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    Mensagem por Mr.Coal 13.02.12 23:56

    S O U L M A T E S
    ソ ウ ル メ イ ト

    [+14] S O U L M A T E S EpCAm

    Prólogo.

    - Por Deus, o que é isso? – perguntou o jovem. Já havia visto coisas estranhas, mas algo igual aquilo era raro de aparecer. Um objeto elíptico atravessou sua janela no meio da noite. Não bastasse isso, o aro brilhava como a luz do sol e silvava com o som de uma serpente.

    Tentou apará-lo com a mão, mas era quente demais para ser tocado. Tentou cobri-lo com um pano de seda mas, misteriosamente o pano dissolvera-se em cinzas. Chamou seus irmãos.

    - Que foi Zeca? – Dinho chegava em seu quarto. Era um rapaz esguio, com forte expressão nos rostos e muito inteligente. Era um dos quatro irmãos da tradicional família Línea. Seu irmão, Zeca, era um rapaz grande, com braços fortes e cicatrizes profundas que lhe lembravam das batalhas que travou. Observou o objeto – Como isso veio parar aqui, Zeca?

    - Não sei Dinho... Atravessou todos os campos defensivos da casa e quebrou minha janela.
    A casa dos Línea era pura tecnologia. Todos os descendentes tinham uma formação tecnológica afiada e eram muito inteligentes. Era uma das casas mais protegidas de todas, uma fortaleza impenetrável. Acima da terra, os dormitórios. Abaixo da terra, os negócios.

    - É coisa inimiga, Zeca. Devemos alertar os dróides. – disse Dinho, assustado. Zeca chegou mais perto e observou o objeto, ignorando o irmão.

    Era um aro dentado por dentro, como uma peça de encaixe. Tinha inscrições das quais não conseguia ler. Era antigo, e não era tecnologia, mas ele achava o objeto belíssimo. Sacou luvas de metal e pegou-o com as mãos.

    - Mary, acione os Dróides, um objeto desconhecido penetrou nossas defesas! – Dinho gritou escada abaixo.

    - Não parece fazer mal, veja irmão... – Zeca estava deslumbrado. O aro zumbia mais alto agora que o segurava perto dos ouvidos. Imaginou se aquilo era uma coroa. Dirigiu-o à cabeça.

    - Eu não faria isso se fosse você, meu rapaz. – disse uma voz, e Zeca olhou ao redor. O aro a caminho de encontrar o crânio.

    O vento correu pela janela aberta. Uma capa preta esvoaçou rapidamente, e um pingente dourado brilhou à luz do objeto reluzente... Era isso que conseguia visualizar. Era o suficiente. Conhecia bem o dono daquele pingente. Seu nome já fora proferido em todo o país, uns com admiração, outros com ódio.

    - C-como entrou aqui? – Zeca olhou em volta. Seu irmão não estava mais ali. – O que quer de nós??

    - De seus irmãos, nada... só quero o que é nosso de direito. – disse o homem à janela. Deu um passo à frente e a luminosidade do aro o alcançou. A pele negra como a noite, os olhos vermelhos e brilhantes como o sangue, vistos através dos óculos escuros. A descrição era precisa. Zeca estava diante de alguém perigoso.
    O homem levou a mão ao rosto e retirou os óculos. Guardou-os no bolso, fechou os olhos e proferiu palavras:

    - Legend, quod fit figura Bestia Igni! – de imediato, um animal gigante materializou-se ao lado dele. Zeca sentia o animal, mas quase não o via completamente na escuridão do quarto, apenas seus olhos eram visíveis. Possuía olhos amarelos e malignos e, em toda a extensão do corpo, se arrastava uma pelagem negra. Mesmo negro, seu pelo tinha um brilho magnífico, como se chamas dançassem no corpo do animal. O espírito parou ao lado do homem, e olhava ameaçadoramente. – Ataca! – ordenou.

    Rápido como um relâmpago, o animal projetou-se para cima de Zeca. Sem tempo para chamar seu espírito, ele apenas chamou por ajuda mentalmente e fechou os olhos. Braços não o protegeriam, mas mesmo assim tentou. A besta transpassou suas mandíbulas flamejantes por entre Zeca, mas seu corpo não queimou. Caiu no chão, assustado e baixou os braços para ver o que tinha ocorrido. Nada. Seu corpo estava intacto, assim como seu quarto, e a noite permanecia quieta. Olhou para a janela.

    - Está conosco. – Informou o homem a alguem. Subiu o parapeito da janela aberta e se preparou para saltar. Atordoado, Zeca levantou.

    - Porque não me feriu?? – perguntou. Estranho entrarem em sua casa e só levarem aquilo. – Só queria o objeto?

    - Sim, só o queria... Além do que, pra que sujar a honra de meu espírito matando um Línea? – respondeu ele, sorridente. Seus dentes eram brancos como a luz. Saltou através da janela para um possível suicídio. Zeca torceu para que morresse.

    Correu até o parapeito e olhou para baixo. Não havia nada, nem animal, nem homem.

    - Maldito!! Veio, nos roubou e tirou nossa honra!!! Tem minha vingança, Mr.Coal!!! – gritou aos ventos.
    O eco soou para a silenciosa noite. Segundos depois uma agitação chamou a atenção de Zeca para o jardim abaixo.

    - A gente manda um cartão de natal! – gritou uma voz. Zeca olhou... Dez toneladas de ferro puro locomoviam-se como um gigante pela propriedade Línea. Em cima dele, rodeado de controles e painéis, um jovem com cabelos em moicano acenava alegremente enquanto ia embora. Zeca não sabia quem era, mas fosse quem fosse estava do lado do bandido que atacara à noite. O Gigante metálico afundou na terra abruptamente e desapareceu. Sem saber ainda o que havia acontecido, Zeca saiu a passos apressados de seu quarto, gritando pelos irmãos.

    continua...



    "E eis que chega aquele que reúne."





    Oi gente, mais uma fanfic que estou começando aqui... alguns nomes e descrições vocês vão conhecer no caminho... Lembro que nenhum personagem da fic faz alusão à qualquer pessoa ou situação na vida real, é apenas um fruto de uma imaginação fértil demais... Estou me empenhando bastante nessa fic, dividirei ela em temporadas pra ficar mais facil de eu postar... os cap vão sair em +/- 15 dias cada (sim, meu tempo é escasso)... ah, os caps vão ser mto divertidos, vão ter abertura, encerramento e td mais, tomara q o povo goste ;P mais tarde trago o Capítulo 1, deixei o prólogo só para vocês sentirem um gostinho [+14] S O U L M A T E S 534588

    até daqui a pouco [+14] S O U L M A T E S 936
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    [+14] S O U L M A T E S Empty Re: [+14] S O U L M A T E S

    Mensagem por Waterking 14.02.12 1:05

    me fez ler e agora nao posta o proximo capitulo [+14] S O U L M A T E S 728225 gogo =D até agora prendeu minha atençao!
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    [+14] S O U L M A T E S Empty Re: [+14] S O U L M A T E S

    Mensagem por Mr.Coal 14.02.12 11:32

    S O U L M A T E S
    ソ ウ ル メ イ ト

    Opening
    Tommy Heavenly6 - Heavy Starry Chain

    Nenhum personagem desta fic faz alusão à qualquer pessoa ou situação na vida real, é apenas um fruto de uma imaginação fértil demais. Qualquer semelhança é mera coincidência.

    Capítulo 1 - Aquele que Reúne.

    Factor subia as escadas relutante aquela manhã. Aquela ação estava quase se tornando rotineira no quartel general do recém formado esquadrão. Shiny Squad, gostavam de chamar. O nome era apenas uma proteção, para aqueles que o ouvirem não imaginar quão grande era aquilo. Sim, grande era a palavra certa. Só o quartel general era um prédio de 10 andares, Cinco andares só para eles, com um total de vinte suítes, área de treinamento, esportes... tudo que precisavam estava ali. O restante era a área tecnológica e de pesquisa, onde Factor preferia ficar. Como um descendente dos poderes da terra, era normal querer ficar no chão, ou mesmo abaixo dele.

    Chegara finalmente ao sexto andar e bateu à porta metálica do quarto coma a chave de fenda que levava à mão.

    - Ei, acorda ae Coal, seu preguiçoso... – tentava, sem sucesso fazer o dia começar naquela casa. Coal ouviu o objeto metálico bater contra sua porta insistentemente.

    - Me deixa dormir, maldito!

    - Levanta cara, o pessoal já chegou, tem gente lá embaixo.

    - Pessoal? – Coal levantou-se assustado. Era verdade, tinha marcado a reunião para aquele dia. – Pô Factor, porque você não me chamou antes?? – levantou correndo e foi se arrumar.

    Trevor Coal era filho da quarta geração dos Coal, uma tradicional família da região sul de Santa Cruz, país onde viviam. Preferia ser chamado apenas pelo seu sobrenome, Coal, pois era a parte do seu nome que o ligava a seu pai. Olhou-se no espelho. Seu rosto estava todo amarrotado da noite dormida, e viam-se pesadas olheiras escuras sob os seus olhos vermelhos.

    Lavou o rosto rapidamente e abriu a porta para Factor entrar. Ele é um dos membros de sua equipe que convocara semanas antes para uma reunião, mas, por estar sem casa fixa, resolveu se juntar à Coal de imediato. Parando à porta, Factor observou o caos instaurado naquele quarto. Roupas jogadas pelo chão, lixo em cima das cabeceiras da cama. Não que ele fosse organizado, mas aquele quarto estava precisando urgentemente ser limpo.

    - Depois peço pra camareira vir limpar – disse Coal, lendo seus pensamentos. Ainda correndo pelo quarto, continuou a falar – Todos eles já chegaram??

    - Sim... acho que sim. Os novatos ainda não se deram conta de que tem gente na casa, devem demorar um pouco a descer. – disse Factor, displicente. Puxou o cachimbo de um bolso lateral e encheu-o com a erva usual. – Coal, fogo?

    Coal parou a meio caminho de uma estante e sorriu. Levantou um dedo, que pegava fogo e lançou a chama com um peteleco. A pequena labareda voou e Factor a aparou com o cachimbo.

    - Então, quem mais virá hoje?? Alguém diferente? – disse, saboreando a fumaça.

    - Alguns antigos amigos apenas... da época da escola... não sei se você conhece todos – respondeu Coal, de um cômodo anexo. – Não consegui contatar todos, e alguns estão mortos... Mas os que eu chamei são suficientemente úteis para o nosso propósito.

    - Ainda não sei pra que tudo isso. – disse Factor – tá, eu até estava precisando de um emprego e tal, mas qual o objetivo desse grupo, dessa reunião??

    - Você vai saber no tempo certo, Factor – disse Coal, aproximando-se – E então, como estou?? – disse mostrando sua roupagem.

