Hello guys \o/ Espero que leiam meu novo projeto de fic =3
Bom, antes de mais nada, quero explicar a idéia:
Remontar os eventos principais dos jogos da quinta geração Pokémon Black & White Versions em uma fic. Bom, não pensem que vai ser tudo igual, afinal, fazer tudo exatamente igual seria além de tudo uma quebra de direitos ideológicos. Por trás disso, também vem a intenção de criar uma Fanfic Detonado. Uma vez que ele mostrará os eventos principais do jogo na ordem deste, também serviria como um guia simples e divertido para os jogadores.
Well, basicamente é isto. Este é o 1° capítulo. Espero que curtam ^^
O dia já estava quase terminando. O céu negro com muitas estrelas visíveis no céu. A lua minguava e alguns Woobats sobrevoavam a cidade de Nuvema em uma baixa altitude, tão baixa que um deles passou bem ao lado da moça que trazia em seu colo uma caixa de presente azul com um laço verde enfeitando-o. Continuou seu caminho sem incomodar-se com o morcego peludo. Os olhos estreitos devido ao sono e como resultado do longo dia e da última noite de trabalho com os Pokémons que recebera recentemente para analisar, estavam olheiras de dois centímetros sob seus olhos. Bateu na porta da casa que um dia abrigou um dos maiores treinadores que aquela cidade veria e então foi atendida por uma mulher um pouco mais alta que a recebeu. Instantes depois, tornou a sair da casa.
- Boa noite, Professora! – a mulher na porta da casa acenava para a outra que refazia o caminho que acabara de fazer.
- Boa... – bocejando – noite.
*
O dia já amanhecera há muito. O barulho das escadas sendo pisoteadas pelo garoto que ainda vestia o pijama com três macaquinhos coloridos estampados nele e a pantufa azul chegara a assustar a mulher que preparava um café da manhã de chá e panquecas.
- Chegou? Chegou?
- Sim, filho. Chegou...
- Finalmente! Cadê? Cadê? – ele pulava ansioso, procurando por um sinal do que acabara de receber.
- Seja paciente, filho. Lembre-se que combinou com seus amigos de pegarem os Pokémons juntos. Agora, vai se arrumando enquanto termino seu café.
- Droga, droga! Cadê eles? – e o garoto subiu as escadas bufando, impaciente.
Logo que o garoto sumiu pela escadaria, a porta principal da casa se abriu. Um garoto de cabelos negros e olhos azul-marinho por trás de óculos transparentes transpôs a porta, vestindo uma blusa azul e uma camiseta branca com uma faixa vermelha formando um Y.
- Ah, Cheren! Bom dia, querido. Sente-se.
Ele curvou-se sem esboçar qualquer sorriso e sentou-se na mesa que tinha quatro cadeiras disponíveis.
- Quer chá? Uma panqueca?
- Não, obrigado. Já estou satisfeito.
- Certo... Hilbert está somente se arrumando, logo estará aqui embaixo.
Cheren somente acenou positivamente em resposta. Enquanto isso, no quarto no andar de cima, Hilbert terminava de vestir sua blusa azul e pegar o boné vermelho e branco. Olhou para uma foto de um homem jovem e forte, ao lado de seis Pokémons.
- Pai, vou honrar seu nome. Espero ser tão bom quanto um dia você já foi.
Correu e saiu do quarto e novamente pisoteou a escadaria, alcançando o andar debaixo e notando Cheren sentado na mesa, cumprimentou-o com um aperto de mão e um sorriso que não foi retribuído, como o garoto já esperava.
- Aqui está, querido – a mulher colocou na mesa um prato com uma grande montanha de panquecas com o mel escorrendo pelas laterais. Logo em seguida, colocou também uma xícara de chá.
Hilbert saboreou então, o que seria sua última refeição em sua casa. O garoto já havia terminado seu café da manhã e ambos assistiam a um canal de TV educativo, recomendado por Cheren, do qual Hilbert, após uma hora assistindo, já não aguentava mais olhar.
