Primeiras palavras antes de postar o The Leader '
Bom, The Leader é na verdade uma segunda tentativa do "The Gym Leader's Life". Eu já havia postado ele em outros lugares, mas antes de postar aqui, decidi fazer uma reforma total. Troquei o personagem principal, que antes era o Shian, um cara chato, sem graça e mal humorado, para o Yukio, que é no mínimo mais divertido. Outro motivo que me levou a fazer uma grande mudança no The Leader, foi que em um certo ponto a história já estava se arrastando para continuar e quero tentar evitar isso. Além de tudo, eu também mudei muito meu estilo de escrita e Deus queira que tenha sido para melhor XD
Bom, dito isso, espero que gostem.
__O interior do ginásio era lindo e colossal, como o interior de um grande salão de um castelo, entretanto, as lamparinas que iluminavam o espaço expeliam um fogo lilás-azulado, como se almas humanas em forma de fogo-fátuos estivessem observando a batalha em andamento. O chão da arena, feita de ladrilhos brancos com detalhes lilás ainda davam um clima ainda mais sombrio ao local. Dar ao seu ginásio características peculiares para dar alguma vantagem ao líder é uma estratégia bastante comum entre os líderes de ginásio. A estratégia dela, Fantina, a mulher de meia-idade com um grande vestido lilás e um penteado exuberante me encarando do outro lado daquela, que era a arena de batalha, era explorar um dos pontos fracos da mente humana, o medo.
__Apesar da pressão e dos calafrios que estar ali me causavam, ainda estava me saindo muito bem. Eu havia perdido dois dos meus Pokémons, meu terceiro e último, Lapras, acabara de derrotar a Mismagius de Fantina sem sofrer dano algum. A mulher, surpresa e ansiosa, retornou sua fantasma, que agora parecia estar contida nas três pedras elípticas que antes estavam em seu pescoço, para a Pokébola, colocando-a sobre uma almofada que um mordomo velho segurava ao seu lado. Em sua superfície, havia outras duas, uma era de Gengar, seu primeiro Pokémon, e a outra, uma pokébola verde com detalhes em preto, era o de seu último Pokémon, ainda não revelado, mas que era possível imaginar qual era. Os ornamentos amarelados em seu vestido na forma de “X” deixavam claro que aquele era seu Pokémon preferido e, portanto, o mais forte.
__A Pokébola foi lançada no chão de ladrilhos e então, explodiu em luzes negras, uma característica peculiar da Dusk Ball em que Drifblim, o Pokémon Balão, fora capturado. Assim como os outros dois Pokémons anteriores, focos de fogo azuis semelhantes aos que brilhavam na lamparina, vívidos, saíram juntos de Drifblim, outra estratégia para pressionar o oponente.
__Um Drifblim comum, encontrado em uma batalha no meio da rua, não provocaria tanta pressão. Eles chegam a ser fofos, com um ar inocente, entretanto, este, em meio a todo esse clima pesado, as luzes que mal iluminavam o local e ao seu tamanho consideravelmente grande, era medonho.
__ - Você foi bem até aqui, Yukio! – bradou Fantina, de onde estava. Sua voz tinha um peculiar sotaque estrangeiro – Mas sinto dizer que Drifblim dará tudo de si para evitar esta derrota.
__ - Lapras também dará tudo de si, não se preocupe – Lapras soltou um grito agudo, aguardando por ordens – Ice Beam!
__Lapras lançou seu ataque congelante contra Drifblim, que não foi rápido o suficiente para esquivar e recebeu o golpe em cheio. Ainda assim, ele não mostrava sinais de fraqueza. Era bem resistente.
__ - Nossa vez! Hypnosis!
__ - Safeguard! – bradei instintivamente.
__Um escudo especial ergueu-se em volta de Lapras, repelindo o ataque hipnotizante do Pokémon. Fantina, nada contente com o modo como estava preparado para seus truques, decidiu dar à batalha um rumo mais ofensivo.
__ - Não recua, Drifblim! Use Thunder!
__ - Thunderbolt!
__Dessa vez, o ataque de Lapras não foi forte o suficiente para enfrentar o de Drifblim frente-a-frente. Sem mobilidade nenhuma fora d’água, acabou recebendo o ataque super efetivo diretamente.
__A batalha não estava indo muito bem para mim. Deixar Lapras para o final com certeza não foi a melhor escolha que já fiz. Pokémons fantasmas geralmente conhecem ataques elétricos e eles estavam acabando comigo... Minhas opções estavam se esgotando, mas ainda tinha uma carta na manga e quando estava prestes a usá-la, algo em meu bolso começou a vibrar, acompanhado do irritantíssimo toque padrão do meu PokéGear, que começou a ecoar por todo o salão.
__Fantina, desconcertada, acabou não ordenando seu ataque, assim como eu.
__Tirei o PokéGear no modelo flip do bolso e o abri, vendo o nome “Fukori” gravado na tela inferior, enquanto a superior ainda mostrava o horário, um pouco mais de onze horas da manhã, no fundo verde-água padrão, com o logo das Corporações Silph.
__“Sinto muito, Fukori”, pensei e rapidamente tratei de desliga-lo. Estava em uma batalha importante e Fantina já estava me encarando com um olhar aborrecido no outro lado do salão.
__ - Desculpe! Podemos continuar?
__Saí do ginásio contente. Havia conquistado minha quinta insígnia depois de conseguir fazer Drifblim adormecer com Sing e então foi questão de tempo para que ele fosse considerado incapaz de lutar.
__Fui até o Centro para fazer um check-up nos meus Pokémons depois da batalha e enquanto eles estavam sendo tratados, lembrei-me de Fukori, que ligara há pouco. Decidi chama-lo pelo telefone público.