    - Tá a cara do seu pai – disse Factor, rindo. O pai de Coal era Alexo Coal, e foi um dos homens mais temidos e mais odiados de sua época. Morreu em uma missão, a serviço do conselho. Coal entendia muito bem o trabalho de seu pai, e sabia que boa coisa ele não praticava, mas mesmo assim Coal o adorava. Foi dele que herdara seus poderes.

    - Essa é a idéia. Alexo tem muita influência por aqui e devo ser como ele. – disse Coal.

    - Alexo? Agora chama seu pai pelo nome?

    - Meu pai e Alexo eram a mesma pessoa mas tinha modos de agir diferentes. Meu pai amava a família, mas, quando se tornava Alexo, não amava nada nem ninguém. – as lembranças acenderam a mente de Coal. – Bem, vamos descer para tomar café... A Rafa já voltou?

    - Voltou ontem à noite, logo depois que você foi deitar. Estava daquele jeito que você sabe né, até fiquei meio longe – disse Factor, com um pouco de receio.

    - Depois falarei com ela... onde está indo? – perguntou Coal ao ver Factor tomar a direção oposta.

    - Não é por ali não?? – perguntou ele confuso – cara, eu ainda não me acostumei com esse prédio.

    - Tem que tomar cuidado pra não se perder... Maluco do jeito que você é, vai acabar lá no terraço, enquanto tenta chegar no subsolo – disse Coal rindo. As primeiras horas da manhã estavam tranqüilas naquele dia, sinal de que iriam piorar. Quando começavam turbulentas geralmente se acalmavam mais tarde. E não demorou muito para Coal perceber que tinha razão.

    Era quase nove da manhã quando Coal olhou no relógio da sala, enquanto passava apressado por ele. Coal se surpreendeu ao ver quem o esperava no Hall.

    Um rapaz com seus dezoito anos, magro e de pele morena, vestindo uma longa capa negra. De personalidade obscura, aproximou-se e fez uma pequena reverência.

    - Soul, caro amigo... – disse Coal com um sorriso aberto. – Não achei que fosse chegar tão cedo. Estava indo pra sala de reuniões. – falou para o rapaz.

    - Tava indo te acordar, nem vi o Factor sair da sala de reuniões. – disse Soul. Sua voz sombria ecoava estranhamente pela sala.

    - Vamos, vamos, não posso deixar os outros esperando... – disse ele, convidando Soul a acompanhá-lo.
    A sala de Reuniões era um salão amplo e circular, com paredes de pedras negras, decorada com os vinte estandartes das famílias que compunham a corte de Santa Cruz. O número de famílias era menor que antes, mas muitas cresceram, e outras foram removidas. Os Coal não estavam entre eles.

    No centro do salão encontravam-se, ao redor de uma enorme mesa de mogno, cinco jovens dispostos aleatoriamente. Ao ver Coal entrar, o rapaz que estava sentado no lado oposto da mesa, se adiantou.

    - Ora ora, se não é Mr.Coal... mas que incrível falta de educação, deixar a gente esperando. – falou seriamente. O rapaz possuía uma expressão rude e suas linhas do rosto eram rígidas. Parecia que havia tempos que não sorria.

    - E você como sempre com um ótimo humor, não é mesmo Kakashi? – disse Coal, enquanto sentava-se à mesa. – E receio dizer que está mais cedo que o horário que combinamos.

    - Todos chegaram mais cedo, Coal – disse Kakashi – e não quero perder meu tempo nesse lugar imundo, tem como você ir direto ao ponto?

    - Sempre impaciente... - disse Coal, ajeitando a papelada que havia trazido consigo – antes de tudo, quero saber se trouxeram o que eu pedi. – e olhou pela sala à procura de respostas.

    - Ah sim, trouxe – disse o que se sentava à esquerda de Kakashi. – Meu pai me encheu de perguntas quando fui retirar o livro da biblioteca da família.

    - Obrigado, Waterking... – disse Coal apanhando um livro de capa dourada incrustada de rubis. O livro parecia velho e desgastado.

    - Mas ainda não entendi pra que você quer isso, Coal. – disse Waterking, incomodado - Me deu trabalho tirar isso da biblioteca, é caro e é relíquia de família...

    - Você vai saber no tempo certo, se acalme. Cyber, bem vindo... Trouxe o mapa? – perguntou Coal rapidamente ao homem de pé à direita. Era corpulento e estava coberto com uma grossa capa feita com peles brancas. Tinha uma feia cicatriz no pescoço e olhos azuis bem claros e vivos.

    - Aqui está. – disse, retirando um pequeno mapa de um bolso.

    - É o original? – Perguntou Factor com interesse.

    - Não, é apenas uma cópia, o original não existe mais... foi queimado no Grande Incêndio de Northerns – explicou Cyber.

    - Hum... ótimo, creio que esta versão irá servir, obrigado Cyber. – disse Coal. – Fera, você? – e olhou para um rapaz que brincava com um filhote de crocodilo que trazia a tiracolo - Ah, Fera, eu disse que não era pra trazer animais!!

    - Não consegui deixar esse Coal, tinha acabado de nascer quando eu vim pra cá... ele não vai dar trabalho, não esquenta – disse Fera, que parecia ter seus trinta anos e vivia com roupas sujas e de segunda mão... Mesmo sendo filho de um dos Lordes de Santa Cruz. Renegado pela família, agora ele vive com uma criação particular de crocodilos.

    - Ora, se for assim terás que me deixar trazer meus lobos, Coal, deixei-os no criadouro da cidade. Se o crocodilo fica, mandarei buscar os meus. – disse Cyber, impaciente.

    - Pelos deuses... ok, Cyber, traga os lobos, nós arrumaremos as instalações pra eles. Fera, e as informações?

    - Segundo os registros da minha família, nenhum roubo de relíquia foi relatado nesse ano ainda... E como você soube que eu ainda tinha acesso...?

    - Eu sei de muitas coisas, Fera, muito mais que a maioria. Bernardi, conseguiu falar com o conselho? – disse, virando-se para quem estava sentado ao lado de Fera. Bernardi, ainda parecia ter seus quinze anos, apesar de já ser membro do Conselho de Santa Cruz, bem como Coal e Soul. Abriu a mochila e tirou um grande arquivo.

    - Estão aqui, o Ehroe disse que se é para o bem desse novo grupo, por ele tudo bem, mas que ele vai querer saber de todos os detalhes depois.

    - Ah, o Ehroe sempre quer saber de tudo, sorte que cabe a mim compartilhar ou não as informações. – disse Coal, olhando rapidamente os arquivos. – Depois eu vejo isso com calma... Factor, leve tudo para o outro salão... Vocês, me acompanhem... Antes de tratarmos do assunto principal, preciso fazer algumas apresentações.

    - Era pra eu ter trago algum suvenir também? – disse Kakashi, sarcasticamente.

    - Não, Kakashi... Eu fui inteligente e só pedi pra aqueles que fazem as coisas com boa vontade. – respondeu Coal, saindo da sala. Os outros o acompanharam.

    Coal os guiou pelo prédio até outra sala. No caminho passaram por vários quartos e compartimentos, até que chegaram numa porta branca onde se lia “Refeitório”. Coal abriu a porta sem cerimônias e revelou um lugar com um ótimo cheiro de pães e bolos, e com um pequeno grupo sentado à uma mesa, tomando café da manhã.

    - Gente, bom dia! – todos se viraram e dera atenção a Coal. – Como eu falei pra vocês na semana passada, alguns novos agentes chegariam para fechar o grupo do Shiny Squad. Estou aqui para apresentá-los a vocês e apresentar vocês a eles – eles se olharam por breves momentos e cochicharam entre eles. – vocês devem conhecer alguns deles, os que são famosos principalmente, mas vou apresentar mesmo assim... O primeiro é...
    Coal olhou para os seis que ele trazia verificando quem deveria ser o primeiro. Jogou a piedade para o lado e escolheu o kakashi.

    - Este aqui é o lutador famoso Luke Kakashi... sim o famooooso Kakashi – disse sarcasticamente ao ver a exasperação dos presentes – Como já foi informado por aí, ele vem de uma família de elementos Fogo e está aqui para nos ajudar, não é mesmo, Kakashi?

    - Se você diz... – disse ele, sem graça. Coal passou ao próximo, que era Soul.

    - Este é Brian Silver, membro do Conselho da Academia de Santa Cruz. Seu nome no esquadrão é Soul, e sua família tem elemento Ar. – Soul fez uma curvatura para o pessoal sentado à mesa.

    - Este é Leonardo Bernardi, e é herdeiro da única família nobre do elemento Terra, os Bernardi. É o membro do Conselho mais jovem até agora e está aqui para nos dar suporte.

    - Prazer em conhecer, pessoal – disse Bernardi, acenando.

    - Waterking, cujo nome verdadeiro é Jhonatan Rivers, filho de Marcus Rivers. Seu pai é tesoureiro nacional e herdeiro de uma das mais poderosas famílias do elemento Água de Santa Cruz... Ele está conosco sem permissão do pai, portanto, preciso de sigilo completo com esse assunto... Aquele que violar o sigilo será preso, e eu mesmo assinarei o mandado.

    - Obrigado Coal – disse Waterking, desconcertado – conto com vocês, gente.

    - Elton Rodriguez, ex-membro da família nobre Rodriguez, do elemento água. É um mestiço e por isso foi banido, e agora tem uma criação de crocodilos nas terras secas do Nordeste de Santa Cruz, e por isso chamam ele de Fera. Já tem quanto tempo isso, Fera, uns vinte anos?

    - Talvez mais, eu não lembro. Então, oi gente! – disse ele, despreocupado como sempre.

    - E, por último, aqui temos João Manoel Neves, que atendeu meu chamado lá de Northerns para se juntar ao nosso grupo... É chefe de uma família do elemento Água, muito prestigiada em Northerns, e conhecida aqui em Santa Cruz. Ele trouxe uma alcateia de lobos Siberianos, que é a raça de lobo que vem seu codinome Cyber.

    - Sim, sim, e não se esqueça de me ver os quartos para meus lobos, sim?

    - Pode deixar Cyber... – disse Coal, tranqüilizando-o – Bem, agora que já apresentei eles a vocês, queroapresentá-los também a eles, um a um.

    - Err, Coal, eu preciso mesmo ir, até mais – disse Kakashi, saindo repentinamente – Você já sabe como me perturbar, quero dizer, me encontrar então se tiver algo, só chamar. – e fechou a porta.

    - Bem, como estamos um pouco sem tempo mesmo, apresentarei os pupilos a vocês rapidamente. Levantem se gente, tenham respeito!! – pediu Coal.

    Os jovens se levantaram, alguns ainda resmungando. De longe se notava algumas figuras intrigantes, como o militar com um tapa-olho e o oriental de quimono tradicional. Até um que aparentava ter seus dez anos estava entre eles. Alinharam-se e esperaram a apresentação de Coal.

