentes. Ele havia escolhido bem. Hirako havia se tornado uma pessoa calma com o passar do tempo, Bernardi era nascido em berço de ouro, e Kaze vem de uma cultura familiar que prezava a cortesia acima de muitas coisas. Só que Kaze já não estava com eles.

    Ouviu o portão de ferro se abrir enquanto ainda andavam. Aparentemente, os sistemas de detecção de visitantes dos Línea era melhor do que os que haviam no Quartel General. Hirako pôde ouvir movimentos mecânicos nos arbustos em volta, e se sentiu estranhamente vigiado.

    - Segure meu ombro, Hirako. – pediu Bernardi. Depois de alguns poucos passos, pôde-se ouvir uma voz.

    - Ah, senhor Bernardi, Senhor Williams. Estávamos esperando os senhores, o Jovem Mestre quer vê-los imediatamente. Eu sou o mordomo da família, podem me chamar de Sander – a voz era um tanto estranha para a maioria das vozes, mas era contado que os Línea não eram nativos de Santa Cruz, então talvez seria um sotaque comum.

    Ventava naquela manhã em Santa Cruz. Hirako conseguia sentir a estrutura da mansão Línea pelas quebras de correntes de vento que se formavam. Seus sentidos o diziam que era uma estrutura enorme. Passaram pelo que parecia ser uma série de portais até chegar a um local fechado, com o chão em madeira.

    - Este é o nosso Hall principal. – disse a voz do estranho mordomo. – Por favor, aguarde aqui, eu avisarei o jovem mestre que os senhores chegaram. – e saiu a passos pesados.

    - Que cara mais estranho... e o que é este salão?? – disse Bernardi andando pelo local – Se isso aqui for apenas o Hall, esta mansão é gigantesca! Cara, você precisa ver tudo isso! – disse por inércia.

    - De fato. – disse Hirako, divertindo-se. Adentrou um pouco mais o salão e levantou o cajado. Girou-o lentamente no ar, verificando se nada atrapalhava o movimento. Girou mais rápido e mais rápido, até o ar começar a se mover, e então orou aos espíritos - Lumen ducens animos, quae tribuerit sunt dies mei. Transi terram oculis.

    - Hirako, o que você está...? – Bernardi percebeu tarde. O bastão girava em alta velocidade por cima da cabeça de Hirako e produzia vento. Com um rápido movimento, Hirako plantou seu bastão no chão de madeira, fazendo um alto barulho. Um par de andorinhas brancas voou para lados opostos, causando uma onda de impacto gigantesca no local.

    A sensação era incrível. Hirako quase podia enxergar novamente. A onda de impacto carregada de poder espiritual encontrava as formas de seus obstáculos e as retratavam na mente de Hirako. A face assustada de Bernardi, o grande Hall de madeira onde eles se encontravam, as portas que davam para o interior da casa. A visão não era nítida, muito menos colorida, mas a riqueza de detalhes era impressionante. Grandes tapeçarias pendiam das paredes, e estandartes embelezavam o topo de pedestais. A casa toda era em um estilo rústico peculiar, quase antiquado e conservador.

    A visão foi além. Hirako viu os campos de produção dos Línea, os armazéns de equipamentos... tudo. Onde o ar podia alcançar, Hirako poderia ver. Todos os cômodos da casa foram visitados, exceto um deles, completamente lacrado. Na mais alta Torre, um homem jazia em uma cama. Fora ele não havia mais nenhum humano na mansão, ou na propriedade, exceto os novos visitantes. Hirako estranhou a situação.

    - Você tá doido? – balbuciou Bernardi. – disse para se controlar, para que você foi usar seu espírito aqui?

    - Eu pude ver, Bernardi – disse Hirako, assustado.

    - Ver o que? E você sendo cego, essa invocação te permite ver?? – Indagou Bernardi, confuso.

    - Algo do tipo. – disse rapidamente – Tem algo errado nessa mansão.

    Hirako nem pôde finalizar sua ideia. Soldados despontaram de todas as portas do Hall com armas apontadas para seus narizes. O mordomo aparecera por entre os soldados, gritando ferozmente.

    - Como ousam invocar seus espíritos dentro da tradicional casa dos Línea?? Hereges malditos! Soldados, prendam esses dois!!

    Os soldados avançaram em formação. Os espíritos andorinha de Hirako se reuniram ao bastão novamente, quando ele se levantou para lutar. Os soldados, inesperadamente, não conseguiam avançar e podia-se ouvir o baque surdo de seus corpos contra uma estrutura que envolvia Bernardi e Hirako.

    - Bernardi, você está bem?? – Hirako jogou a pergunta no ar.

    - Sim, fiz um escudo para pará-los. – disse ele, a uma certa distância – Hirako, não podemos perder tempo. Teremos que recuar por hoje.

    - Não! – disse Hirako – Há algo estranho neste lugar. O mestre dos Línea está nesta mansão, logo acima de nós, precisamos ir vê-lo.

    - Não tem como parar esses soldados! Eu não posso mover meu escudo – disse Bernardi.

    - Eu abrirei um caminho. Desfaça o escudo! – disse Hirako. Brandiu o bastão a frente e passou pela estrutura do escudo que estava se desfazendo. Ao avançar, algo cortou o ar próximo a Hirako. Eram projéteis.

    - Spiritus, illumina mea semita! – As andorinhas passaram entre eles, abrindo os sentidos de Hirako. Preparou seu bastão para atacar, e se lançou sobre os soldados. O primeiro contato com a armada dos Línea foi inesperada: seu cajado apenas acertava metal sólido.

    Tudo então fez sentido na mente de Hirako. Ele repeliu os soldados para o lado com um golpe de ar e gritou para Bernardi:

    - Bernardi! Faça uma barreira bloqueadora de encantamentos!!

    Bernardi a princípio não entendera os motivos, mas obedeceu mesmo assim. Ajoelhou-se com as mãos na terra, proferiu seu encantamento e uma gigante Oliveira se projetou no meio do salão. Conforme seus ramos cruzavam a abóboda do teto, os soldados iam caindo um a um, fazendo um baque oco e metálico. Finalmente, a ramificação alcançou o mordomo, que esperava na entrada da sala. Com surpresa, também, ele caiu estático no chão, com seus olhos abertos e sua expressão imutada.

    - Androides – disse Bernardi, enquanto cutucava um dos soldados que jaziam no chão do Hall – Então todos os funcionários que vimos até agora...

    - Não existem – completou Hirako – Era isso que eu tinha achado estranho quando fiz a verificação na propriedade. Não havia humanos, exceto por alguém no alto da torre acima de nós. Ele provavelmente é quem procuramos, e deve estar controlando os robôs nesta mansão.

    - Não deve ter apenas estes guardas. – pontuou Bernardi – se é uma pessoa que controla a todos, então mais soldados virão, e não será fácil chegar até o quarto onde ele está.

    E realmente não foi. Haviam armadilhas por toda a casa. Bernardi ditava o caminho por entre escadas cujos degraus eram retráteis, estátuas que disparavam flechas, alçapões escondidos e afins. As andorinhas de Hirako passaram a voar na dianteira, driblando a insensibilidade e mostrando o caminho para Hirako.