- Cadê essa Bianca? - Hilbert virava-se para a janela e jogava-se no sofá ao notar que ninguém se aproximara de sua casa. Chegava a afundar nele com a força que se jogava.
- Provavelmente dormindo.
Alguns minutos a mais naquele canal foram o suficiente para Hilbert finalmente explodir e decidir que iria atrás de Bianca em sua casa. Colocou novamente o boné, que naquele momento encontrava-se largado sobre a mesa e abriu a porta e topou violentamente com um corpo e caiu para trás. O mesmo aconteceu com o outro. Ambos levantaram-se, desajeitados. Do lado de fora da casa, estava uma garota de cabelos loiros parcialmente cobertos por uma boina verde que combinavam com seus olhos, da mesma cor. Vestia um grande vestido branco que passava dos seus joelhos, e no dorso, ainda era coberto por uma camisa laranja. Recolhia uma bolsa verde do chão.
- Bianca... – resmungou Hilbert e então, levantou-se – Está atrasada!
- D-desculpa... Não deu pra mim vir antes por que... – hesitou antes de terminar – dormi um pouco demais... Me desculpem.
Tratou de entrar na casa, enquanto tateava a cabeça que acabara de se chocar contra o gramado. Cheren levantou-se quando ela entrou e a mãe de Hilbert, que até então estava sentada em uma cadeira de madeira, levantou-se e pegou a caixa azul com o laço verde, pondo-o sobre a mesa.
- Como sempre, atrasada... – disse Cheren, em seu tom de voz constante.
- Eu acho que já pedi desculpas, Cheren – Bianca dava um sorriso sem graça.
Hilbert aproximou-se um pouco mais da caixa e antes de abri-la, retirou a carta sobre ela e começou a lê-la.
“Caros Hilbert, Cheren e Bianca,
Nesta caixa estão três Pokémons, um para cada um de vocês.
Espero que gostem dos Pokémons que escolherem.
Sejam carinhosos e cuidadosos, crie-os de forma que eles sejam fortes e felizes.
Escolham com cuidado.
Vejo vocês em breve, crianças.
Professora Juniper.”
- Ok, vamos ao que nos interessa! – colocou a carta sobre a mesa e começou a abrir a caixa.
Lá estavam, três esferas rubras e alvas, brilhantes lado a lado. Na frente de cada uma, uma plaquinha indicando o nome e o seu tipo. Na placa da esquerda, estava um “Snivy” e uma folha desenhada nela. Na do meio, um “Tepig” e um foco de chamas e mais à direita, um “Oshawott”, e uma gota d’água desenhada.
- Você escolhe primeiro, Hilbert – Bianca me empurrou quando viu que estava me afastando da caixa – Já que as Pokébolas chegaram na sua casa, você escolhe primeiro.
- Certo... Eu vou ficar com... – ele olhava para cada Pokébola e os nomes e ficava mais e mais confuso. Mesmo sendo um nativo de Unova, não fazia idéia de como eram os Pokémons contidos nas Pokébolas – Vou ficar com esse!
O garoto pegou o da esquerda, após um sorteio feito em sua mente. Ficara com Snivy, enquanto Bianca, feliz, apressou-se ao encontro da Pokébola mais à esquerda, onde estava Oshawott. Cheren, sem opção alguma, pegou a do meio, Tepig.
Cada um soltou seu Pokémon de suas Pokébolas. O de Hilbert saiu na forma de um Pokémon de corpo fino de uma coloração esverdeada, olhos vermelhos penetrantes observavam tudo em sua volta. O Oshawott saiu da Pokébola pulando e exibindo sua concha. Tinha a cabeça e as mãos brancas, o corpo azul, assim como as orelhas, e um nariz laranja engraçadíssimo. Enquanto isso, Cheren liberou seu Pokémon, Tepig, um pequeno porquinho alaranjado com a cauda enrolada e em sua ponta, uma esfera vermelha que piscava. Tinha uma expressão séria como a do treinador.