    - Bom, da esquerda para a direita temos... Nazo, o de farda e tapa-olho... Kaze, o nosso amigo ali de quimono... Ah, o Iunick, ele também é de Northerns, Cyber, talez você o conheça...

    - Não o estou reconhecendo no momento, mas percebi que ele era meu conterrâneo... essas coisas a gente sente. – disse Cyber.

    - Muito bem – continuou Coal – do lado do Iunick temos os irmãos Clydesdale, Loke e Sora... Loke já trabalhou conosco anteriormente, mas este é o primeiro ano de seu irmão Sora, ele acabou de entrar no Instituto. Estamos confiando no sangue da família, sabe – e o menino se empertigou todo, orgulhoso. – depois temos Dr. Baratinha, o andarilho... Hirako Williams, filho da mais nova família nobre que, err... gentilmente resolveu nos ajudar, e por fim, o Sérgio, que foi nomeado pelos companheiros aqui de “Vida”, foi altamente recomendado pelo Factor, para ajudar com toda a parte bélica do quartel general. – Coal olhou de volta para os seus amigos para verificar a reação deles – e então, que acharam dos pupilos?

    - É, deve servir – disse Fera, ríspido – desde que eles não fiquem no nosso caminho... – disse, e virou-se para a porta, mas logo deu de cara com o rapaz de quimono, o mesmo que fora apresentado por Coal. Dessa vez, ele repousava as mãos em sua Katana. – Mas como você...

    - Por favor, Coal, peça para seu amigo não subestimar nosso poder... Não estamos aqui à toa, sabe.

    - Oh... temos alguém esquentadinho aqui Coal... qual é o seu nome mesmo garoto?? – disse Fera, sarcástico.

    - Kazehaya Yamagishi... Muito prazer, Sr. Fera – disse Kaze, cordial.

    - Vou me lembrar do seu nome moleque... agora saia da minha frente.

    - Já chega – interveio Coal – Kaze, volte para o seu lugar e Fera, fique mais um pouco, ainda não terminei.

    - Ahhh, até quando nós... – Fera foi interrompido por Factor, que acabara de voltar para a sala.

    - Foi mal gente... Coal, você tem um “assunto” te esperando lá na sala... o sinal tocou lá...

    Coal olhou apreensivo para Bernardi. Resolveu finalizar o tópico com sua equipe para poder resolver os outros problemas.

    - Bem gente, vamos ao assunto principal então... – disse e começou a andar pela sala – Como vocês devem saber, meu pai, Alexo, era um ladrão. Não é algo para se orgulhar, óbviamente... Ele dominava seus espíritos muito bem, mas não os usava para os fins mais corretos, como a gente faz aqui. O ponto é que, dentre as milhares coisas que ele roubou, uma delas é a Coroa de Bennu.

    - A coroa de Bennu?? A mais valiosa e poderosa relíquia das milhares de histórias de Santa Cruz?? Você realmente quer nos fazer perder nosso tempo, Coal – disse Waterking, perdendo a paciência.

    - Não só confirmo como digo que vi o artefato. Foi algumas poucas noites antes de ele morrer. Meu pai voltara do trabalho, mas nessa noite ele chegou fraco. E trazia um objeto enrolado em panos, uma coroa brilhante e gravada em runas... Minha mãe ajudou ele a se recompor, e eu a ouvi dizer que aquilo não podia ficar em casa... Eu era uma criança, não entendia o que era aquele objeto, mas depois de anos de pesquisa, eu entendi que se tratava da Coroa.

    - Ok, pera, deixa eu ver se eu entendi... – Interrompeu Factor – você reuniu quase vinte pessoas aqui, pra recuperar uma simples Coroa??

    - Não é uma simples coroa – disse Waterking – Meu pai já me contou diversas histórias sobre a Coroa de Bennu, e, se estivermos falando da real coroa ela pode dar um poder ilimitado a qualquer um que se submeta a ela. – e virando-se para Coal – mas Coal, segundo as lendas, a Coroa está desaparecida há muito tempo, e sequer há registros de que ela foi encontrada uma segunda vez. Não há maneiras de encontrá-la.

    - A não ser que... – Soul começou, receoso – Na verdade há uma maneira simples de se achar a Coroa...

    - A maneira que todos conhecemos para rastrear pessoas no nosso mundo... – disse Coal.

    - Identificação de espíritos?? – disse Waterking – Mas isso só seria possível se... – A inacreditável verdade encheu o rosto dos presentes. Waterking olhou incrédulo para Coal – Não, você não quer dizer que...

    - Sim... Alguém já se apoderou da Coroa. A Fênix foi revivida.

    continua...




    Ending
    ZZ - Pride Yourself

    NEXT: "E eis que chega aquele que descobre."



    YAY capítulo 1 ownando ae, espero que gostem [+14] S O U L M A T E S 534588 sim, a abertura e o encerramento é só a musica kkkkkkkkkkkk imaginem ae as imagens e panz, depois de ler o cap fica mais facil [+14] S O U L M A T E S 936 espero que curtam e, em breve, trago o capítulo 2 [+14] S O U L M A T E S 936

    comentem õ/


    Última edição por Mr.Coal em 21.10.12 19:30, editado 2 vez(es)
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    [+14] S O U L M A T E S Empty Re: [+14] S O U L M A T E S

    Mensagem por Mr. Evil 14.02.12 13:00

    Yooooooooooo
    Aê nii-san, ownou, mesmo hahaha
    Essa trama parece ser mt, mt interessante, curti demais haha.
    Parabéns ae, to no aguardo dos próximos hahaha õ/

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    Mensagem por Vidalokaon 14.02.12 15:13

    Muito foda Coal *o*,já to loko pelo próximo capítulo kkkkkk'
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    Mensagem por cyber1000 14.02.12 16:55

    nossa esse k eh o tao aguardado hein spaspokaopsapsa

    terei de ler......
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    Mensagem por Mr. Mudkip 14.02.12 19:53

    Muito bom Coal. Momento EDS

    Me responde uma pergunta: Tem alguma coisa em q vc não é bom??

    Tudo o q vc faz aki na shiny dá show... PS nem se fala. Precisa dizer mais nada né. Continua q a fic tá boa!

    Congratulations
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    Mensagem por Kaze 14.02.12 22:15

    Hmmm só espero que o Dr. ali na fic tenha uma morte -qqqqqqqq
    enfim... a fic tá mto foda *0*
    e fera sharap HAHA kkkkkkkk
    rialto do "me deixe durmir maldito!" kkkkkkkkk as falas são bem parecidas com as verdadeiras hmmm facto fumando kkkk
    só falta uma coisa, o fodon do kazehaya cantar rihanna -qqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqq brinks
    uahsuahsuahs
    ficou mto fodona *0*
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    Mensagem por Rafael Arceus 15.02.12 12:50

    Aff, já falaram tudo "-.-
    Nem tem o que falar mais, whatever.
    Tô curtindo muito essa fic Coala-san, o tema é mesmo muito foda.
    Ah, achei na internet a foto do personagem "Mr.Coal", olha ele aqui:
    Spoiler:

    qqqqqqq

    Sem mais, curti muito e vou começar a acompanhar õ/
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    Mensagem por Waterking 16.02.12 16:58

    fhoda fhoda fhoda *0* kkkkkkkkk Santa Cruz, morri kkkkkkkkkkkk e lol coal muito troll comofas//

    Spoiler:

    o spoiler contem informaçoes q ainda nao foram reveladas na fic... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    aguardando ancioso o proximo cap *0*
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    Mensagem por Mr.Coal 03.03.12 1:14

    No ultimo capítulo de S O U L M A T E S:

    S O U L M A T E S
    ソ ウ ル メ イ ト

    Opening
    Tommy Heavenly6 - Heavy Starry Chain

    Nenhum personagem desta fic faz alusão à qualquer pessoa ou situação na vida real, é apenas um fruto de uma imaginação fértil demais. Qualquer semelhança é mera coincidência.

    Capítulo 2 – Aquele que Descobre

    A última coisa que Coal queria era causar pânico entre os membros do seu esquadrão, mas ele já esperava que a notícia sobre a Fênix causasse algum impacto. Não em todos, havia alguns que sequer entendiam do que estava se passando, e cabia a Coal explicar o porquê do alarde.

    - Eu vou explicar melhor... – começou ele. – Na academia vocês aprenderam que cada um pode controlar espíritos, uns mais, outros menos. E que esses espíritos são a personificação de seu poder, força de vontade e personalidade. O espírito da Fênix é mais que isso. É o único espírito que pode ser passado a terceiros, através da Coroa de Bennu, e ela tem suas próprias emoções. O que acontece quando alguém começa a usar o poder da Fênix é que ela começa a dominar seu corpo, e sua personalidade sobrepõe a do hospedeiro. É por isso que é tão poderosa, e deve ser impedida.

    - Impedida? Eu achei que o conselho a estava querendo para aumentar o poder de seu esquadrão ou algo assim... – disse Fera.

    - Não pretendo entregá-la ao conselho. Meu objetivo é destruir a coroa de Bennu e libertar a Fênix. Uma vez liberta da coroa ela ficará eternamente com seu hospedeiro, e se tornará um espírito normal, como os outros. Este era o objetivo de meu pai.

    - Mas ele teve a coroa em mãos, não teve? – interveio Kaze – Quero dizer, ele poderia ter destruído, não poderia?

    - Poderia, mas aparentemente não conseguiu, e se limitou a escondê-la. Este é outro obstáculo que devemos superar. Conseguimos dados da coroa, e o Dr. Baratinha está estudando-os – Coal olhou apreensivo para Baratinha, que retribuiu com um olhar confiante – mas precisaremos da coroa completa, e esse é o nosso objetivo principal. O rastreador do conselho obteve uma leitura estranha de poderes, mês passado. Era um poder espiritual de alta intensidade, mas ele se encontrava em vários pontos diferentes no mapa de Santa Cruz.

    - Ora, que pontos são estes? Separa-nos em grupos e manda para cada um destes pontos e encontraremos fácil este adorno. – disse Cyber.

    - Não é fácil assim. Ehroe apenas me pediu para montar o esquadrão e disse que só me daria informações depois do grupo estar reunido. Ele provavelmente já sabe que vocês chegaram e já pediu uma reunião para discutir isso.

    Coal olhou o relógio. Já passava do meio dia, e o conselho já deveria estar reunido. Era hora de ir.

    - Bom gente, estou sendo chamado com urgência. Se quiserem, podem ir conhecer o quartel-general, sintam-se em casa. – disse Coal, saindo. Soul e Bernardi o acompanhavam. – Cyber pode ir buscar sua alcateia, se quiser.