    O quarto onde eles chegaram era o mais alto do local. No topo da escadaria havia algo semelhante a uma sacada, onde Hirako pôde sentir o vento correr. Bernardi indicou um gigante par de portas que davam para dentro do quarto. Correndo as mãos pela porta trabalhada, Hirako pôde sentir forte poder espiritual correndo pela madeira. Não só por ela, mas a energia invadia as estruturas da casa. Sem dúvida, era ali onde eles encontrariam quem estava por trás de tudo isso.

    Ouviu-se som de passos. Novamente, os soldados os cercaram, e a única saída era o quarto onde eles pretendiam entrar.

    - Temos que contê-los aqui – disse Bernardi – Entre no quarto e faça o que Coal pediu! Temos que obter tudo que for possível hoje. Eu ficarei aqui para contê-los.

    Hirako tateou pela maçaneta e abriu as portas. Um frescor surpreendente o envolveu e ele fechou o portal atrás de si.

    Bernardi se voltou para a armada que avançava. Seu poder nunca fora antes tão necessário. Sentou-se em frente a porta, juntou suas mãos em posição de Lotus, e proferiu o encantamento:

    - Fructum terrae et digni benedictione Domini auxilium! – a gigantesca Oliveira brotou por entre o chão de madeira e criou um manto ao redor do portal. Os soldados eram repelidos ao encostar-se ao manto projetado pela árvore, mas apenas caíam e se levantavam para tentar novamente.

    - Levantem-se o quanto quiserem... Ninguém vai passar daqui!

    Hirako ainda estava parado de costas para o portal que acabara de cruzar. Não que houvesse medo ou qualquer hesitação em sua mente naquele momento, mas Hirako estava simplesmente admirado. O quarto transmitia uma mistura de diferentes energias. Saindo de seu breve transe, Hirako deu alguns passos adentro do local. A incerteza sobre o lugar o fez usar a técnica da onda de visão novamente, e de fato era o mesmo local. As paredes eram de pura madeira entalhada, representando diversos animais. O chão era terra batida, e havia uma pequena relva que crescia. Uma manjedoura de tamanho gigantesco se encontrava no centro do quarto. O lugar emanava poder e calor, e Hirako pensou antes de se aproximar.

    Mas não havia jeito. Ele tinha uma missão e deveria cumprir. Ele aproximou-se da manjedoura e uma voz o encontrou.

    - Então vocês conseguiram... – disse o homem. Sua voz parecia ser de uma pessoa vivida, há muito cansado e derrotado pela vida. – São poucos os que conseguem permanecer em minha casa contra a minha vontade. – continuou.

    - Pedimos perdão, senhor. – Hirako juntou toda a sua cortesia para poder articular com aquele senhor – Mas precisávamos a todo custo falar com os Línea. Os androides nos assustaram.

    - Todos precisam falar com os Línea. – disse o homem – mas só eu, Lucky Línea, permaneço nesta casa. Meus filhos ingratos há muito buscam a Coroa mágica, e nunca retornam ao pai. As tradições são desrespeitadas.

    A menção à coroa fez a atenção de Hirako se aguçar. Então a coroa não estava ali. Ele precisava manter esta memória na conversa.

    - Vejo que o senhor preza as tradições. Bem como seus tesouros. – disse Hirako.

    - Você não vê nada, jovem. És mais cego que a primeira espada que tive a honra de empunhar. Isto me ofende. Quem, neste mundo dos meus bons Deuses, me enviaria um cego para barganhar? Quem seria tão tolo a tal ponto?

    - Foi, de fato, uma escolha diferente. Mas não creio que aquele que me mandou tenha sido tolo. Eu posso o senhor, Sr. Línea. Eu posso ver através de você.

    - Me ver? O que um coitado como você pode ver? Você não passa de uma máquina quebrada, rapaz... Perdera sua ferramenta mais valiosa e agora não passa de um monte de sucata. O que o ser humano pode fazer sem olhos?

    - Nada, é verdade. Mas de que servem os olhos, se não podem ver o que está claro? – perguntou Hirako – O Senhor aqui, preso, sem família, sem tesouro. O que o senhor vê?

    - Eu vejo tudo! Eu vejo o passado glorioso que carreguei, e o futuro magnífico que construí. Mas não vejo qual é o seu objetivo aqui. – disse o velho.

    - Eu vim em busca da Coroa de Bennu. O artefato espiritual mais poderoso de Santa Cruz. Aquele que tem passado por gerações, desde os primeiros povos.

    - Tolices. – disse o homem, rindo-se – Aquele pedaço de metal ridículo não é um artefato antigo. Os mitos e lendas sim, vem de milênios antes do nosso povo. Mas a coroa foi construída por estas mãos que agora mal podem se mover.

    - V-você construiu a Coroa de Bennu? – Hirako não conseguia acreditar – Mas, como isso é possível, aquela quantidade de poder...

    - É o poder da minha esposa. – a voz do Sr. Línea tomou uma entonação triste – Quando ela morreu eu aprisionei seu espírito na coroa. Era tão linda. Um pássaro brilhante em todas as cores, reluzente como o sol. Resolvi que seu espírito merecia permanecer aqui, em outro corpo, cruzando as épocas. Mas antes que pudesse escolher um novo hospedeiro, o espírito ficou perturbado, por razões que eu mesmo desconheço. Drenou minha vida, e agora estou assim, vivendo através das máquinas.

    - E como a Coroa saiu de suas mãos? – Hirako arriscou.

    - Com a explosão do acidente, ela voou para fora desta minha forja. O poder imensurável daquele espírito errante já havia atraído o governo da época e não demorou para que eles viessem aqui. Mas ela passou pela mão de meus filhos, antes daquele crápula do Alexo Coal roubá-la de dentro de minha casa e levar sua localização para o túmulo.

    Hirako sentiu que havia chegado em uma parte crítica. Alimentar o ódio dos Línea pelos Coal não seria saudável a este ponto.

    - Senhor, mas porque seus filhos foram atrás da coroa? Ela não é perigosa? Não seria melhor deixar este trabalho para o governo?

    - Meus filhos creem que meus poderes voltarão com a destruição da coroa. Não há jeito. Eu ainda tenho poder suficiente para gerir meus negócios, eu não preciso de mais. Eu preciso da minha família comigo, mas não pude pará-los. Infelizmente.

    Hirako sentiu pena do homem. Estar sozinho e sem poderes era uma situação onde ele já havia estado e conseguira se reerguer. Pelas ordens que tinha e pela informação que havia conseguido, deveria reportar ao Mr.Coal imediatamente.

    - Senhor, este cego vai para uma batalha dura agora. Esta coroa, de fato, precisa ser destruída, e é com essa missão que vim aqui. Se lá encontrar seus filhos, eu os mandarei de volta para casa. O Senhor precisa mais deles do que este monte de robôs criados pelo senhor.

    - Quanta tolice! A coroa não pode ser destruída assim facilmente! São necessários poderes especiais para destruí-la. E cuide de seus negócios, garoto. – disse ele, rispidamente. – Meus filhos voltarão sãos e salvos e em seu tempo, não se preocupe.

    - Mesmo assim, tomarei esta como uma missão pessoal. Minha missão para com aquele que me mandou está perto de se concretizar. – disse Hirako, enquanto ia calmamente em direção ao portal.