- Temos um Pokémon! Vamos batalhar! – disse Bianca, logo que largou seu Oshawott no chão.
- Isso! Vamos batalhar! – Hilbert concordou com Bianca e Cheren, novamente sem opção, concordou também. O trio saiu da casa, ao lado de seus Pokémons e atrás, a mãe de Hilbert, observando tudo da porta de casa.
Hilbert posicionou-se de um lado, do outro ficou Bianca. Cheren ficou ao lado da mãe de Hilbert, declarando-se o juiz da partida. Três crianças que brincavam, ao ver o início da batalha, aproximaram-se para assistir.
- Vamos, Snivy! – Hilbert gritou para a cobrinha de grama que saltou para a sua frente.
- Você também, Oshawott – com um salto mais engraçado, o Oshawott de Bianca posicionou-se também.
- Snivy, comece com Tackle!
- Oshawott, Water Gun!
Snivy saltou para frente, mirando a cabeça em Oshawott, que liberou um jato d’água antes que a cobrinha pudesse acertá-lo. A pressão foi o suficiente para afastá-lo.
- Eeeh... Snivy, Giga Drain! – ordenou Hilbert um pouco confuso. Mais confuso que ele, somente Snivy, que olhou para o treinador não sabendo o que fazer – Droga, você não sabe esse ataque?
Enquanto isso, Oshawott se aproximava em um Tackle.
- Então... Vine Whip!
Snivy virou-se para a frente e deixou sair do corpo duas vinhas que deram uma rasteira no Oshawott. Este caiu no chão e rolou até os pés de Snivy, que com a outra vinha lançou-o contra a treinadora.
- Oshawott, Tackle!
Hilbert não sabia mais o que fazer com o Pokémon, até que lhe ocorreu a idéia de que Snivy era uma cobra. Contra-atacou.
- Snivy, rasteje-se pelo chão para esquivar do seu ataque e finalize-o com um Vine Whip!
Enquanto Oshawott se aproximava de Snivy, esta começou a investir em sua direção, mas com a cabeça baixa, o corpo quase arrastando-se no chão. Logo ultrapassara o adversário, que pousara um pouco confuso e logo em seguida recebeu duas vinhas no rosto que o derrotaram.
De repente palmas começaram a ecoar em volta. Haviam cerca de dez pessoas assistindo a batalha e aplaudiam os treinadores. Somente um homem em meio àquelas pessoas não parecia feliz e dava meia volta, retornando para sua origem.
- Ótimo, vamos para o laboratório da Professora Juniper – Cheren aproximou-se de ambos.
- Ahn... Podem ir na frente. Encontro vocês lá, pode ser? – Bianca apressou-se e recolhendo seu Pokémon derrotado, começou a caminhar em direção da casa.
- Claro... – Hilbert respondeu-a, recolhendo sua Snivy vitoriosa.
*
Hilbert e Cheren já esperavam há alguns minutos na frente do Laboratório da Professora Juniper, uma grande estrutura alaranjada que tinha uma biruta que movia-se conforme o vento mudava de direção. Estavam sentados, encostados à parede laranja do laboratório.
- De novo, atrasada. Este é um defeito muito grave dela – Cheren resmungava, como costumava fazer o tempo inteiro.
- Vou atrás dela. Estou ficando preocupado – Hilbert disse, já levantando-se.
- Tá. Vou ficar por aqui.
Hilbert ajeitou o boné e saiu correndo em direção ao sul da cidade. Cortou caminho pela plantação de repolhos da Dona Margareth e logo chegou na casa de Bianca, que aliás, não era muito diferente das outras casas. Logo que entrou espontaneamente, como sempre fez durante a infância, pôde ouvir os gritos do pai de Bianca.