    - Obrigado Coal, vou pegá-los agora mesmo. – disse o forasteiro. – Iunick, me acompanha? Quero ter uma palavra contigo. – Iunick consentiu com um aceno de cabeça e saíram os dois.

    - Alguém sabe da Rafa? Eu a vi chegar, mas parece que ela não veio para o café. – perguntou Factor, descontraído, escolhendo uma maçã no cesto de frutas. Sem conseguir decidir, pegou um monte delas e levou para a mesa.

    - Ela não está muito bem, Factor. Receitei uns medicamentos a ela, e ela deve estar dormindo tranqüila agora. – disse Baratinha. Seu jaleco muito branco reluzia à luz branca da sala.

    - Heh, parece que esse é o esquadrão dos preguiçosos... – alfinetou Factor, desgustando uma das maçãs.
    - Começando por você, né Factor. – disse Kaze, avaliando-o – eu vou para o meu treinamento, até mais – pegou duas maçãs da pilha de factor na mesa e saiu.

    - Faremos o mesmo. Vida, quero sua ajuda para terminar o sistema de segurança, alguns pontos não estão batendo e eu não entendo de lógica digital, então se puder me dar uma ajuda... – pediu Factor. Vida, ainda engolindo um pedaço de torrada acenou um sim com a cabeça e o seguiu. Os outros, seguindo o exemplo dos primeiros foram para suas tarefas diárias no QG.


    ***


    A sala estava parcialmente escura. O animal abriu seus grandes olhos iluminados para o vazio à sua frente. Segundos depois, seus companheiros se juntaram a ele. À sua direita os traços de um pássaro negro pousaram suavemente, e à sua esquerda brotou uma luminosa oliveira em seus tempos de verão.

    - Eles ainda não estão aqui? Pra que chamaram a gente então? – a voz emitida saía da oliveira.

    - Acalmem-se, eles já devem saber que entramos no salão. Lembra da sensibilidade que nós temos ao Chamado? – disse. Instintivamente, olhou para o chão. Onde haviam pés, encontravam-se patas, e onde havia um tronco humano, agora havia um dorso felino. Ergueu-se em suas quatro patas. Onde antes usava uma capa, agora só havia uma leve e lisa pelagem negra. Nas costas, encontrava-se uma cauda.

    Minutos depois, luzes brilharam no vazio. Formas animalescas projetaram-se na escuridão e encheram o lugar de luz. Ao todo, eram dez espíritos reunidos num círculo, aquilo que chamavam de O Conselho.

    - Todos já chegaram? – Perguntou um leão dourado, que se apoiava majestosamente em seus quartos, com sua juba movendo-se fantasmagoricamente.

    - Todos foram chamados... Todos Reunidos... Podemos começar... – Falaram três espíritos felinos que estavam à esquerda do leão. Os três tinham cores diferentes e falavam intercaladamente, um de cada vez. Parecia um trio de gatos siameses.

    - Muito bem. Antes de começarmos, alguém tem algo a reportar? – rugiu brevemente o leão. Era a deixa que precisava.

    - Meu esquadrão está reunido, como você pediu, Ehroe. – disse.

    - Muito bem Coal. Agradeço a prioridade que deu a esta tarefa. – o leão, espírito de Ehroe, acenou com a cabeça. Todas as reuniões corriqueiras do Conselho eram feitas por transmissão espiritual. Isso permitia poder se reunir quando conveniente.

    - Não foi um trabalho tão difícil, apesar de ter feito Soul e Bernardi desistirem de suas missões para retornar à cidade. O incômodo foi grande, mas tenho certeza que vai valer a pena. – disse Coal.

    - Poderia ter me chamado Coal, ficaria feliz em ajudar. – a voz saía de um Tiranossauro gigante, vermelho como o sangue.

    - Sua tarefa é importante, Red... Não podemos nos dar ao luxo... De deixarmos isso para lá... – disseram os três gatos.

    - Emeks tem razão Red. – disse o leão de Ehroe. – Além do mais, Coal montou um esquadrão forte. Mas, e quanto às chances de captura da Coroa de Bennu?

    - Sessenta e dois por cento, com uma margem de cinco por cento de erro. A estimativa mínima é que vamos levar cerca de três semanas para fazer as buscas nos pontos críticos – disse um pequeno esquilo, obscurecido pelo brilho dos monstros a sua volta.

    - Envie todos os dados para a central do QG de Coal, Eskillo. Atualize-o de todos os pontos críticos.

    - Certo. O primeiro ponto, às 06h45min, foi demarcado em uma área a 150km da costa leste de Santa Cruz, no Mar Neutro. O segundo, às 8h22min nas proximidades da cidade de Nova Luz, no extremo norte do país. E o último é nas Planícies de Ferro, no sudeste do país.

    - Planícies de Ferro? Todo mundo sabe que as planícies são território da família Línea. – disse a voz de Soul através de seu Corvo.

    - Você terá problemas para entrar nesse território, Coal. Sugiro que mande alguém confiável para fazer o trabalho. – disse Ehroe.

    - O mais confiável seria o próprio Coal, não? – o Touro dourado, que até agora não havia se manifestado, quebrou seu silêncio.

    - Seria, Beto, se a família Línea não fosse inimiga jurada dos Coal. – disse Red. – Coal, eles gostam de ser bajulados. Mande alguém que tenha boa educação. – sugeriu.

    - Aah claro, conte com isso – disse Coal, num tom quase irônico. Não gostava dos Línea tanto quanto eles dos Coal, mas, se tinha que ser feito...

    - Espero que esteja levando isso a sério Coal. – disse o dragão que jazia, antes silencioso, à direita de Ehroe. Iluminava uma bruxuleante luz verde ao seu redor com as barbas flutuando. – Sabe o quão perigoso poderia ser se este artefato caísse em mãos erradas?

    - Creio que sim, Flash. – disse Coal, em resposta – Senão eu mesmo não teria me expurgado de meu cargo de Instrutor no Instituto para tratar deste assunto. Falando nisso, quem foi posto no meu lugar?

    - Não me recordo agora... Mas acho que... A Lu pode saber... – disse Emeks.

    Todos voltaram seus olhos para o único espírito feminino da sala. Antes desapercebida, a aura luminosa da Abelha-rainha de Lucinha invadiu os olhos dos membros do conselho. Com uma doce voz, proferiu palavras.

    - Maurik Evil é seu nome. Veio das terras do Sudeste. – disse ela.

    - Maurik Evil?? Parece um cara mal, depois devo conhecê-lo. – disse Coal, divertido. – Estou fazendo falta aos alunos?

    - Alguns sim – disse Lu. – Os alunos gostavam de seu jeito de ensinar Coal. Mas seu substituto tem um método igualmente interessante.

    - Bom que eles se distraiam, não sei o que poderá acontecer nessas missões. – disse Coal, apreensivo. – Devo preparar os agentes para o pior?

    - Certamente – disse Flash. – Santa Cruz esconde perigos que até os mais sábios desconhecem. Tome cuidado, Coal.

    - Acho que acabou então, né? Podemos ir... – disse a voz que saía da oliveira, após alguns segundos de silêncio.

    - Não tão rápido Bernardi. Coal, eu havia te pedido um relatório, não se lembra? – disse Ehroe.
    “Droga, ele quase esqueceu”, pensou Coal.

    - Análise psico-somática dos meus agentes? – disse Coal, com uma voz descrente – Se quiser ter uma vida tranquila, Ehroe, sugiro nem tentar conhecer meus amiguinhos.

    - Você me desafia demais Coal.

    - Desafiar você?? Minha fidelidade é única e exclusiva à minha profissão e ao Lorde Ninja, fundador da instituição. Nesse jogo você é tão peão quanto eu, Ehroe. – disse agressivamente.

    - Sinto muito, mas devo concordar com ele Ehroe. – disse a Abelha-Rainha de Lucinha. – Todos nós devemos honras ao Lorde, sem ele não haveria vida aqui na cidade.

    - Mas e quem tem a total confiança do Lorde? QUEM? – Ehroe, se exaltou com a audácia de Lu e Coal.

    - SILÊNCIO – o trio de gatos de Emeks falou em coro. Mudaram então para o corriqueiro tom dividido – Não devemos... Discutir este assunto... De tão pouca importância.

    - Acho que estamos com os nervos à flor da pele. – Disse Beto – Vamos nos acalmar e passar aos assuntos seguintes.

    E assim a reunião do Conselho prosseguiu até o início da noite. Era cansativo manter os espíritos por muito tempo, e Coal estava particularmente exausto após aquela Reunião. Mar Neutro, Nova Luz e Casa Línea... Como poderia estes lugares estar relacionados? Coal não tinha como saber, mas a trama estava ficando densa. Com isso em mente, ele se dirigia às escadas para ir se deitar, quando algo na sacada do segundo andar o chamou a atenção.

    Nos jardins, à luz do luar, Kaze treinava seu estilo. Vendado, como preferia, descrevia balanços incríveis com a lâmina. Esta tinha uma lâmina branca como a neve, e seu punho e bainha em cores verde e dourado. Ainda observando, Coal viu Kaze parar a lâmina à frente do rosto e proferir as palavras sagradas:

    - Oh sacra spiritus, misit lux vestra in me et mea vertit lamina in tua!

    Da lâmina projetou-se uma luz, tomando a forma de uma ave robusta. O espírito levantou vôo e mergulhou novamente, acompanhando a trajetória da lâmina. Manteram o movimento por alguns minutos, até que, durante o movimento, Kaze proferiu novas palavras.

    - Oh execracior creatura, meum lamina lux et offerre me faucibus tenebrarum!

    Todo o brilho e luz que havia na espada oriental de Kaze se esvaiu. Coal pode sentir o lugar tomar um ar mais pesado, como se a energia estivesse sendo puxada em direção a eles. Como se não bastasse, outra criatura, tão grande quanto a primeira, saía da lâmina. Era outro tipo de ave, com asas arqueadas e lisas. “Dois espíritos? Não poderia ser...”, Coal pensou. Kaze era descendente de uma família do elemento Vento, e apenas as famílias de elemento Água podiam invocar mais de um espírito. Havia algo que Kaze não havia lhe contado durante os anos no Insituto.

    Enquanto Coal ainda se perdia em pensamentos obscuros, Kaze começou uma nova sequência de palavras. Essas eram mais elaboradas e sua pronúncia estava agitando o vento ao redor. “Posso sentir o poder...” pensou Coal, “Isto deve ser uma técnica proibida.” A perspectiva o assustou. “Preciso sair daqui”, pensou, “Se eu for pego nisso pode ser que fique perigoso.” E voltou a seu caminho.