    - É mesmo... Você não me disse o nome daquele que te enviou, jovem cego. – O velho insistiu. Hirako, parado no portal aberto, olhou de volta para o velho Lucky Línea.

    - Aquele que me enviou é Trevor Coal. O Sucessor daquele que um dia lhe tirou seus tesouros. – e, com isso, saiu pelo portal, deixando Sr. Línea com seus rancores.



    continua...




    Ending
    Royz - MASK

    NEXT: "E eis que chega aquele que destrói."



    Capítulo especialíssimo de SOULMATES, onde eu testei uma coisa que eu já queria fazer há tempos, escrever do "ponto de vista" de um cego (se é que cego tem ponto de vista, deve ter só pontos cegos kkkkk), não sei se ficou bom, mas eu espero que gostem [+14] S O U L M A T E S - Página 2 936

    é isso, até o prox. capitulo õ/

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    Mensagem por Kaze 22.12.12 3:55

    mto foda esse capitulo *-*

    e euri do ponto de vista airiair
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    Mensagem por Mr.Coal 05.04.13 1:00

    Nos ultimos capítulos de S O U L M A T E S:

    S O U L M A T E S
    ソ ウ ル メ イ ト

    Opening
    Yui - Rain


    Nenhum personagem desta fic faz alusão à qualquer pessoa ou situação na vida real, é apenas um fruto de uma imaginação fértil demais. Qualquer semelhança é mera coincidência.

    Capítulo 8 – Aquele que Destrói.

    A comitiva que trazia Kakashi e os outros de volta à capital era grande. A família Rodriguez já havia causado problemas demais para eles, mas Fera ainda insistia que era melhor continuarem juntos.

    No dia que chegaram à costa leste, Kakashi e Sora foram subjugados pelos soldados de forma bruta, e sequer foram ouvidos quando disseram que não só estavam de passagem. Era mentira, é verdade, mas eles foram implacáveis quanto ao tratamento dos dois. Só quando Fera apareceu junto de seu mais novo irmão é que os dois foram soltos.

    Kakashi, obviamente, estava fervilhando de fúria.

    - Eu não fui feito para andar no meio desse bando de ovelhas, balindo pela rua – disse ele.

    - Calma cara, eles estão aqui só para ajudar – respondeu Fera – e é só até a capital, depois eles seguirão para a mansão.

    - Assim espero. – e adiantou o passo para se afastar da comitiva.

    Kakashi não gostava de ser enganado, não gostava de ser confundido, não gostava de ser preso, não gostava de ser julgado e gostava muito menos de estar com aquele time. Ele gostaria mesmo de nunca ter encontrado Trevor Coal.

    Foi Coal quem o colocara naquela enrascada toda, com todo aquele papo de “você tem muito talento” ou “você pode ir longe”... Com isso, ele conseguiu montar a carreira que Kakashi tinha hoje como lutador.

    Encontraram-se pela primeira vez na antiga Academia de Santa Cruz, onde Mr.Coal já era o nome que o menino Trevor usava entre seus amigos. Coal retirara Kakashi de cima de um de seus amigos, enquanto o lutador estava espancando o menino. Sem piedade, Coal colocou Kakashi no mesmo estado, fato que fez Kakashi jurar vingança eterna.

    Quando descobriu que Trevor Coal estava envolvido em seu negócio de lutas, como financiador principal, sentiu-se em débito com ele, e sua vingança assim foi adiada. E como Mr.Coal sempre cobra suas dívidas, ele acabou atrelado a esta equipe.

    O pior de tudo é que não haviam encontrado nada de relevante naquele lugar, exceto o fato de que a coroa realmente era retratada pelos antigos povos. Mas a coroa em si não estava ali, o que fez a paciência de Kakashi quase estourar.

    Enquanto bufava e resmungava pelo caminho, algo extremamente pesado o atingiu, levando-o ao chão. O peso da coisa que caíra sobre ele o impedia de levantar, e quando olhou para tentar ver o que o havia atingido reconheceu o rosto redondo de Waterking.

    - Tirem ele de cima de mim!! – resmungou para os perplexos soldados da família Rodriguez que vinham logo atrás. Com a ajuda deles, Waterking foi retirado e deitado sobre a relva na beira da estrada.

    - Waterking, acorda cara!! – disse Fera, tentando reanimá-lo. Aos poucos, o rapaz foi recobrando sua consciência – O que aconteceu com você?

    - Hãn, o que?? – disse ele, ainda atordoado. De repende, seu rosto se alertou e ele olhou ao redor surpreso e exasperado – Onde eu estou? Onde está o Iunick?

    - ORA SEU – Kakashi veio com tudo para cima de Waterking, que estava caído com Fera aparando ele. Os soldados da família Rodriguez tentaram segurá-lo, mas foi em vão. Apenas Sora, conjurando seu espírito da Terra pôde para-lo. – Eu vou MATAR você, seu mauricinho maldito!

    - Se acalma Kakashi, ele não fez por mal... para que ele iria se jogar em cima de você – Disse Sora, controlando seu espírito.

    - Eu não sei, mas é melhor ele ficar longe de mim – disse Kakashi, desistindo dos esforços – Me solta logo, garoto, antes que eu desconte em você!

    - Iunick? Do que você tá falando, cara, você caiu do céu, em cima do Kakashi. – explicou Fera – De onde você veio?? O Iunick estava com você?

    - Estávamos a caminho da base – disse Waterking se levantando – Eu estava voando com o Iunick, com a coroa na redoma de água, quando algo nos atingiu e...

    - Espera, você disse coroa? Vocês acharam ela?

    - Não, só metade dela. Ela tem um poder estranho, absorve as propriedades dos poderes de quem encosta nela. Precisamos achar o Iunick! – disse Waterking – Se ele entrar em contato com a coroa, ele pode morrer!

    Por sorte, Iunick não havia caído muito longe de onde eles estavam. Ele já estava de pé, e olhava ao redor de onde estava.

    - Iunick! – gritou Waterking – O que houve? Por que caímos?

    - Parece que nossa base não está mais segura – disse Iunick, com sua voz fria – Algo nos atingiu de lá – e apontou a direção de onde vieram. Um caminho de fumaça escura trilhava a trajetória do projétil que os atingiu, e vinha da direção da base.

    Enquanto o grupo discutia, Kakashi observava de longe, cheio de rancor. Ele não se importava com o que acontecia com a base ou com qualquer um dos membros. Ele queria mostrar seu poder, e queria se livrar dos Coal a qualquer custo. Enquanto vagava, ele viu algo brilhar ao longe. Um brilho intenso, forte como a luz do sol era emanado de um lugar no gramado próximo. Curioso, Kakashi foi observar mais de perto. Um aro luminoso, com escrituras, brilhava a alguns centímetros do chão. Imediatamente ele entendeu que se tratava da Coroa, que Waterking e Iunick traziam.

    Havia chegado finalmente o momento. O ponto de libertação que ele tanto havia almejado. Sua vingança, sua carreira, seu orgulho. Tudo que estava preso pela dívida com Trevor Coal poderiam agora ser retornados. Bastava um golpe naquele aro, que o faria em pedaços, para que ele pudesse seguir adiante.

    - O que está fazendo? – Sora interrompeu seus pensamentos. Agora que percebera, estava a apenas alguns metros da Coroa, seu poder se fortalecendo pouco a pouco.