- Não, não e não! Você não vai sair em jornada, já te disse isso mil vezes!
- Mas papai... Este é o meu sonho desde peq-
- E é desde pequena que te digo para desistir deste sonho! Esqueça!
Enquanto o homem gritava, a mãe de Bianca tentava lavar a louça ao lado da sala, as mãos trêmulas e os olhos enchendo-se de lágrimas.
- Eu... Eu sinto muito, mas eu vou! Por mais que me proíba! – Bianca virou-se para minha direção e começou a correr.
- Não se atreva! Garota, olha como fala com seu pai! Bianca! Volte aqui já! – o homem já falava sozinho. Bianca já saíra, e puxara Hilbert junto pela mão.
Chegaram ao laboratório quando Bianca já enxugava as lágrimas dos olhos e esboçava um sorriso esforçado.
- Algo de errado com ela? – perguntou Cheren, batendo a porta do laboratório.
- Não, não... – Bianca adiantou-se para responder.
A porta abriu-se com a mão de uma mulher alta vestindo jaleco puxando-a.
- Ora, ora! Se não são as crianças! Gostaram do Pokémon que escolheram?
- Sim! – Hilbert e Bianca gritaram. Cheren somente acenou positivamente com a cabeça.
- Muito bem, venham. Ainda tenho mais um presente para vocês.
Professora Juniper caminhou em direção aos fundos do laboratório e o trio acompanhou-a. Quando pararam, estavam em uma sala cheia de equipamentos científicos. Pegou três máquinas, duas delas cinza-escuros e a outra cinza-claro. Um desenho de Pokébola estava nelas. Em uma delas, era azul, na outra, vermelha e na última, mais clara, era rosa.
- Estas são as Pokédex. São itens que analisam Pokémons e... Como não sou boba nem nada, vou deixar um para cada um, para que vocês coletem informações para mim enquanto viajam. Também te ajudarão a capturar Pokémons e também em batalhas.
- Aproveitadora – Hilbert disse, rindo. Bianca e a Professora Juniper também começaram a rir.
Juniper deu a PokéDex com a Pokébola azul para Cheren, a vermelha para Hilbert e a rosa para Bianca.
- Isso é tudo pessoal. Espero que tenham ótimas jornadas. Se precisarem de qualquer coisa, basta me chamarem no computador de algum Centro Pokémon, ok?
Os três acenaram com a cabeça.
- Ah, as Pokébolas, claro – Juniper voltou para a mesa, pegou quinze Pokébolas, dando cinco para cada uma das crianças – Bom, crianças. Isso é tudo. Boa sorte em suas jornadas.
Os três saíram do laboratório com suas PokéDex em mãos, analisando-as da forma que preferiam. Logo que atravessaram a porta e alcançaram o solo de terra de Nuvema, a mãe de Hilbert surgiu, com uma sacolinha.
- Imaginei que estariam por aqui. Já estão prontos para a jornada?
- Sim!
- Filho, só quero te dar isso – tirou da sacolinha um objeto azul e amarelo, que ao abrir, revelou ser um mapa – Também tenho alguns sobrando. Querem?
Cheren tendo um, não respondeu. Enquanto isso, Bianca pediu um e a mãe de Hilbert entregou uma para ela também. Não tinha um pai que a apoiasse, portanto não tinha muitos preparativos.
- Bom, filho. Cuide-se, viu? Seja um vitorioso como seu pai.
O garoto confirmou com a cabeça. A mãe deu um beijo na testa do filho que afastou-se em direção da casa.
Começava aí a jornada de Hilbert, Bianca e Cheren, três amigos nascidos na cidade de Nuvema. Uma caminhada de alguns minutos levou-os até a Rota 1 e o primeiro passo nela significaria para eles o início de uma jornada sem precedentes. O vento forte arrancava as pétalas das flores que beiravam o caminho, formando uma cortina de pétalas que pareciam infinitas. A brisa do mar se enfraquecia... Estavam ficando distante de casa.