    Coal agora imaginava quantas coisas mais seus antigos alunos e colegas de classe tinham para esconder dele. “Isso pode se tornar perigoso se eu não controlar”, pensou. Estava bastante certo de quem mandar para os pontos de procura quando saiu da reunião com Soul e Bernardi em seu encalço, mas agora, depois desta demonstração de poder, tinha lá suas dúvidas. “Poderia eu ter ficado para trás?? É uma possibilidade...” pensou. Os pensamentos vinham agora como flashes, passando rapidamente e sendo brevemente processados. Provavelmente esqueceria de tudo na manhã seguinte, portanto precisava fazer algo naquele momento.

    O corredor do sexto andar estava deserto, como de costume, mas Coal passou por ele rapidamente até alcançar a porta de metal de seu quarto. Ao entrar, puxou o celular de um bolso interno do blazer e discou um número.

    - Heh, não esperava sua ligação. – disse uma voz, imediatamente após atender – já faz um bom tempo, Coal.

    - Como sempre, muito bem informado. – disse Coal – Está onde agora?

    - Estou em um hotel, na cidade de Choris.

    - Não é muito longe.

    - Não, definitivamente não é – houve uma pausa – O que quer de mim?

    - Sabe aquele favor que lhe fiz há anos??

    - Você não me deixa esquecer...

    - Acho que finalmente poderei cobrar.


    continua...




    Ending
    ZZ - Pride Yourself

    NEXT: "E eis que chega aquele que desperta."



    Capítulo 2 ae pra vocês queridos, esse já estava preparado, e ainda estou trabalhando no terceiro... novos personagens "aparecem" nesse, alguns de vocês vão se identificar com os nomes, espero que gostem... e chamem o pessoal pra ler [+14] S O U L M A T E S 534588
    Em breve, capitulo 3 [+14] S O U L M A T E S 324943


    Última edição por Mr.Coal em 21.10.12 19:32, editado 4 vez(es)
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    Mensagem por Kaze 03.03.12 1:44

    OMG! eu quero mais capitulos O-O
    essa fic tá perfeita omg omg omg omg omg *0000000000000*
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    Mensagem por Rafael Arceus 03.03.12 8:14

    Dando mais um show como sempre não é Coal-san?
    A fic está maravilhosa, está sabendo bem como trabalhar os personagens e a descrição está ótima.
    Parabéns õ/
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    Mensagem por Waterking 03.03.12 23:00

    epi feiao, nem apareci, isso é tipo um filler em q o personagem principal nao aparece? comfoas? ksoakspoaskas fhoda coal esperando o 3 cap e espero q nao demore como este >.>
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    Mensagem por Vidalokaon 16.03.12 16:51

    Cadê o capitulo Coal ? ~d
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    Mensagem por Mr.Coal 17.03.12 14:05

    No ultimo capítulo de S O U L M A T E S:

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    Nenhum personagem desta fic faz alusão à qualquer pessoa ou situação na vida real, é apenas um fruto de uma imaginação fértil demais. Qualquer semelhança é mera coincidência.

    Capítulo 3 – Aquele que Desperta.


    Waterking não havia gostado da primeira noite que passara no QG do esquadrão. A cama era dura, o quarto era pequeno e mal arejado, e o ambiente não era dos melhores. Era acostumado a muitos luxos e ser acordado logo cedo também não era um deles.

    - Já vou, já vou – respondeu à criada que viera lhe acordar. Esfregou os olhos e resolveu olhar como estava o dia. Não parece que vá chover, pensou, uma pena. Gostava da chuva, era como se seu poder viesse lhe receber sem precisar de invocações. Sua janela dava para a área de treinamento ao sul, mas agora estava vazia. Os outros membros do esquadrão, assim como ele, deviam estar sendo acordados agora.

    - Senhor, o senhor Coal pediu para que todos fossem para a cafeteria assim que estivessem prontos. – a criada era tímida e estava muito vermelha.

    - Ah... – Waterking não havia notado sua presença ali – pode avisar que eu já vou descer. – disse, e se dirigiu ao banheiro para fazer seus hábitos matinais.

    Alguns minutos depois, abriu as portas do salão do refeitório. Se vestia muito bem, com blusas nos melhores tecidos, calças Jeans escuras e blazers caros. Sua condição o permitia ter tudo do bom e do melhor, mesmo que tivesse que pagar o preço de estar submisso a seus pais. Para eles, estava em férias nas ilhas do leste.

    - Bom dia Waterking!! – cumprimentou fera – acordou cedo hoje, cara... que houve, molhou a cama?
    O refeitório foi mergulhado em risos.

    - Muito engraçado fera... poisé, acho que esmaguei um de seus filhotes durante a noite e a cama molhou de sangue... já te disse pra não deixar essas aberrações por aí – retrucou Waterking. Fera amarrou a cara, e as risadas cessaram. Este temperamento arisco que às vezes aparecia em sua personalidade não o tornava popular, mas ele não podia fazer nada. Caçoavam dele por ser rico e isso era como caçoar do esforço de sua família. Pegou seu café e sentou-se numa mesa próxima à janela.

    Algum tempo depois, Coal apareceu no refeitório. Abriu a porta com um largo movimento, com seu traje negro riscado de vermelho, com o símbolo dos Coal nas costas. Encheu uma xícara de café e antes que os presentes pudessem lhe encher de perguntas, levantou a mão pedindo silêncio:

    - Hoje começaremos a primeira atividade do esquadrão, que será realizada aqui mesmo no QG. Eu trouxe um amigo meu, que irá nos auxiliar neste treinamento. Acalmem-se não é nada com que vocês devam se preocupar.

    Waterking já estava preocupado. Treinar era complicado naquele espaço apertado que era o QG. Preferia o pátio aberto de seu castelo em Farol da Safira, no litoral oeste, onde era grande suficiente para usar seu poder. Ali, em Capital, era quente, e havia pouco espaço para poder se trabalhar poderes tão grandes. Havia levado suas preocupações à Coal, dias antes, mas este o acalmou:

    - Nosso QG é preparado para receber a todos, arranjaremos um lugar para você.

    E esperava mesmo. Já estava cansado de ficar parado. Se fosse para continuar a estudar mapas e ficar sentado em reuniões seria melhor ter continuado em Farol da Safira onde, pelo menos sabiam fazer umas panquecas decentes para o café.

    - Quero vocês em vinte minutos na sala trinta e seis. Vistam suas roupas normais para treinamento. – disse Coal por fim e saiu, com duas ajudantes com café, bolos, biscoitos e uma grande jarra de leite. Waterking, que já tinha terminado o café, subiu novamente e trocou-se. Sua roupa ideal para treino era qualquer uma que pudesse molhar.

    Desceu e entrou na sala trinta e seis. Era uma sala circular, com uma porta dupla grande, por onde entrou, e quinze outras portinholas,uma ao lado da outra, preenchendo o semicirculo oposto. Todos os seus colegas já estavam reunidos e, uma vez que Waterking atingiu o centro da sala, pode ouvir os cochichos.

    - Como será esse treinamento? – perguntou Sora – Será que vão mandar a gente lutar um contra os outros?

    - Duvido que seja isso, Sora. – disse Soul – Coal não gosta de provar a força dos outros pela luta.

    - Heh, é por isso que sempre tem que ficar fugindo – disse Kakashi.

    - Não é só por isso – disse Kaze – O Coal prefere resolver as coisas na conversa ao invés de partir para a ignorância.

    - Um poder desperdiçado, devo dizer – Baratinha mantinha-se calmo, com as mãos nos bolsos do jaleco branco. – Coal tem muito poder latente, mas não os usa quase nunca.

    Como se ouvisse toda a conversa, a voz de Coal falou pelos alto-falantes do salão.

    - Amigos, vocês entrarão agora por estas portas que estão à sua frente. Atrás delas há apenas um simples corredor e uma porta ao final. Entrem e esperem minhas instruções lá dentro. Enquanto esperam, quero que pensem na pessoa que você tem mais vontade de enfrentar entre vocês. Pensem com cuidado.

    Com esta nota enigmática, as portas foram abertas. Waterking escolheu uma a esquerda como fora instruído por seu mestre de batalha. Em Santa Cruz tudo se inicia da direita para a esquerda, inclusive uma batalha. E Waterking não queria entrar nessa batalha tão cedo. Dentro, o corredor era iluminado por lampadas brancas. Eletricidade e tecnologia chegaram rápido demais a Santa Cruz, graças aos Línea, mas a maior parte da corte era adepta dos costumes antigos. O Conselho, pelo visto, não pensava da mesma forma.

    Voltou seus pensamentos para a dúvida deixada por Coal. Não havia muitos que gostaria de enfrentar, mas sem dúvida um deles era Cyber. Não tinha nada diretamente contra o rapaz, mas nunca antes havia enfrentado um guerreiro de Northerns, e nenhum tão promissor quanto Cyber. Na falta, Ichigo certamente teria seu valor. Os guerreiros locais não pareciam ter as maiores chances. Entretanto, Factorpunk também povoava a mente de Waterking, mas não via motivos para querer batalhar com alguém de tão baixo nível. Até era dificil compreender porque Coal deixara tanta responsabilidade nas mãos de alguém que demonstrava tanto desleixo. Definitivamente, temia pela segurança de todos naquele QG.

    Quando já estava cansado de esperar, a voz de Coal inundou o corredor.

    - Waterking, pode atravessar a porta. Boa Sorte. – disse.

    Abriu a porta com cuidado, mas tudo que achou era um grande ginásio. Arquibancadas pendiam vazias das laterais do salão e, no lado oposto à porta estava uma banca, onde se encontravam quatro rapazes. Todos estavam bem vestidos, como Waterking constatou. Devem ser nobres, pensou. No centro da mesa, estava um rapaz de terno e gravata, com uma aparência séria. Ele foi o primeiro a falar.

    - Bom dia Waterking, eu me chamo Well, sou amigo do Coal e este programa de treinamento foi feito especialmente para esta ocasião. Peço que espere neste lado do campo, seu oponente chegará em breve – e apontou para o lado direito do ginásio. Em Santa Cruz tudo se inicia da direita para a esquerda.

    Os outros rapazes que sentavam-se com Well estavam bastante descontraídos. Havia um jovem oriental, sentado à esquerda, que olhava para o nada a maioria das vezes e, vez ou outra cochichava algo para Well ou anotava algo em um caderno, e o outro, sentado à direita, era quase uma criança e tinha as mãos juntas à frente do rosto e proferia palavras mágicas baixinho. O terceiro, que estava na ponta direita da mesa, dormia pesadamente.

    - Não vai escolher uma arma, senhor? – perguntou o rapaz oriental.

    - Não luto com armas. A arma da família Rivers é a Água e somente ela. – disse. Nervoso com a resposta, o rapaz cochichou com Well e voltou ao seu habitual olhar disperso.