    - Esta é a coroa que Waterking trazia, não é? – Perguntou Kakashi, já sabendo a resposta. – Precisamos destruí-la, concluir a tarefa que Coal nos passou!

    - Não é simples assim, Kakashi – disse Sora – não deve ser assim tão fácil, esta coroa é...

    - Eu não quero saber, eu vou destruí-la agora! – Kakashi foi em direção a coroa e a segurou. “Só um soco...” pensou – Mortem per Ignis!! – mas Kakashi não pode agir conforme sua mente mandava.

    Com a coroa em mãos, sentiu-se forte por um momento, e depois imediatamente fraco. Tentou desistir, tentou largar, mas não conseguia. A coroa o absorvia, extraía seus poderes, e o matava, pouco a pouco. Caído no chão, ouvia os gritos de socorro de Sora, pouco antes de perder os sentidos.

    Sora entrou em pânico ao ver Kakashi sendo derrotado pela coroa. Correu até os outros e os chamou com urgência. Ao verem a cena, Waterking Lamentou.

    - Precisamos tirá-lo dali, venham!

    Waterking segurou o corpo de Kakashi, enquanto Iunick puxava a Coroa com um graveto. Com o impacto contra o graveto, a coroa reagiu e uma pequena labareda reduziu o graveto à cinzas.

    - O que ele estava pensando? – disse Waterking – Fera! Me ajude aqui – gritou, tirando Fera de seu choque.

    - O que houve com ele? – perguntou Fera.

    - A coroa absorve poderes. Quando é envolvida por muito poder elemental, ela se adéqua ao ambiente e assim passa a absorver e usufruir deste poder. Mas para mudar de poder ela precisa de uma certa quantidade, que ela consegue absorvendo deste ambiente!

    - Como você sabe isso tudo? – questionou Fera

    - Aconteceu comigo quando uma de minhas redomas cobriu a coroa, ela drenou quase todo o meu poder. Mas logo depois ela estabilizou. Aparentemente, ela tem um limite de poder que precisa para mudar, e depois que muda ela pode ser manuseada por aqueles que controlam o elemento.

    - Então agora ela é de elemento Fogo? – disse Sora.

    - Sim – disse Iunick – só um elemento Fogo pode manuseá-la agora.

    - E o Kakashi está fora de jogo. Ele deve ficar inconsciente por um tempo – disse Fera.

    - O que houve irmão? – disse Ken, que, percebendo a agitação, chegava ao local com seus soldados.

    - Mantenha-os longe – disse Waterking – qualquer contato não-elemental contará para a coroa como um impacto, e ela poderá se tornar hostil! – Os soldados recuaram pouco a pouco.

    - Que merda cara! O que fazemos? – disse Fera, desesperado.

    - Essa coisa é muito perigosa. Temos que destruí-la. – disse Waterking – Mas eu não sei como...

    - Essa é a famosa Coroa de Bennu? – perguntou Ken, de longe.

    - É sim – disse Fera – continue longe, Ken, não sabemos o que ela pode fazer.

    - Talvez eu saiba como destruí-la – disse Ken.

    Todos o olharam com caras de espanto.

    - Eu dei uma olhada em alguns registros na cidade onde a gente estava – disse Ken – Não deu para entender muito bem, até porque minhas traduções da antiga língua andam um pouco enferrujadas, mas dizia que a coroa é uma força da natureza. E para parar uma força da natureza, é preciso...

    - ... unir os poderes dos elementos, é isso mesmo – uma voz conhecida dizia um pouco mais distante do grupo. – Ora, finalmente encontramos vocês!!

    - Cyber, Loke! Onde vocês estavam?? – disse Waterking

    - Viemos o mais rápido que pudemos, estávamos na estrada até ouvir a confusão daqui – disse Loke.

    - Loke! – Sora correu em direção ao irmão e o abraçou, assim que ele desceu de seu cavalo. Cyber vinha montado em um de seus lobos e também desmontou para saudar os amigos.

    - Então essa é a chave? Unir os elementos? – disse Fera, meio incrédulo – Parece fácil demais.

    - É claro que deve demandar muito poder – disse Cyber – Por sorte, temos todos os elementos aqui, pelo que vejo – disse ele, observando o local. Com ele, Waterking e Fera representando o elemento água, Iunick representando o elemento Ar, Sora e Loke representando o elemento Terra e Kakashi representando o elemento Fogo.

    - É, mas o Kakashi foi nocauteado – disse Sora, desconcertado.

    - Mas isso não é um problema, ora. – disse Cyber, se dirigindo ao corpo caído de Kakashi. Com sua gigante mão, o northerno desferiu alguns tapas na cabeça de Kakashi.

    - Kakashi, acorde, seu puto! – e o chutou na coluna. Kakashi imediatamente tossiu, e se levantou em fúria.

    - Ta maluco, Cyber? Vou te queimar em pedacinhos, seu maldito!! – disse ele avançando para Cyber, mas a fraqueza o tomou novamente, e ele cambaleou.

    - Guarde esse fogo para a coroa. Venha, vamos destruí-la. – disse o northerno.

    - Destruir? Sim, destruir!! Me livrar do Coal!! – disse ele, ainda meio confuso.

    - Do que ele está falando? – perguntou Cyber aos outros, sem entender nada.

    - Deixa pra lá... Vamos ao que interessa, temos que atacar a coroa com os quatro elementos juntos?

    - Sim, foi o que descobrimos com os moradores de Nova Luz – confirmou Loke. – De preferência em direções ortogonais, com poderes de mesma intensidade... será que conseguiremos?

    Foram-se horas até que o recém unido grupo conseguisse chegar a uma margem de poder igual para destruir o artefato. Como Kakashi estava ainda um pouco debilitado, os outros três se adequaram ao seu nível de poder que, para assomo de todos, ainda estava em um nível bem alto. Para o trabalho foram convocados Loke, já que seu irmão Sora não tinha um espírito ofensivo, Waterking, que tinha poderes puramente aquáticos e estava mais acostumado a este ambiente, e Iunick que era o único representante do Elemento Ar.

    - Vão para os lugares que eu marquei – disse Fera, ajudando a organizar o pequeno evento. Os quatro se posicionaram ao redor da coroa, seus espíritos já emanavam sua aura luminosa ao lado deles. – Sora, você também está pronto?

    - Sim – Sora havia ficado incumbido de proteger os quatro caso algo desse errado. Seu espírito estava preparado para invocar armaduras de terra para repelir possíveis danos que a coroa cause a eles.

    - Muito bem, vocês podem começar ao fim da contagem – disse Fera.

    - É agora!! Finalmente me livrarei desse grupo estranho!! – Kakashi já comemorava.

    - Em três...

    - Dois...

    BUUUUUMMMMMM.

    Uma explosão foi-se ouvida. Mas não era vinda da destruição da Coroa. Longe dali, um prédio com armação metálica explodira, e agora emanava grandes nuvens de fumaça negra, indicando um incêndio. Para a surpresa de todos, que agora voltavam sua atenção para a nova explosão, o prédio era estranhamente familiar.

    O Quartel General estava em chamas.


    ***



    Coal abriu a porta cuidadosamente.