Bom, antes de mais nada, quero explicar a idéia:
Remontar os eventos principais dos jogos da quinta geração Pokémon Black & White Versions em uma fic. Bom, não pensem que vai ser tudo igual, afinal, fazer tudo exatamente igual seria além de tudo uma quebra de direitos ideológicos. Por trás disso, também vem a intenção de criar uma Fanfic Detonado. Uma vez que ele mostrará os eventos principais do jogo na ordem deste, também serviria como um guia simples e divertido para os jogadores.
Well, basicamente é isto. Este é o 1° capítulo. Espero que curtam ^^
O dia já estava quase terminando. O céu negro com muitas estrelas visíveis no céu. A lua minguava e alguns Woobats sobrevoavam a cidade de Nuvema em uma baixa altitude, tão baixa que um deles passou bem ao lado da moça que trazia em seu colo uma caixa de presente azul com um laço verde enfeitando-o. Continuou seu caminho sem incomodar-se com o morcego peludo. Os olhos estreitos devido ao sono e como resultado do longo dia e da última noite de trabalho com os Pokémons que recebera recentemente para analisar, estavam olheiras de dois centímetros sob seus olhos. Bateu na porta da casa que um dia abrigou um dos maiores treinadores que aquela cidade veria e então foi atendida por uma mulher um pouco mais alta que a recebeu. Instantes depois, tornou a sair da casa.
- Boa noite, Professora! – a mulher na porta da casa acenava para a outra que refazia o caminho que acabara de fazer.
- Boa... – bocejando – noite.
*
O dia já amanhecera há muito. O barulho das escadas sendo pisoteadas pelo garoto que ainda vestia o pijama com três macaquinhos coloridos estampados nele e a pantufa azul chegara a assustar a mulher que preparava um café da manhã de chá e panquecas.
- Chegou? Chegou?
- Sim, filho. Chegou...
- Finalmente! Cadê? Cadê? – ele pulava ansioso, procurando por um sinal do que acabara de receber.
- Seja paciente, filho. Lembre-se que combinou com seus amigos de pegarem os Pokémons juntos. Agora, vai se arrumando enquanto termino seu café.
- Droga, droga! Cadê eles? – e o garoto subiu as escadas bufando, impaciente.
Logo que o garoto sumiu pela escadaria, a porta principal da casa se abriu. Um garoto de cabelos negros e olhos azul-marinho por trás de óculos transparentes transpôs a porta, vestindo uma blusa azul e uma camiseta branca com uma faixa vermelha formando um Y.
- Ah, Cheren! Bom dia, querido. Sente-se.
Ele curvou-se sem esboçar qualquer sorriso e sentou-se na mesa que tinha quatro cadeiras disponíveis.
- Quer chá? Uma panqueca?
- Não, obrigado. Já estou satisfeito.
- Certo... Hilbert está somente se arrumando, logo estará aqui embaixo.
Cheren somente acenou positivamente em resposta. Enquanto isso, no quarto no andar de cima, Hilbert terminava de vestir sua blusa azul e pegar o boné vermelho e branco. Olhou para uma foto de um homem jovem e forte, ao lado de seis Pokémons.
- Pai, vou honrar seu nome. Espero ser tão bom quanto um dia você já foi.
Correu e saiu do quarto e novamente pisoteou a escadaria, alcançando o andar debaixo e notando Cheren sentado na mesa, cumprimentou-o com um aperto de mão e um sorriso que não foi retribuído, como o garoto já esperava.
- Aqui está, querido – a mulher colocou na mesa um prato com uma grande montanha de panquecas com o mel escorrendo pelas laterais. Logo em seguida, colocou também uma xícara de chá.
Hilbert saboreou então, o que seria sua última refeição em sua casa. O garoto já havia terminado seu café da manhã e ambos assistiam a um canal de TV educativo, recomendado por Cheren, do qual Hilbert, após uma hora assistindo, já não aguentava mais olhar.