    Observando melhor as quatro figuras, Waterking vira espíritos, que antes não tinha conseguido perceber. Em cima da mesa, ao lado do rapaz oriental, havia um Pinguim, em sua cor azul-perolado, e atrás do homem que dormia estava um enorme Elefante acinzentado, também adormecido. Se perguntou se algum dia teria existido grupo mais estranho.

    Não demorou muito e a porta atrás da banca se abriu, finalmente revelando o seu oponente. O rapaz se deslocou até o campo e deu um aceno e um sorriso a Waterking.

    - Mas, não era com ele que eu tinha pensado em lutar. – disse.

    - Nunca dissemos que você iria lutar com quem mais quisesse – disse Well. A vida não é feita pelas nossas vontades, mas sim pelas surpresas que o destino coloca em nosso caminho.

    Sentiu raiva. Estava acostumado demais a ter o que desejasse e estava tão empolgado com a idéia de enfrentar um oponente mais forte, que só a presença de uma outra pessoa já o encheu de fúria. Queria poder atacar quem fez a brincadeira de mal gosto.

    - Chega de conversa, lutem! – disse Well.

    Eles vão ver só, pensou.

    O oponente já estava agachado e proferindo as palavras mágicas quando Waterking realizou o que deveria fazer. Ajeitou-se sobre seus joelhos, colocou as mãos em cunha e clamou pelo espírito, como lhe fora ensinado na academia há muito tempo.

    - Aquae per venas potens realis remissionis spiritus anima mea desiderat. – proferiu. Turbilhões de água rodearam e inundaram todo o ginásio. Entretanto, a promessa feita mentalmente foi em vão. A banca estava protegida por uma barreira e o mar espiritual não pôde atravessá-lo. Sortudos, pensou. Continuou com a invocação – Venit in Carcharodon carcharias!! – e um imenso tubarão-branco materializou-se - Galeocerdo cuvier, Prionace glauca, Isurus oxyrinchus, Sphyrna Iewini – e diversas espécies de tubarões iam surgindo na água.

    Quando olhou novamente para o local onde estava seu oponente, não o achou. Não sabia para onde ele tinha ido. Olhando em volta, observou que no lugar onde antes ele orava havia apenas um espaço de terra remexida. Aparentemente está debaixo da terra, pensou, Não pode escapar.

    - Carcharias, atravesse o chão!! – o grande tubarão-branco abocanhou um pedaço de Terra e arrancou o piso do ginásio. Com ele veio o oponente, o seu espírito e um monte de pedaços de metal. Waterking não viu o que tinha acontecido logo depois, mas sentiu. Sentiu o corpo estremecer todo, a visão embaçar e perder suas forças. Sentiu o nível da água baixar, e seu corpo, ainda dormente, pousar no chão molhado do ginásio. Conhecia o efeito, e se perguntou como seria tão burro para cair naquela simples armadilha.

    - Eletricidade... – disse, em voz alta, enquanto estava deitado no chão do ginásio, derrotado. Sentiu-se inútil e impotente. Por sua arrogância e por sua estupidez perdera para aquele que havia subestimado minutos antes.

    - Levante-se, senhor. – o rapaz oriental o ajudou a se levantar. Waterking olhou ao redor, mas nem sinal dele, que o tinha derrotado.

    - Senhor Waterking – disse Well, da banca. – Peço que retorne à sala anterior, o Coal quer falar com vocês novamente. Ele já espera o senhor.

    - Eu fui o ultimo a lutar? – disse, perturbado. Havia passado pouco tempo no corredor iluminado, não havia espaço para as batalhas dos outros.

    - Podemos dizer que não, e que sim – disse Well, enigmático. – Se puder, então... – apontou a porta por onde tinha entrado.

    - Claro, claro, obrigado – quando se deparou com o corredor, não acreditou que havia perdido. Como poderia defender sua honra assim? Como faria jus ao nome que seus pais lhe dera?? Deveria ser mais forte e cauteloso dali pra frente. Não foi apenas obra minha, pensou. Coal recrutara os melhores homens do submundo de Santa Cruz, não o admirava que fossem fortes... Mas aquela pessoa...

    Quando abriu a porta do outro lado, tomou um susto. Todas as portas à direita e à esquerda se abriram ao mesmo tempo, com as mesmas pessoas que entraram, saindo por elas. Mr. Coal se encontrava no centro do salão, esperando a todos.

    - Se divertiram? – perguntou.

    - Coal, seu maldito!! Aposto que aquele último golpe doeu, não?? – Kakashi gritava a plenos pulmões e ria bastante. – Seu gatinho preto quase não foi páreo pros meus punhos aqui!!

    - Ok, alguém aqui sabia que não estavam lutando contra pessoas reais? – perguntou Coal. A surpresa foi quase geral. Kaze, Hirako, Bernardi e Baratinha levantaram as mãos. – Muito bem. Aos que não sabiam, sim, tudo era uma ilusão realística, criada pela equipe do Well, para medir os seus poderes. O resultado porém foi real. E devo informar que os seus oponentes só usaram trinta por cento do poder da pessoa real.

    Waterking sentiu-se mal. Sabia que seu oponente não tinha usado poder quase nenhum, apenas a lógica normal. Poderia ter facilmente neutralizado aquilo, mas não o fez por imprudência. No momento, só pensava em destruir o oponente com todas as forças, mas o estilo dos Rivers não era aquilo, havia sido imprudente. Merecia ser banido daquele grupo forte e sólido que o conselho tinha mandado reunir.

    - Apenas ilusões? É, nem mesmo em sonhos eu consigo vencer o Nazo. – disse Vida, abatido.

    - Não se sintam mal por seus resultados. Todos vocês são fortes e tem muito potencial, segundo diz o relatório que o Well me passou rapidamente. Baseado nesses relatórios, eu precisarei separar vocês aqui e agora. – disse Coal.

    - Separar? Isso me cheira a viagens!! – disse Kakashi – Coal, você sabe que não posso ficar...

    - Você concordou em ajudar Kakashi... vai honrar sua palavra ou não – questionou Coal.

    - Ah, seja como for...

    - Muito bem... venham aqui à frente quando eu os chamar. Factorpunk, Soul e Waterking! – Waterking olhou para os lados assustado. Não entendia porque havia de ser chamado. – Vocês liderarão uma equipe cada um. As tarefas eu passarei a vocês depois que definirmos os grupos.

    - Mas Coal, você tem certeza? Quero dizer... eu? – disse Waterking meio desconcertado.

    - Sim, você. Agora escutem. – disse, ignorando-o – As tarefas parecerão simples a princípio, mas ao chegarem aos locais aonde eu vou lhes mandar vocês vão ver que a coisa pode ficar complicada. Então conto com o senso de vocês. – e virou-se aos outros – agora, para o time do Soul, eu quero... Kakashi, Fera e Sora.
    Os três saíram da pequena aglomeração e se juntaram a Soul a um canto. Sora era pequeno e olhava Fera e Kakashi como se eles fossem duas estátuas gigantes. Coal foi até eles e falou as instruções bem baixo apenas para aquele grupo ouvir. Alguns lançavam olhares curiosos para a rodinha. Terminada as orientações, Coal voltou ao centro e chamou mais nomes:

    - Cyber, Loke e Ichigo... Juntem-se a Waterking aqui. – e os três uniram as cabeças para ouvir as instruções de Coal. – A tarefa de vocês será ir até Nova Luz, e verificar o que há nessas coordenadas – Coal indicara um mapa de Santa Cruz com um ponto marcado ao norte e um código de área. – Waterking, Cyber e Ichigo são Northernos e podem lhe auxiliar no local. Levem roupas quentes, lá costuma nevar bastante. E Loke, se tiver como providenciar o transporte de vocês iria adiantar bastante. Seu irmão disse que não teria problema, mas o herdeiro dos Clydesdale, então...

    - Sem problema, Coal – confirmou Loke.

    - Ótimo então... vocês devem partir o mais breve possível, mas sem alarde. Agendei seus horários de saída com os dos outros grupos, obedeça a eles. – entregou a papelada nas mãos de Waterking, que ainda estava um pouco assustado. Coal voltou para os outros que ainda restavam.

    - Vida e Dr.Baratinha ficarão aqui no QG com o Factor para poderem servir de base de operações e comunicações enquanto estamos fora. O Nazo ficará também para ajudar a defender o QG. Todos vocês deverão responder ao Factor na minha ausência, entendido? – e todos confirmaram – Factor, o sistema de comunicação já está pronto?

    - Estão sim Coal, estão prontos para levar. – disse.

    - Ótimo, entregue um pacote a cada um dos irmãos Clydesdale e deixe um comigo. Loke, Sora, vocês cuidarão do suporte em seus times, fiquem espertos e honrem o tipo Terra de sua família – Os tipos Terra tinham a característica de ter espíritos funcionais a destrutivos. Eram muito apreciados nas cidades. – Vocês estão liberados agora, podem ir arrumar suas coisas.

    - Mas Coal, e nós?? – perguntou Kaze, antes de todos saírem da sala. Junto a ele estavam Hirako e Bernardi.

    - Vocês vêm comigo... Nós temos um pequeno trabalhinho sujo a fazer.


    continua...




    Ending
    ZZ - Pride Yourself

    NEXT: "E eis que chega aquele que guarda."



    Capítulo 3 fresquinho, leiam à vontade [+14] S O U L M A T E S 936 Wk deve infartar após ler este cap kkkkkkkkkk e vocês devem ter estranhado um pouco, mas eu pretendo usar uma estrutura semelhante a que R.R.Martin e Riordan usam em seus livros... haverá algumas irregularidades quanto a regra, mas isso vai variar de acordo com a necessidade da historia... bem, cap 3 saiu a tempo, hora de trabalhar no cap 4 [+14] S O U L M A T E S 534588
    obrigado a todos, e não deixem de comentar, quero saber as opiniões *3*


    Última edição por Mr.Coal em 21.10.12 19:33, editado 1 vez(es)
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    [+14] S O U L M A T E S Empty Re: [+14] S O U L M A T E S

    Mensagem por Kaze 17.03.12 14:41

    disse, e se dirigiu ao banheiro para fazer seus hábitos matinais. [...]
    hmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    ficou fodz o cap XD
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    Mensagem por Rafael Arceus 17.03.12 15:35

    Hm, hábitos matinais, sei...
    Foi mesmo é bater...

    Bem, isso não importa né? kkkk
    Ownando mais uma vez né Coala-san?
    Gostei bastante do cap, bem feito pro Waterking, rs.
    Brincadeirinha viu WK? É só zoação, não liga não e.e

    Parabéns Coal, ficarei esperando ansiosamente o próximo capítulo õ/
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    Mensagem por Waterking 18.03.12 0:59

    nao ligo de ganhar uma surra pois sou rico kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    fhoda coal posta com mais velocidade >.> essa fic ta muito boa *0*
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    Mensagem por Mr. Evil 12.04.12 20:30

    Maurik Evil u_u
    Instrutor do Instituto subtituindo o nii-san ... taí, gostei haha.