    - Espere aqui fora, Soul. – disse ao amigo que o acompanhara. Soul havia abandonado os outros a pedido do próprio Coal para lhe acompanhar até este casebre próximo à capital. Se Coal necessitava de sua ajuda, era um assunto bem sério.

    E era. Havia anos que Trevor Coal não pisava naquele casebre. Costumava brincar ali com os irmãos, sob os olhos severos de sua mãe, em dias calorosos de um verão que deveria ter sido esquecido. A matriarca da família Coal era uma mulher bonita, de pele dourada e cabelos cheios e encaracolados. Mas que tinha olhos amargurados, que mostravam fantasmas nunca revelados a seus pequenos herdeiros. Coal aprendera a receber calado os olhares secos de sua mãe, sem questionar o porque o olhava daquela maneira. E assim vivera em paz até então.

    Mas sua mãe não estava ali. Com o sucesso de seus três filhos homens, puderam se mudar para um lugar melhor e expandir a família. Quem residia naquele casebre era o homem que acompanhara toda a história por trás da família Coal, que agora se atrelava mais e mais ao mistério da Coroa desaparecida. Ao obter as informações que Hirako e Bernardi conseguiram, Coal começou a desconfiar que a busca de seu pai por aquela coroa não era apenas pela busca por poder. Alexo Coal era bom no que fazia e deveria saber a história que os Línea contaram. Tudo pareceu confuso em sua mente, e apenas uma pessoa poderia sanar tal dúvida de sua mente.

    O casebre permanecia exatamente o mesmo de como se lembrara. Cada móvel, cada livro, cada lamparina, tudo no mesmo lugar. Até mesmo o velho decrépito sentado em frente às cinzas de uma lareira apagada.

    - Quem está aí? – O homem já estava senil demais, mas se recusava a morrer. Sua pele negra acinzentada e murcha dava uma aparência de um zumbi recém revivido, com seus cabelos brancos dando o tom fantasmagórico.

    - Sou eu vovô – dissera Coal. O homem era Magno de La Rosa, pai da mãe de Mr.Coal.

    - Oh, finalmente resolveu largar o legado de crimes que seu pai lhe deixou, ou apenas veio para se aproveitar deste velho que mal pode se mover? – disse o Sr. De La Rosa.

    - Você não está tão mal assim vovô... seus poderes ainda estão fortes, posso senti-los daqui – disse Coal – eu vim para falar do passado.

    - Verdade, verdade... Ainda tenho minhas energias. E é também verdade que viera falar do passado. Imaginei que já era hora de você estar seguindo o caminho sujo de seu pai.

    - Meu pai não era tão ruim assim, vovô. Ele..

    - Ele desgraçou a vida da sua mãe! Aquele maldito, ele... – o velho não continuou. Uma crise de tosse o acometeu devido ao estresse.

    - Não se esforce muito vovô. – advertiu Coal. – Sabe, sempre ouvi o senhor falar isso do papai, mas... por que o senhor o chama assim? O que aconteceu pro senhor odiá-lo tanto?

    - Ele desgraçou a vida de sua mãe. Fez algo imperdoável... E anos depois ainda teve a coragem de morrer e deixar os filhos para trás!!! – disse o homem revoltado – quase morremos de fome, sem quase poder sobreviver.

    - Eu quero os motivos vovô. Quero a verdade... – insistiu Coal.

    Os olhos surrados do homem estudaram o neto por um momento.

    - Não posso lhe contar toda a verdade, fiz um juramento espiritual à sua mãe. Mas posso lhe dizer algo que nem ela mesmo sabe. – disse, enigmático.

    - Então fale! – insistiu Coal.

    - Um irmão! Você teve um irmão! – disse e velho, com uma certa dificuldade.

    - Por favor, vovô, eu sei que tenho irmãos, tenho dois!!

    - NÃO! Não estes. Outro irmão. Chorou o mesmo choro que você, tirado de seu lado no dia do nascimento. Tirado de sua mãe! – o velho tossia bastante.

    - Acalme-se vovô. – Coal começara a entender... Achava a possibilidade de ter um irmão com essa característica um tanto impossível. – O senhor tem certeza?

    - Sim! – disse o velho, arfando. Algo o tentava impedir de contar – Uma maldição o impedia de ficar com a família. Alexo não pôde sacrificar o menino, então Derick Evil veio naquela noite e... – outra crise de tosse o acometeu.

    Coal já estava perplexo. Irmão? Maldição? A mente rápida que Mr.Coal herdara de seu pai ligava os pontos de maneira absurda. Deixou para trás seu avô tossindo absurdos e se dirigiu à porta. Ao sair, encontrou Soul admirando o fim de tarde.

    - Vamos Soul. Temos de ir para a Capital imediatamente.



    continua...




    Ending
    Royz - MASK

    NEXT: "E eis que chega aquele que reencontra."



    Bem, antes tarde do que nunca, né rsrsrsrs

    Está aí o capítulo, finalmente [+14] S O U L M A T E S - Página 2 534588 Ficou menor do que eu esperava e, por incrível que pareça, demorou mais que os outros para ficar pronto. Eu sei que a demora e a esperam matam, mas eu irei finalizar esta temporada de SOULMATES. Os capítulos já estão idealizados na mente, mas construir a estrutura para receber a idéia é complicado.

    Então, senhores, aguardem mais um pouco para o próximo capítulo.

    Até a próxima [+14] S O U L M A T E S - Página 2 936


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    Mensagem por Kaze 05.04.13 13:51

    Ficou daora o capitulo... parabéns kk

    sdds kaze q
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    Mensagem por Mr. Mudkip 05.04.13 20:35

    Iunick, esse nome não me era estranho... Então me lembrei, e:


    Spoiler:

    Acho que daí vem a inspiração do Coal-sama, enfim... Muito bom o capítulo, aguardando os próximos. Trazer mais elementos além da leitura, como a trilha sonora e o visual (na shiny magazine) ajudam muito no resultado final.

    Gostei bastante dos títulos, sempre iniciados pela mesma introdução como no" todo mundo odeia", do everybody hate chris. Só senti falta de uma descrição mais ampla de alguns aspectos, mas nada que tire o brilho de Soulmates.

    E em questão do tamanho, melhor algo enxuto e bem escrito do que florear demais e não conseguir um bom resultado.

    Parabéns e no aguardo daquele que reencontra.
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    Mensagem por Mr.Coal 06.04.13 0:41

    Mr. Mudkip escreveu:Iunick, esse nome não me era estranho... Então me lembrei, e:


    Spoiler:

    na verdade não... acho que o nome desse personagem ae é Unique mesmo (que se lê Iunique), de "único". A inspiração de Iunick é que um certo rapaz tinha esse nome, mas depois mudou de nome... isso também deve acontecer na série [spoilers ;x ]

    enfim, vlws pelos coments mudkip-san [+14] S O U L M A T E S - Página 2 936
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    Mensagem por Waterking 08.04.13 19:27

    vamos coal, vai postar mais não? >.> quero ver o WaterKing em ação, já que ele é PURO aquatico e o fera não CHUPA FERA!! -qq
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    Mensagem por Mr.Coal 08.04.13 22:07

    vc quer mil capitulos por dia?? lol UEHUEHUEHEUHEUHE

    eu çou um çer umano RUN/
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    Mensagem por Kaze 08.04.13 23:26

    /\ ata kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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    Mensagem por Mr.Coal 22.04.13 12:28

    Nos ultimos capítulos de S O U L M A T E S:

    S O U L M A T E S
    ソ ウ ル メ イ ト

    Opening
    Yui - Rain


    Nenhum personagem desta fic faz alusão à qualquer pessoa ou situação na vida real, é apenas um fruto de uma imaginação fértil demais. Qualquer semelhança é mera coincidência.