- Cadê essa Bianca? - Hilbert virava-se para a janela e jogava-se no sofá ao notar que ninguém se aproximara de sua casa. Chegava a afundar nele com a força que se jogava.
- Provavelmente dormindo.
Alguns minutos a mais naquele canal foram o suficiente para Hilbert finalmente explodir e decidir que iria atrás de Bianca em sua casa. Colocou novamente o boné, que naquele momento encontrava-se largado sobre a mesa e abriu a porta e topou violentamente com um corpo e caiu para trás. O mesmo aconteceu com o outro. Ambos levantaram-se, desajeitados. Do lado de fora da casa, estava uma garota de cabelos loiros parcialmente cobertos por uma boina verde que combinavam com seus olhos, da mesma cor. Vestia um grande vestido branco que passava dos seus joelhos, e no dorso, ainda era coberto por uma camisa laranja. Recolhia uma bolsa verde do chão.
- Bianca... – resmungou Hilbert e então, levantou-se – Está atrasada!
- D-desculpa... Não deu pra mim vir antes por que... – hesitou antes de terminar – dormi um pouco demais... Me desculpem.
Tratou de entrar na casa, enquanto tateava a cabeça que acabara de se chocar contra o gramado. Cheren levantou-se quando ela entrou e a mãe de Hilbert, que até então estava sentada em uma cadeira de madeira, levantou-se e pegou a caixa azul com o laço verde, pondo-o sobre a mesa.
- Como sempre, atrasada... – disse Cheren, em seu tom de voz constante.
- Eu acho que já pedi desculpas, Cheren – Bianca dava um sorriso sem graça.
Hilbert aproximou-se um pouco mais da caixa e antes de abri-la, retirou a carta sobre ela e começou a lê-la.
“Caros Hilbert, Cheren e Bianca,
Nesta caixa estão três Pokémons, um para cada um de vocês.
Espero que gostem dos Pokémons que escolherem.
Sejam carinhosos e cuidadosos, crie-os de forma que eles sejam fortes e felizes.
Escolham com cuidado.
Vejo vocês em breve, crianças.
Professora Juniper.”
- Ok, vamos ao que nos interessa! – colocou a carta sobre a mesa e começou a abrir a caixa.
Lá estavam, três esferas rubras e alvas, brilhantes lado a lado. Na frente de cada uma, uma plaquinha indicando o nome e o seu tipo. Na placa da esquerda, estava um “Snivy” e uma folha desenhada nela. Na do meio, um “Tepig” e um foco de chamas e mais à direita, um “Oshawott”, e uma gota d’água desenhada.
- Você escolhe primeiro, Hilbert – Bianca me empurrou quando viu que estava me afastando da caixa – Já que as Pokébolas chegaram na sua casa, você escolhe primeiro.
- Certo... Eu vou ficar com... – ele olhava para cada Pokébola e os nomes e ficava mais e mais confuso. Mesmo sendo um nativo de Unova, não fazia idéia de como eram os Pokémons contidos nas Pokébolas – Vou ficar com esse!
O garoto pegou o da esquerda, após um sorteio feito em sua mente. Ficara com Snivy, enquanto Bianca, feliz, apressou-se ao encontro da Pokébola mais à esquerda, onde estava Oshawott. Cheren, sem opção alguma, pegou a do meio, Tepig.
Cada um soltou seu Pokémon de suas Pokébolas. O de Hilbert saiu na forma de um Pokémon de corpo fino de uma coloração esverdeada, olhos vermelhos penetrantes observavam tudo em sua volta. O Oshawott saiu da Pokébola pulando e exibindo sua concha. Tinha a cabeça e as mãos brancas, o corpo azul, assim como as orelhas, e um nariz laranja engraçadíssimo. Enquanto isso, Cheren liberou seu Pokémon, Tepig, um pequeno porquinho alaranjado com a cauda enrolada e em sua ponta, uma esfera vermelha que piscava. Tinha uma expressão séria como a do treinador.