    Gostei bastante da trama, et do comportamento dos personagens haha.
    E do estilo também, hahaha, hoje em dia textos em primeira pessoa com revezamento logo são associados ao Riordan e ao Martin kk
    Espero que os estilo de mortes, desgraças e otras cositas más seja igual ao do Martin também
    ashuashasuhsauahuashuahasusha

    Ah, e gostei do concelho também hahaha
    Os espíritos dos personagens realmente ficaram condizentes.
    Espero o momento dos personagens definitivamente entrarem em ação [+14] S O U L M A T E S 936

    Nenhum personagem desta fic faz alusão à qualquer pessoa ou situação na vida real, é apenas um fruto de uma imaginação fértil demais. Qualquer semelhança é mera coincidência.
    Sempre rio quando leio isso kkk

    Enfim, ownou again nii-san, e já tá na hora de continuar né ?
    XD

    Esperando aqui os proximos caps, continua detonando ae cara hahaha õ/
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    [+14] S O U L M A T E S Empty Re: [+14] S O U L M A T E S

    Mensagem por Feraligatr 15.07.12 1:21

    li os 3 caps e o prologo, tudo hoje *-*
    muito foda, agora vou ter que esperar a revista sair, é isso? =/
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    [+14] S O U L M A T E S Empty Re: [+14] S O U L M A T E S

    Mensagem por cyber1000 30.08.12 10:04

    acabei de ler tudo, sim so hoje k li tambem OPSAOKSPOAKSAPOSAS

    nao tenho concentraçao entao me perdi varias vezes na leitura

    e ja li o 4 na revista tambem, k ultra foda T_T so falta virar anime pra ser ainda mais fodao spoakpskapoksopas
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    [+14] S O U L M A T E S Empty Re: [+14] S O U L M A T E S

    Mensagem por Mr.Coal 30.08.12 19:55

    No ultimo capítulo de S O U L M A T E S:

    S O U L M A T E S
    ソ ウ ル メ イ ト

    Opening
    Tommy Heavenly6 - Heavy Starry Chain

    Nenhum personagem desta fic faz alusão à qualquer pessoa ou situação na vida real, é apenas um fruto de uma imaginação fértil demais. Qualquer semelhança é mera coincidência.

    Capítulo 4 – Aquele que Guarda.


    - Tem certeza que conseguirão ou devo explicar novamente? – perguntou Factor ao entregar os kits.

    - Entendemos – respoderam Loke e Sora em uníssono.

    - Ótimo, seus times estão arrumando suas coisas – disse Coal – Seus pais vão mandar as montarias? – perguntou.

    - Estão a caminho. Devem chegar aqui na Capital em algumas horas. – informou Loke.

    - Beleza galera, boa viagem para vocês! – desejou Factor.

    - Factor, estou indo reunir minhas coisas também, cuide de tudo por aqui. – recomendou Coal. – e fique de olhos nos que sobrarem, restrinja ao máximo suas movimentações no QG.

    - Entendi Coal.

    Factor estava tendo um mau pressentimento sobre a sua estadia no QG. Sabia que poderia ser muito mais útil ali, mas estava querendo um pouco de aventura. Após a saída dos companheiros de esquadrão, o lugar morreu, e Factor não teve outra escolha senão trancar a maior parte da torre.

    - Pessoal, é o seguinte. – disse, quando reuniu os criados e os membros do esquadrão que tinha sobrado – estou tomando medidas preventivas para aumentar a segurança do nosso QG. Todos os criados estão dispensados, irão ficar apenas os membros do esquadrão, como eu, o Nazo, o Vida e o Barata. A mansão será bloqueada pelo nosso sistema de segurança, e apenas o vida saberá a senha, já que ele é nosso especialista em táticas defensivas. Entendido?

    - Err, apenas uma dúvida, Sr. Factorpunk – interrompeu Dr. Baratinha – meu laboratório será bloqueado?

    - Não doutor, seu laboratório continuará livre. O banheiro também e a cozinha. O resto estará bloqueado. O dormitório da sala de comando é grande suficiente para caber nós quatro.

    - Perfeito – disse Baratinha.

    - Nazo, se quiser montar um perímetro de segurança, como sei que você prefere, pode contar comigo – disse Vida.

    - Meus soldados já estão posicionados, não há com que se preocupar. Qualquer forma de vida que tenha calor corporal será imediatamente imobilizada. – disse Nazo.

    - É, é com os que não têm calor que temos que nos preocupar. – disse Factor – Vida, se está tudo pronto, vamos voltar à nossa base.

    A base de operações da segurança do QG ficava no subsolo 3 da corporação. Um local restrito onde nem os criados chegavam.

    - Sorte que você tem mania de limpeza, vida. – dizia Factor sempre que reparava na organização do local. Mas Vida tinha essa qualidade que faltavam em muitos. Para se montar um bom sistema é necessário uma boa organização. Depois de mandarem os criados embora, os guerreiros do Shiny Squad se reuniram no dormitório da segurança e ali ficaram. As primeiras horas não foram de nada além de observação e ajustes. Vida controlava tudo pelos painéis, projetados por ele mesmo, e Factor cuidava dos reparos mecânicos, sua especialidade. Nazo dormia em um dos beliches do dormitório.

    - O que foi? – perguntou Vida ao ver Nazo dar um salto do beliche.

    - Os soldados detectaram algo, tem como ver daqui? – perguntou ele, olhando para os telões.

    - Acho que sim – respondeu Vida, e tentou configurar as câmeras.

    - Intrusos? – perguntou Factor, chegando de repente – Os sensores que colocamos pegaram algo.

    - Estamos tentando descobrir. – disse Vida.

    - Vou lá fora, abra o portão – disse Nazo, e saiu.

    - Espere Nazo! Temos regras – Factor o seguiu. Conforme iam seguindo o corredor, Vida ia abrindo as portas para a passagem. – Pode ser apenas um animal. Ou um espírito.

    - Não há animais na Capital – disse Nazo – E conheço a leitura de um espírito.

    Ao chegarem do lado de fora, os três imensos espíritos-cães de Nazo rodeavam uma pessoa. Uma mulher. Vestida com um manto vermelho e com cabelos loiros e armados, a mulher não parecia temer os cães. Mas continuava imóvel para manter a segurança. Os animais, grandes, ferozes e cobertos de lava e pequenas tochas, olhavam-na com um olhar curioso.

    - Ah, Factor, que bom te ver. – disse ela, dando um sorriso sem-graça. – tem como tirar os cães, por favor??

    - Cerberos, voltar ao modo de vigília – disse Nazo a seus cães. Os animais flamejantes deixaram a mulher e voltaram a seus postos.

    - Rafaela, porque demorou tanto a voltar? – perguntou Factor – Coal não deve estar feliz que não o ajudou a receber o pessoal, você tinha prometido.

    - Os homens da família Coal são gentis, mas não sabem MESMO agradar uma mulher... Me receber com CÃES?? – disse ela, revoltada – quase queimaram meu vestido, isso é um absurdo!!

    - Absurdo é você não ouvir nada do que eu disse!! Onde você estava Rafa? – perguntou Factor.

    - Tive que ir ao Norte hoje, então aproveitei e passei na minha irmã... isso não é proibido, é? – disse ela, irônica, pegando sua maleta preta – Ai, to cansada, Factor... me dá um tempo? – completou, enquanto entrava no QG.

    - Nazo, vá buscar o Barata. – pediu Factor, e Nazo foi em direção aos laboratórios. – Rafa, acho que você não vai poder ficar.

    - Não vou? – disse ela, virando-se, surpreendida – Ora, isso é interessante... Eu realmente gostaria de saber o que o Coal tem a dizer sobre isso!!

    - O Coal não está, mas me deixou cuidando de tudo e estamos em estado de alerta... se estivesse aqui, você saberia...

    - SE eu estivesse aqui, você não estaria no comando. – disse ela, medindo o rapaz – Agora, me leve pro meu quarto, por favor.

    - Rafaela!! Belíssima tarde para aparecer... – Dr. Baratinha apareceu rapidamente. – Tenho várias novas técnicas que acho que vai adorar.

    - Oh, também espero meu querido Barata, mas o nosso amigo diz que não poderei ficar... – disse, fazendo-se de vítima.

    - Ah, que é isso? – disse ele, apaziguando o clima – venha, você fica em meus aposentos.

    - Tá louco, cara?! – suspirou Factor – O Coal deixou ordens... e onde está o Nazo?? – perguntou.

    - Err, voltou – respondeu Barata – estava meio... indisposto.

    - Ah, quer saber? Que seja... pelo menos comportem-se os dois hein!! – Factor saiu. Ainda deu tempo de ouvir mais uma das reclamações de Rafaela, mas ele já estava habituado. A mulher chegara pouco depois dele no quartel-general, e rapidamente ocupou seu espaço. Factor não tinha nada contra ela, desde que não prejudicasse seu trabalho. Olhando menos tecnicamente, ela era uma bela mulher, e isso Factor apreciava.
    Pelo que sabia de Rafaela, ela praticamente comprou sua entrada no esquadrão. Era aluna exemplar na Academia, mas tinha suas inclinações para práticas negativas, segundo Coal dizia. Coal pareceu nunca confiar nela, apesar de que sempre deu bastante liberdade a ela. Factor podia entender o porque.

    - Acharam alguma coisa? – perguntou Vida.

    - Nada, só a Rafaela chegando de viagem... o Coal não vai gostar de saber que ela está aqui. – disse Factor.

    - Duvido muito. Pelo que você me falou, o Coal tem é uma queda por essa mulher. – disse Vida, divertido.

    - Não, o Coal nunca demonstrou isso. Ele só é cavalheiro demais, e conhece os poderes dela. Provavelmente prefere tê-la por perto para...

    O teto tremeu.

    Uma explosão abalou as estruturas do quartel general. Factor, que estava em pé, se apoiou no painel de controle da base e a cadeira onde vida estava caiu. As energia foi cortada, e o gerador de emergência do centro de controle foi ativado.

    - Vida, olhe as câmeras!! Veja se a explosão foi do lado de fora – disse Factor já abrindo a porta lateral para pegar suas armas.

    - Não foi Factor! O sistema está detectando falha interna... precisamos averiguar. – disse o menino.

    - O nazo deve estar pela base, vou contactá-lo. – mas ao tentar, só ouviu um chiado em resposta – Estranho. Só espero que o Barata não tenha feito nenhuma loucura junto com a Rafaela...

    No meio das suas coisas no dormitório jazia sua arma, a motosserra que era de seu pai. Nunca imaginou que teria que usá-la ficando no QG.

    - Pop et Incendite meum, BELBUS! – invocou ele, e seu espírito surgiu, uma hiena com um pelo negro brilhante, manchado por pontos amarelos, iluminando o local. – É, você vai servir. Vamos lá...