    Capítulo 9 – Aquele que Reencontra.

    Os últimos dias haviam passado em uma velocidade impressionante, avaliou Trevor Coal. Há algumas semanas ele estava descansando em um quartel general silencioso, apenas com seus pensamentos sobre as missões que estariam por vir. Pudera ele prever o futuro. Pouparia muitos esforços e dores de cabeça. E principalmente, pouparia algumas horas de caminhada.

    Finalmente chegara à capital naquela noite, e não esperou: foi direto à Academia, precisava tirar algumas histórias a limpo. As ruas estavam desertas, afinal, ao adiantado da hora, as famílias já descansavam sob as luzes de suas lareiras e jantavam felizes em suas mesas de carvalho polido. “Doce ilusão”, pensou Coal. Sorte era as deles por não participarem daquela guerra por poder que assolava Santa Cruz.

    Parou em frente aos portões de ferro da Academia. Conhecia a história daqueles portões, forjados por magos espirituais nobres de fogo da antiguidade. Os Coal estavam entre eles, mas não mais nos dias de hoje. A aversão pelas regras dos seus antecessores garantira isso. Atravessou o pátio central, com Soul em seus calcanhares.

    - Você não me explicou direito, Coal, o que viemos fazer aqui na Academia? A coroa está aqui?

    - É possível... – Coal não havia considerado a possibilidade. – Mas não é apenas isso, preciso encontrar uma pessoa. – continuou. Ao perceber a insistência de Soul, logo o corrigiu – Em breve você saberá quem é...

    Chegara ao portão principal. Abriu-o sem cerimônia e entrou no pátio da instituição. Como era noite, e os alunos estavam em seus dormitórios, tudo estava vazio e silencioso. Cada passo que a dupla dava ecoava nas altas paredes de mármore do salão. Ao alcançarem a escadaria principal, Coal parou.

    - Ah, finalmente vieram nos receber.

    - Desculpe não ir ao portão recebê-los, mas a noite está fria. – disse uma doce voz, que ecoava. Soul reconheceu a voz, mas não achou a fonte.

    - Não tem problema, Lu... Uma dama certamente não deve sair ao portão à noite. – Coal dialogava e gesticulava olhando escada acima. Soul olhou na direção onde Coal apontara e, onde deveria haver uma pessoa, havia apenas uma pequena abelha, que zumbia enquanto flutuava a alguns metros do chão. Infelizmente, não era aquela noite que conheceria a dona daquela bela voz.

    - O que trazem os senhores aqui? – disse a voz de Lucinhae.

    - Preciso resolver algumas coisas com meu sucessor. Tenho permissão para ir ao meu antigo escritório? – disse Coal, animado.

    - Sem problemas. Acompanhe-me, por favor. – a abelha voou escada acima.

    - Eu conheço o caminho, Lu – disse Coal – pode recolher seu espírito.

    - Já que insiste – disse Lucinhae, e a abelha desapareceu. Coal então acenou e Soul o acompanhou escada acima.

    - Já trabalho aqui há alguns anos, mas nunca vi a Lucinhae pessoalmente. – disse Soul, perplexo.

    - E nunca verá. – disse Coal – ela só se comunica através de seu espírito. Há quem acredite que ela é o próprio espírito, encarnado nesse mundo, sem corpo físico. Os alunos a adoram e ela é uma ótima mentora.

    - E no que você acredita? – perguntou Soul, sagaz.

    - Acredito que se ela for realmente um espírito, este espírito gosta muito de chá com biscoitos. – disse Coal, rindo-se – Ah, chegamos.

    O antigo escritório de Mr.Coal ficava logo no segundo andar. Havia meses que não estivera ali, e imaginara como aquilo tinha mudado com seu novo dono. A porta de Mogno escuro continuava a mesma, e destrancou ao receber o toque de Mr.Coal. O antigo dono olhou horrorizado para a porta. Normalmente, quando há mudanças de professores, toda a trava de reconhecimento espiritual é trocada para o novo usuário, mas a porta reconheceu o toque de Coal. Isso comprovava ainda mais tudo o que Coal temera desde que viera da antiga casa de seu avô.

    Abriu a porta com cuidado. O espaço pouco iluminado agora estava bem claro, mas não houve grandes mudanças. Sofás pretos ainda se espalhavam pela sala, entre armários e prateleiras suspensas nas paredes de granito escuro. Diversos quadros dos antigos possuidores adornavam as paredes curvas, como homenagens àqueles que passaram pela sala. Coal tentara remover aqueles quadros uma vez, mas eles simplesmente estavam fixos. Curiosamente, o seu não havia aparecido, como se a sala se recusasse a reconhecer um novo dono. Apesar disso, a sala estava vazia.

    - Espere lá fora, Soul. Se alguém aparecer, me avise imediatamente. – ordenou Coal, e Soul deixou a sala. Coal sentiu certa nostalgia em estar naquela sala. Foram bons os momentos que passou, tanto como aluno, quanto como Professor naquela instituição. Na verdade, nunca se sentiu muito como professor. Seus alunos o ensinavam tanto quanto ele os ensinava, e era desse sentimento que gostava.

    Olhou para a mesa cheia de objetos que estava na sala. Em cima dela, Coal encontrou uma placa que indicava o dono do local. Leu o nome inscrito em alto relevo e sentiu um sentimento estranho. O que aconteceria quando se encontrassem? O que seria dali em diante para esses dois. Coal não esperava receber uma notícia desse gênero na situação e no tempo em que se encontrava. Poderia mesmo este rapaz ser seu...

    - Irmão gêmeo? Sim, eu sou... – disse uma voz, próxima.

    Coal levantou a cabeça e olhou horrorizado para a poltrona antes vazia que ficava próxima à mesa. Um rapaz sentava-se ali. Bem arrumado, com calças e sapatos brancos, vestindo um suéter cor de vinho, segurava um jarro e enchia um copo de um líquido âmbar. Em sua cabeça viam-se cabelos muito negros, que contrastavam com sua pele clara.

    Quando encarou Coal, um par de olhos vermelhos encarou os seus igualmente rubros.

    - Aceita um pouco? – disse, calmamente.

    - Pelos deuses... – Coal estava horrorizado. – Esses olhos... quem, quem é você?

    - Eu sou Maurik Evil, conhecido aqui na instituição por Mr.Evil, substituto de Mr.Coal – disse, levantando-se e estendendo a mão em um cumprimento. – Mas, devido às circunstâncias, podemos dizer... Que eu sou você!

    Coal deu um passo para trás em um estado de choque. Os olhos do rapaz eram exatamente os mesmos que o encarava no espelho todas as manhãs. Estes olhos não poderiam ser herdados de outro senão Alexo Coal.

    Maurik Evil relaxou a mão, que ainda esperava o ansioso aperto. Sentou-se novamente, posou o copo que segurava e olhou novamente para Mr.Coal.