- Temos um Pokémon! Vamos batalhar! – disse Bianca, logo que largou seu Oshawott no chão.
- Isso! Vamos batalhar! – Hilbert concordou com Bianca e Cheren, novamente sem opção, concordou também. O trio saiu da casa, ao lado de seus Pokémons e atrás, a mãe de Hilbert, observando tudo da porta de casa.
Hilbert posicionou-se de um lado, do outro ficou Bianca. Cheren ficou ao lado da mãe de Hilbert, declarando-se o juiz da partida. Três crianças que brincavam, ao ver o início da batalha, aproximaram-se para assistir.
- Vamos, Snivy! – Hilbert gritou para a cobrinha de grama que saltou para a sua frente.
- Você também, Oshawott – com um salto mais engraçado, o Oshawott de Bianca posicionou-se também.
- Snivy, comece com Tackle!
- Oshawott, Water Gun!
Snivy saltou para frente, mirando a cabeça em Oshawott, que liberou um jato d’água antes que a cobrinha pudesse acertá-lo. A pressão foi o suficiente para afastá-lo.
- Eeeh... Snivy, Giga Drain! – ordenou Hilbert um pouco confuso. Mais confuso que ele, somente Snivy, que olhou para o treinador não sabendo o que fazer – Droga, você não sabe esse ataque?
Enquanto isso, Oshawott se aproximava em um Tackle.
- Então... Vine Whip!
Snivy virou-se para a frente e deixou sair do corpo duas vinhas que deram uma rasteira no Oshawott. Este caiu no chão e rolou até os pés de Snivy, que com a outra vinha lançou-o contra a treinadora.
- Oshawott, Tackle!
Hilbert não sabia mais o que fazer com o Pokémon, até que lhe ocorreu a idéia de que Snivy era uma cobra. Contra-atacou.
- Snivy, rasteje-se pelo chão para esquivar do seu ataque e finalize-o com um Vine Whip!
Enquanto Oshawott se aproximava de Snivy, esta começou a investir em sua direção, mas com a cabeça baixa, o corpo quase arrastando-se no chão. Logo ultrapassara o adversário, que pousara um pouco confuso e logo em seguida recebeu duas vinhas no rosto que o derrotaram.
De repente palmas começaram a ecoar em volta. Haviam cerca de dez pessoas assistindo a batalha e aplaudiam os treinadores. Somente um homem em meio àquelas pessoas não parecia feliz e dava meia volta, retornando para sua origem.
- Ótimo, vamos para o laboratório da Professora Juniper – Cheren aproximou-se de ambos.
- Ahn... Podem ir na frente. Encontro vocês lá, pode ser? – Bianca apressou-se e recolhendo seu Pokémon derrotado, começou a caminhar em direção da casa.
- Claro... – Hilbert respondeu-a, recolhendo sua Snivy vitoriosa.
*
Hilbert e Cheren já esperavam há alguns minutos na frente do Laboratório da Professora Juniper, uma grande estrutura alaranjada que tinha uma biruta que movia-se conforme o vento mudava de direção. Estavam sentados, encostados à parede laranja do laboratório.
- De novo, atrasada. Este é um defeito muito grave dela – Cheren resmungava, como costumava fazer o tempo inteiro.
- Vou atrás dela. Estou ficando preocupado – Hilbert disse, já levantando-se.
- Tá. Vou ficar por aqui.
Hilbert ajeitou o boné e saiu correndo em direção ao sul da cidade. Cortou caminho pela plantação de repolhos da Dona Margareth e logo chegou na casa de Bianca, que aliás, não era muito diferente das outras casas. Logo que entrou espontaneamente, como sempre fez durante a infância, pôde ouvir os gritos do pai de Bianca.
- Não, não e não! Você não vai sair em jornada, já te disse isso mil vezes!