    Factor seguiu pelo corredor até chegar num local que parecia ser o Hall do QG. Estava completamente escuro, e seu espírito não tinha um poder de iluminação muito grande. Aparentemente, a explosão não tinha vindo dali. Continuou por vários corredores e salas, mas não encontrou. Até que algo iluminou sua mente.
    Correu em direção à sala de máquinas. O corredor onde a sala se encontrava estava iluminado, não pelas lâmpadas, mas pelo fogo que saía pela porta aberta. Só o fogo já era uma má noticia para Factor, seu poder seria inútil ali. Quando pensou em voltar para buscar um extintor, algo chamou sua atenção no meio da fumaça enegrecida.

    Era uma forma gigantesca, negra, de olhos brilhantes. Seu corpo era coberto de pontos de lava e pequenos pontos de fogo. No lugar de uma cabeça de cachorro, haviam três.

    O que o espírito do Nazo estaria fazendo ali? E ainda mais na sua forma combinada, que, segundo o Coal, o nazo só utilizava em batalhas? A presença daquele espírito era maligna, tanto que até Belbus, a Hiena de Factor, reagiu à sua presença. No momento em que o monstro aparecera, a hiena se pôs em modo de ataque. E isso não era um bom sinal.

    - Nazo? – chamou – você está aí?

    Não houve resposta. Mas ao lado do cão surgiu Nazo em pessoa, saído de dentro da confusão de fumaça e chamas.

    - Caramba, cara, não me assusta assim – disse Factor, aliviado – Você chegou a ver o que aconteceu aqui? Espero que não tenha sido falha técnica, o Coal vai me matar... – Antes mesmo de terminar de falar, seus reflexos já tinham agido. Jogou-se para o lado evitando uma imensa bola de fogo mandada pelo cão maligno de Nazo.

    Mais bolas de fogo vieram na direção de Factor. Ele não estava entendendo o que se passava ali. Seria Nazo um traidor? Não... algo estava realmente errado.

    - Nazo!! – tentou gritar – o que está havendo, pare o ataque!! – mesmo assim continuava se esquivando. Nazo continuava impassível ao lado do cão. Seus olhos estavam mortos. Sendo controlado? Factor pensou. Era uma possibilidade...

    - Belbus, electrica incursu!! – a Hiena jogou um choque elétrico na direção de Nazo e Cerberos. Mesmo tentando desviar, o choque elétrico acertou, e ele caiu no chão, inerte. Seu espírito foi dissipado e, a princípio tudo estava bem.

    Factor limpou o reboco que sujava suas roupas e foi averiguar as condições de Nazo. Não tinha pegado pesado, utilizou o choque apenas para atordoar. Ao chegar perto do corpo, os olhos se abriram. Nazo se levantou calmamente, mas seus olhos ainda estavam mortos.

    - Cerberos, dimittere tua flamma et effundam tui ablutio – orou Nazo. Três cães apareceram ao lado de seu invocador, tão grandes quanto o de três cabeças. – Ataca! – ordenou.

    Factor correu. Era a única saída. Seu espírito o levou através do corredor até uma sala escura, onde cavou um buraco.

    - Não, sua Hiena maldita!! Aqui não!! – gritou Factor, mas era inevitável. O andar de baixo agora era visível, e Factor desceu por ali mesmo. Os cães estavam se aproximando agora, não tinham muito tempo.

    - Vida?? Está na escuta?? – perguntou Factor pelo comunicador.

    - Estou, pode falar – respondeu o menino.

    - O Nazo pirou cara! Ele começou a me atacar do nada... preciso de um lugar pra poder lutar com ele, um lugar à prova de fogo!!

    - Lutar contra o Nazo? Ficou doido cara?? Ele é o melhor da turma em combate corpo a corpo, tem até patente militar – disse Vida, exasperado.

    - Que se dane a patente dele! Ele tá querendo me cozinhar vivo!! Tem como me arrumar uma sala? – disse Factor, enquanto os cães bombardeavam-no com mais bolas de fogo.

    - Ok, tente a sala 5B, é no andar que você está mesmo, três portas a frente. – disse Vida.

    - Valeu Vidão, e venha pra cá logo, vou precisar de ajuda pra remover o controle mental dele. – disse Factor.

    - Controle mental?? E você está tão confiante assim que vai ganhar?

    - Eu pelo menos tenho que tentar. – finalizou ele – Vou desligar, as coisas vão ficar quentes por aqui.

    A sala era realmente grande. Factor fez suas preparações em poucos segundos e esperou a chegada de Nazo, que não se demorou. Cerberos, agora unido em um gigante de três cabeças, entrou primeiro, bufando a fumaça enegrecida usual com Nazo semiconsciente o seguindo.

    - Cerberos, flama! – ordenou. O cão jogou suas línguas de fogo para cima de Factor, que se correu para se proteger.

    - Belbus, incarna! – vociferou Factor. O espírito em forma de hiena se dissipou em uma nuvem de energia e entrou na motosserra. Com a possessão, a eletricidade de Belbus pasou para a arma, que começou a se agitar com a energia elétrica percorrendo sua estrutura. “Vou ter que atacar Nazo diretamente”, Factor pensou. Mas então já era tarde. Nazo já estava a dez centímetros de distância empunhando seu par de facas de combate que ele usava sempre. Factor pensou rápido e ligou a motosserra. O estrondo causado pelo encontro das armas foi ensurdecedor. Factor não aguentou o impacto e teve que saltar para longe para se proteger. Caiu ao lado de Cerberos.

    - Cachorro maldito! Belbus, electrica incursu!! – a hiena saltou da motosserra, onde estava incorporada e acertou um choque elétrico no cão de três cabeças. O cão se dissolveu em cinzas e a conexão com Nazo foi quebrada. Mas isso não era um bom sinal para Factor.

    Manter um espírito invocado, consumia uma boa cota de energia e, com mais energia agora, Nazo partiu para mais um ataque corpo a corpo. Factor reincorporou Belbus à motosserra novamente e a ligou. O ataque de Nazo foi feroz e Factor bloqueava as investidas com dificuldade, com a ajuda da eletricidade da motosserra.

    - Fica parado pra eu poder te acertar, seu maldito! – gritou Factor, sem paciência. Os cortes que Nazo havia feito em seu corpo estavam doloridos e a movimentação estava ficando difícil. Nazo continuou o ataque e, com um chute bem colocado, jogou Factor no chão.

    Factor estava visivelmente acabado. Cortes por todo o corpo sangravam e doíam, e sua roupa estava visivelmente chamuscada. “Controle mental?? Quem será que fez isso?? O Coal deve saber...

    - Olha pro teto! – uma voz veio ao seu ouvido. Vida estava olhando pra ele de um buraco no telhado.

    - Você é igual um ratinho mesmo hein, sabe todas as passagens secretas do QG – disse Factor na escuta.

    - Para de falar besteira e presta atenção no que tá acontecendo. Nazo tá vindo na sua direção, mas não levante ainda. Prepare Belbus, que quando eu disser, você eletriza ele!! – disse Vida. Factor ligou a motosserra o mais silenciosamente que pôde. Esperou alguns segundos até ouvir a voz de menino na escuta – AGORA!

    A motosserra cortou o ar e cravou suas lâminas na perna de Nazo. Percebendo o impacto com a carne, Factor ordenou o choque elétrico. Eletricidade percorreu todo o corpo do soldado fazendo-o tremer loucamente e, depois de toda a tortura tombou no chão, inconsciente.

    - Cara, essa foi difícil. – disse Factor, tentando se levantar – se eu tiver que fazer isso novamente, não devo conseguir... – apoiou-se na motosserra como uma muleta e acendeu o cachimbo.

    - Você é doido, cara... Espere aí Factor que eu já vou te... – Vida falava na escuta mas foi interrompido.

    - IM-PRES-SIO-NAN-TE – disse Barata, batendo palmas, enquanto entrava na sala. - Eu achei que o Nazo poderia dar conta de você, mas o Coal realmente sabe o que faz quando contrata seus subordinados.

    - Do que está falando, Barata?? – disse Factor, confuso.

    - Eu realmente não esperava ter que sujar minhas mãos com você, Factor. Já tinha achado um presente o Coal ter deixado só você e o Nazo aqui no QG para facilitar os meus planos... mas que decepção!

    - Então era você que estava controlando o Nazo?? Seu maldito!! - disse Factor – Quer destruir o QG?? O Coal vai te matar!!

    - Digamos que seria interessante vê-lo tentar... Por hora, vamos só falar de você, tá? – debochou Barata.

    - E a Rafa?? O que fez com ela?? – disse Factor.

    - Estou aqui, querido! – Rafa brotou ao lado de Barata, trajando agora um lustroso vestido vermelho. Na borda da saia, um escorpião estampado. Factor arregalou os olhos:

    - Meu Deus... Isso é...? – disse, perplexo.

    - Xiiu... não vamos mais falar ok, só procure descansar, Factor... – Sentiu uma picada de inseto na região da nuca, e ficou instantaneamente tonto. Não tinha reparado, mas agora via que havia vários insetos reluzentes pelo chão. “Espíritos!”, pensou. Seu corpo ficava mais pesado a cada segundo. Tombou em um joelho.

    - Maldito... você... você me paralisou? – disse Factor, sem forças.

    - Ora, que é isso, Factor... até parece que não me conhece... – disse Barata, se aproximando. Aproximou-se do ouvido de Factor, e proferiu – Eu só ataco pra matar!

    Não resistindo mais, o corpo de Factor tombou no chão. Antes de tudo escurecer, a ultima coisa que viu foi o rosto de menino, molhado pelas lágrimas de dor que saíam de seus olhos.

    Mr.Coal tem sorte de o Barata ter uma memória curta...”, pensou, antes de morrer.



    continua...




    Ending
    ZZ - Pride Yourself

    NEXT: "E eis que chega aquele que espera."



    Depois de tanto tempo, finalmente pude postar aqui [+14] S O U L M A T E S 534588 estava com saudades... vou continuar postando aqui sim, para quem quiser ler com abertura e encerramento, comentários e etc tenha a oportunidade. Os capítulos vão acompanhar a revista enquanto serializado, então, até mes q vem [+14] S O U L M A T E S 534588


    Última edição por Mr.Coal em 21.10.12 19:34, editado 1 vez(es)
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    Mensagem por Vidalokaon 30.08.12 21:54

    Queremos o 5 D: uaheuaheuahe'
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    [+14] S O U L M A T E S Empty Re: [+14] S O U L M A T E S

    Mensagem por Staraptor 30.08.12 23:14

    Bom, acabei de ler o prologo e essa fanfic está muito boa, o Coal tem uma facilidade incrível para detalhar o q está acontecendo.

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