    - Incrível, não é? Como apenas um olhar, uma única característica corporal, pode dizer tanto sobre a gente. Você e eu somos tão diferentes um do outro. Você tem a pele escura dos Coal, toda essa imponência régia, a mesma que Alexo carregava, sempre mostrando-se superior, sempre em sua razão. Eu sou o oposto. Meu pai sempre disse que eu era um menino elegante, contido, até passava despercebido. Isso é verdade, as pessoas acham isso. – ria-se ele – Até verem, é claro, estes olhos. Olhos que amaldiçoam meu nome e minha credibilidade.

    Coal sentiu o peso da verdade em suas palavras. Passado o choque inicial, pôde reparar em tudo o que ele havia dito. Mas, estaria seu avô certo sobre isso? Eles eram tão diferentes, exceto pelos olhos. Aqueles olhos não podem ser copiados ou adulterados. É o sinal de um membro da família Coal.

    - Você fala de nossa reputação, mas não sente raiva disso... – concluiu Coal.

    - Não há porque sentir. Eu pesquisei sobre a família, pesquisei sobre seu pai. Hoje eu entendo tudo o que ele fez, por mim e por você, então não há como odiá-los. Eu não senti a necessidade de te procurar até que descobri a verdade sobre nosso nascimento, e então resolvi vir encontrar você.

    - O que há no nosso nascimento? – Coal se interessara – o que aconteceu naquele dia? Por que nós, que nascemos do mesmo ventre, não pudemos ficar juntos?

    - É uma história complicada. Mesmo quando meu pai me contou, em seu leito de morte, eu não pude acreditar. Passei meses para entender e anos para criar coragem para concretizar minha missão. – disse Evil.

    - Missão? O que seu pai lhe disse, exatamente? – perguntou Coal.

    Mr. Evil olhou novamente para Coal. Pegou a jarra, encheu novamente seu copo, bebeu um pouco mais daquela estranha bebida e retomou sua história.

    - Inicialmente, nós éramos uma só pessoa. – disse, pousando o copo de volta na mesa – Um único ser humano. Mas houve um problema no nosso nascimento. – Ele pausou para apreciar a bebida - Alexo Coal amava demais sua esposa. Era para ela que ele vivia e lutava todos os dias. Viviane De La Rosa era uma bela mulher, tinha um forte temperamento e era uma mãe exemplar. Eles tiveram um filho antes da gente, chamado Edward.

    - Sim, meu irmão Ed. – disse Coal, ouvia com ternura os fatos sobre sua família, como se sua consciência estivera lhe dizendo.

    - Então. – continuou Evil – Cinco anos após o nascimento de Ed, sua mãe sofreu um acidente. Foi atacada por um tigre nas imediações da antiga casa dos De La Rosa, enquanto brincava com seu filho. O animal veio para atacar a criança, mas ela a protegeu de um arranhão, levando o golpe na barriga. Por sorte, Alexo chegava na hora e ouviu a confusão. O tigre não teve a mínima chance, afinal ele era um exímio lutador espiritual.

    - E se era – Coal lembrava-se pouco do pai. Mas gostava das poucas lembranças que tinha.

    - O corte foi profundo. – disse Mr.Evil – Mas não seria um problema tão grande se ela não estivesse grávida. É aí que a gente entra. A gravidez impediria que o corte cicatrizasse e ela iria perder o bebê ou morrer no processo. Alexo nunca permitiria que sua amada esposa morresse. E ela não queria que o bebê se perdesse. Ela queria que Alexo a amasse ainda mais e seus filhos eram frutos do seu amor. Alexo precisava de uma cura rápida, e, para nossa infelicidade, ele achou. O curandeiro era eficiente, mas para a ferida de sua esposa ele precisaria que o corpo dela tivesse mais poder. A solução foi a coroa de Bennu. Mas é aí que a história toda fica estranha.

    - Estranha? Como assim – perguntou Coal. Mr. Evil servira mais um copo da bebida e Coal agora aceitou sua oferta e se juntou a ele.

    - Aquela foi exatamente a época em que a coroa havia sido construída pelos Línea. Mas como alguém saberia da existência do poder da esposa do Sr. Línea?? Ela tinha morrido há poucos anos e a coroa tinha acabado de ficar pronta. Se eu conhecesse apenas um lado da história, acharia que a coroa tivesse sido feita por demanda.

    - Espera aí – Coal estranhou a ultima narração de seu gêmeo – Como você sabe sobre a criação da Coroa? Como você sabe que ela não é antiga?

    - Eu explicarei a diante, por favor, acalme-se. – disse Evil – O curandeiro fez a dona Viviane usar a coroa durante o processo de cura. O preço do curandeiro era a própria coroa. O ferimento foi sarado, Alexo Coal estava satisfeito e o pagamento foi feito. Mas aí veio o nascimento do menino. E algo estava errado. O menino tinha duas cores de pele, e um poder espiritual impressionante. A longo prazo, isso poderia ser prejudicial para a criança, então este poder precisaria ser drenado. O curandeiro foi consultado novamente, e, para que a parte branca fosse separada de sua parte negra, ele precisaria de uma segunda coroa, que neutralizasse a primeira. Coal utilizou todos os seus contatos e conseguiu construir algo que pudesse fazer esse trabalho. E mais uma vez o trabalho foi feito. E lá estávamos nós. A Sra. Viviane ficou desacordada por meses, desde o nosso nascimento, então ela não pôde evitar. Embora estivéssemos separados, nossa maldição não havia sido completamente anulada. Só de estarmos próximos um do outro gerava uma reação em cadeia em regiões mágicas próximas à casa. Então tivemos que ser separados. Hoje temos maior controle dos nossos poderes, então não ocorrem tantos problemas, mas naquela época deu um trabalhão, pelo que soube.

    - Então foi isso...pelos deuses... – disse Coal, perplexo.

    - Pois é... Eu fui entregue aos Evil, que eram amigos dos Coal na época. Eles me adotaram e me acolheram, já que meu pai não podia gerar filhos biológicos. Ambas as famílias eram nobres que foram rebaixadas à famílias normais, então nossa criação teria sido quase a mesma, se não fosse pela teimosia do Sr. Alexo.

    - Teimosia de meu pai? O que ele fez?

    - Ele não pagou o curandeiro com a nova coroa – disse Maurik – Na verdade ele pagou e a tomou de volta. Ele descobriu os planos do curandeiro para os poderes da coroa e não quis que o destino de nosso país estivesse envolvido nisso. Após roubá-la, ele a entregou a meu pai. Esse roubo custou a vida dos dois, infelizmente.

    - Dos dois? Mas seu pai estava vivo até alguns anos atrás, pelo que você falou.

    - Sim, foi Alexo Coal quem sofreu a primeira retaliação. Logo depois que o curandeiro descobriu o roubo, ele foi atrás de Alexo Coal, que já o esperava. Eles lutaram e, pelo que parece, Coal não saiu vivo. Procuraram pela família de vocês e vocês já tinham desaparecido, sua mãe estava grávida pela 3ª vez e ela não poderia correr tal risco, Alexo sabia disso. Só se ouviram falar dos Coal novamente anos depois, quando Edward entrou para a Academia. Ele não voltava para casa nas férias ou feriados e ficava sob a proteção do conselho. Creio que você também passou por isso.