- Mas papai... Este é o meu sonho desde peq-
- E é desde pequena que te digo para desistir deste sonho! Esqueça!
Enquanto o homem gritava, a mãe de Bianca tentava lavar a louça ao lado da sala, as mãos trêmulas e os olhos enchendo-se de lágrimas.
- Eu... Eu sinto muito, mas eu vou! Por mais que me proíba! – Bianca virou-se para minha direção e começou a correr.
- Não se atreva! Garota, olha como fala com seu pai! Bianca! Volte aqui já! – o homem já falava sozinho. Bianca já saíra, e puxara Hilbert junto pela mão.
Chegaram ao laboratório quando Bianca já enxugava as lágrimas dos olhos e esboçava um sorriso esforçado.
- Algo de errado com ela? – perguntou Cheren, batendo a porta do laboratório.
- Não, não... – Bianca adiantou-se para responder.
A porta abriu-se com a mão de uma mulher alta vestindo jaleco puxando-a.
- Ora, ora! Se não são as crianças! Gostaram do Pokémon que escolheram?
- Sim! – Hilbert e Bianca gritaram. Cheren somente acenou positivamente com a cabeça.
- Muito bem, venham. Ainda tenho mais um presente para vocês.
Professora Juniper caminhou em direção aos fundos do laboratório e o trio acompanhou-a. Quando pararam, estavam em uma sala cheia de equipamentos científicos. Pegou três máquinas, duas delas cinza-escuros e a outra cinza-claro. Um desenho de Pokébola estava nelas. Em uma delas, era azul, na outra, vermelha e na última, mais clara, era rosa.
- Estas são as Pokédex. São itens que analisam Pokémons e... Como não sou boba nem nada, vou deixar um para cada um, para que vocês coletem informações para mim enquanto viajam. Também te ajudarão a capturar Pokémons e também em batalhas.
- Aproveitadora – Hilbert disse, rindo. Bianca e a Professora Juniper também começaram a rir.
Juniper deu a PokéDex com a Pokébola azul para Cheren, a vermelha para Hilbert e a rosa para Bianca.
- Isso é tudo pessoal. Espero que tenham ótimas jornadas. Se precisarem de qualquer coisa, basta me chamarem no computador de algum Centro Pokémon, ok?
Os três acenaram com a cabeça.
- Ah, as Pokébolas, claro – Juniper voltou para a mesa, pegou quinze Pokébolas, dando cinco para cada uma das crianças – Bom, crianças. Isso é tudo. Boa sorte em suas jornadas.
Os três saíram do laboratório com suas PokéDex em mãos, analisando-as da forma que preferiam. Logo que atravessaram a porta e alcançaram o solo de terra de Nuvema, a mãe de Hilbert surgiu, com uma sacolinha.
- Imaginei que estariam por aqui. Já estão prontos para a jornada?
- Sim!
- Filho, só quero te dar isso – tirou da sacolinha um objeto azul e amarelo, que ao abrir, revelou ser um mapa – Também tenho alguns sobrando. Querem?
Cheren tendo um, não respondeu. Enquanto isso, Bianca pediu um e a mãe de Hilbert entregou uma para ela também. Não tinha um pai que a apoiasse, portanto não tinha muitos preparativos.
- Bom, filho. Cuide-se, viu? Seja um vitorioso como seu pai.
O garoto confirmou com a cabeça. A mãe deu um beijo na testa do filho que afastou-se em direção da casa.
Começava aí a jornada de Hilbert, Bianca e Cheren, três amigos nascidos na cidade de Nuvema. Uma caminhada de alguns minutos levou-os até a Rota 1 e o primeiro passo nela significaria para eles o início de uma jornada sem precedentes. O vento forte arrancava as pétalas das flores que beiravam o caminho, formando uma cortina de pétalas que pareciam infinitas. A brisa do mar se enfraquecia... Estavam ficando distante de casa.