    - Sim, é verdade. Mamãe nunca disse o real porque, mas ela assegurava que era para nossa proteção, e porque nossa família era injustiçada com a sociedade da Capital. – disse Coal, relembrando.

    - Minha família também se escondeu por muito tempo. Até que eu tive que freqüentar a academia também. Para nossa sorte, trabalhamos em áreas diferentes desse campus, e a direção garantiu que nunca entrássemos em contato. Tudo ficou tranqüilo por alguns anos, até que eles descobriram a nossa localização e bem, meu pai sofreu com isso. Mas eles também não pegaram a coroa, meu pai a fez se teleportar para um local desconhecido. O problema é que...

    - ...Meus agentes já a encontraram! – disse Coal – Eles podem correr perigo!

    - Sim, e eles também pode já ter destruído, como você ordenara... Ou eles podem estar mortos, por um dos agentes do curandeiro. – disse Evil, sombrio.

    - E esse curandeiro, quem é?? – perguntou Coal, nervoso.

    - Eu nunca soube. Ele vive nas sombras desde sempre, alguém que só Alexo Coal poderia ter acesso. Acredito que ele nem tenha agido pessoalmente na morte de meu pai... – Evil se levantou, nervoso. – Algumas testemunhas viram um homem de jaleco, algo como um Doutor, próxima a nossa casa no dia da morte dele... Meu pai sempre esteve doente, então era normal a presença de um médico lá em casa, mas...

    - Não poderia ser o médico de vocês?

    - Não... eu estava me consultando com ele neste dia. Meu pai já havia me contado tudo que ele podia, e eu queria descobrir se a minha biologia era normal. Infelizmente quando cheguei em casa, ele já estava morto.

    - Sinto muito... – disse Coal, tentando amenizar a situação.

    - Não há o que sentir, não tinha como evitar... mas eu ainda posso fazer este assassino pagar! Acredito que eu esteja perto de achar ele. Aliás, você estaria mais perto do que eu. Você tem um doutor no seu time, não tem?

    - Sim, mas não é do conhecimento da Academia. Ele prefere o anonimato e... Espere aí, como diabos você conseguiu saber disso!! Você parece saber coisas demais, coisas que só eu saberia! - disse Coal, já nervoso.

    - Entenda, eu... eu sou parte de você!! Por algum acaso, compartilho seus pensamentos. Pelo que eu pude entender, eu fui a parte que foi removida de você. Não era para existir. Tudo que há em mim deveria haver em você, mas tudo isso foi retirado à força de você... Desculpe por isso – disse Mr.Evil, desconcertado.

    - Não há com o que se preocupar, rapaz – Coal falava como se ele fosse mais velho que o rapaz – Mas, agora que sei disso tudo, mais que nunca preciso destruir essa coroa! Ou melhor, as duas!

    - Uma só já basta! A outra não pode ser usada por um ser humano, nela contém muito poder... – disse Mr.Evil – eu estive estudando esse tempo todo sobre isso, e apenas a parte que Alexo Coal construiu pode reter seu poder e assim fazer com que ela se torne usável para os humanos.

    - Então só temos que destruir aquela que meu grupo achou... Bem, não devemos perder tempo, vamos logo encon...

    BUM!!!

    A explosão interrompeu a conversa calorosa que os dois estavam tendo. Olhando de uma das janelas, uma coluna de fumaça manchava de cinza claro o céu noturno.

    - Ah, outra explosão... há algo ocorrendo nos limites da cidade. – disse Mr.Evil, displicente – Houve algumas explosões mais cedo, mas nenhum chamado foi feito para a Academia, não deve ser algo sério.

    - Não... – Coal olhava pela janela, estarrecido. Eu sei de onde vem aquela explosão. – reconhecera a região de onde vinha toda a fumaça. Antes de se tornar comandante do Shiny Squad, ele olhava daquela janela, imaginando como estaria a construção de sua nova casa.

    - De onde vem então?

    - Do quartel general! O meu time está lá! – disse Coal – Venha, precisamos ajudá-los.

    - M-mas, no que poderei eu ajudar? – disse Mr.Evil, apreensivo.

    - Aposto que em muito, afinal, você sou eu! – disse Coal, enquanto saía da sala.

    A claridade do corredor cegou os olhos de Mr.Coal momentaneamente. Parou e olhou em volta, com Mr.Evil em seu encalço. Deveria ter encontrado Soul esperando ali, como ordenada, mas não encontrou ninguém.

    - O que lhe perturba? – perguntou Maurik Evil.

    - O Soul... Ele deveria estar aqui – disse Coal – Você não passou por ele quando entrou?

    - Eu estava dentro da sala... mas eu me camuflo fácil, então vocês não devem ter me visto. – disse Evil, desconcertado.

    Coal estranhou a situação. Ainda sentia a aura espiritual de Soul pelo corredor. Andou em direção à escadaria de descida e viu algo. Ao se aproximar, viu que era um corvo negro.

    - É um sinal do Soul, ele vai nos guiar. – disse Coal. O corvo os levou prédio a dentro, contornando os corredores e salões da imensa Academia. Passaram pela ala Leste, onde as salas de aula ficavam, e se dirigiram ao prédio Norte, onde, até onde Coal lembrava, era o setor da Administração.

    Em um pátio amplo perto do prédio Norte, Coal ouviu um baque surdo logo atrás dele. Quando olhou para trás, Mr.Evil jazia no chão.

    - Evil! – gritou. Aproximou-se do corpo caído do rapaz e tentou reanimá-lo, mas foi em vão. - Quem está aí? – perguntou ao nada. Nada foi respondido.

    Ao invés de uma resposta, um espírito surgiu do nada. Um animal grande, com uma pelagem luminosa e dourada. Sua majestosa juba iluminava todo o pátio ao redor. Ao lado de onde o espírito aparecera, uma labareda queimou no ar, e um homem se materializou. Vestido em uma roupa formal, comum para sua personalidade, o homem trazia consigo um segundo corpo desacordado, este que Coal reconheceu na hora.

    - Ora, Mr.Coal, finalmente veio nos visitar... achei que fôssemos perder seus serviços para sempre.

    - Maldito, o que fez com o Soul? – disse Coal, se levantando.

    - Ah, ele só está dormindo – disse o homem, lançando o corpo desacordado de Soul no chão – ele acordará em breve, eu acho.

    - Não entendo... para que tudo isso, Ehroe? – dizia Coal, mostrando os dois amigos inconscientes.

    - Nós precisamos conversar... sobre negócios. – disse, dando alguns passos em direção a Coal. Seus olhos brilhavam em um tom de um vermelho perigoso – Mas será apenas entre eu e você.



    continua...




    Ending
    Royz - MASK

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    Mais um capítulo aí pessoal, mais cedo do que todos imaginavam [+14] S O U L M A T E S - Página 2 534588 estamos chegando ao(s) clímax(es) da nossa magnífica história, agora a porra vai ficar séria *0* O capítulo pode estar com alguns erros, mas é por causa do notebook, esse teclado é horrível... mas enfim, boa leitura pra vocês [+14] S O U L M A T E S - Página 2 936

    até mais õ/
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    Mensagem por Kaze 22.04.13 14:24

    Que foda *-* sdds kaze na historia hauahuaaha

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