__Ele atendeu surpreendentemente rápido.
__ - Yukio! – a voz do velho no outro lado da linha estava um pouco alterada.
__ - Oi, Fukori. Tudo bem por aí?
__ - Não, Yukio. Sinto dizer, mas as coisas por aqui não estão nada bem.
__ - Aconteceu alguma coisa?
__A linha pareceu ficar muda por um instante do outro lado da linha. Aguardei por alguns segundos pela voz de Fukori, que não veio.
__ - Alô?
__ - Eu não queria dizer isso, mas não tenho outra escolha, tenho...?
__ - Fukori, diga de uma vez
__ - Seu avô, Yukio. Ele morreu.
__Estremeci por um segundo... Não, eu tenho que ter ouvido errado.
__ - Fukori... Repete, por favor.
__ - Ele morreu... Seu avô.
__Já faziam três anos que não pisava naquela cidade, Mahogany. A cidade, que há alguns anos atrás chegara a ser conhecida como “Esconderijo dos Ninjas”, tão reclusa e pequena que era, agora se tornara uma metrópole, após ser colocada em evidência diante dos eventos que ocorreram na cidade, relacionadas a uma organização criminosa. A pequena cidade avançou sobre as florestas no seu entorno, ganhou vários prédios e avenidas e muitos novos habitantes.
__Enquanto andava novamente pelo centro da cidade, depois de muito tempo distante, fui pego de surpresa por novas lojas e construções ao longo da cidade. Descobri que até um parque temático havia sido construído.
__Em alguns minutos, o número de pessoas com as quais eu cruzava começou a diminuir gradativamente, até que me encontrei na parte velha de Mahogany, com suas ruas estreitas e casas antigas. Uma dessas casas era a de Fukori.
__Toquei a campainha da casa em questão e um som alto ecoou pela casa toda. Em questão de segundos, a porta de correr de madeira além do portão de ferro na minha frente se abriu e então um homem velho de cabelos grisalhos, vestindo um chinelo, uma bermuda e uma camisa florida, surgiu por trás dela. Aquele era Fukori, o amigo de infância do vovô, aquele que esteve cuidando dele nos últimos três anos. Ele abriu um sorriso e veio correndo até o portão.
__ - Yukio! Há quanto tempo, garoto! – disse ele, com sua voz rouca.
__ - Como estão as coisas, Fukori? – me esforcei para mostrar um sorriso.
__ - Um pouco caótico, mas logo daremos a volta por cima – ele olhou para mim de cima a baixo, com um olhar paterno – Entre, entre. Você cresceu bastante.
__Ele abriu a porta de correr em sua casa para mim, revelando um pequeno quartinho com um altar de madeira sobre a qual estava uma pequena porcelana preta diante de uma foto do vovô.
Fukori acenou com a cabeça para que entrasse e assim fiz. Ele fechou a porta logo em seguida e me deixou sozinho.
__Sentei-me sobre minhas pernas em frente ao altar e olhei para a foto. Uni a palma das minhas mãos e fechei os olhos, com a cabeça baixa e assim fiquei, com a cabeça vazia, por alguns minutos.
Quando voltei a abrir os olhos, olhei novamente para a foto do vovô.
__ - Vovô... Você esteve bem nos últimos anos? Eu sei, você sempre disse que estava bem quando eu ligava, mas não tinha certeza se devia acreditar ou não – ri baixo – Agora eu sei que não devia acreditar. Ah, sabe quem eu conheci? A Glacia. Ela disse que foi sua discípula quando criança. Ela me contou sobre quando vocês dois batalharam pela liderança do ginásio. Ainda não acreditei quando ela disse que você aceitou.
__Fiquei em silêncio por alguns segundos, lembrando-me do dia em que conheci Glacia. Era uma mulher com cerca de quarenta anos, elegante e bela. Foi quando fiquei perdido em uma caverna de gelo em Hoenn e ela surgiu para me salvar. Conversamos bastante e quando finalmente saí do túnel, descobri que ela era da Elite dos Quatro de Hoenn.
__ - Vou sentir sua falta, vovô. Adeus.
__Curvei-me levemente diante da imagem do velho na foto e saí da sala. Do lado de fora, Fukori estava me esperando.
__ - Glacia? Haha, aquela garota tinha um gênio forte. Tão forte quanto o do seu avô naquela época – Fukori disse, enquanto despejava chá em uma xícara sobre a pequena mesa de madeira, sob a qual estávamos os dois sentados no chão – Mal posso acreditar que ela virou uma mulher tão elegante e tão bem sucedida.
__ - É difícil acreditar, mesmo.
__ - Duvido que ela te contou sobre como terminou o desafio, né?
__ - Não, mas nem era necessário, se não o vovô não era líder até hoje.
__ - O negócio é, ela foi humilhada. Seu avô derrotou todos os Pokémons dela com um golpe só, na frente de todos os outros discípulos. Ela saiu de Mahogany três dias depois.
__ - Ele pegou pesado demais, não foi?
__ - Concordo... Mas não fosse essa derrota, duvido que ela seria quem é hoje.
__ - Talvez...
__ - Ah, esqueci de uma coisa. Você era a única família do seu avô, né.
__O velho foi engatinhando comicamente até uma cômoda no canto da sala e tirou de uma gaveta um pedaço de papel. Ele voltou e colocou o papel sobre a mesa.
__ - Este é o inventário que o seu avô fez. Tudo que está aqui é seu de agora em diante.
__Peguei a folha. Nele havia uma lista de bens. Entre eles, estava sua casa, um pequeno apartamento em Mahogany, a casa onde meus pais moravam, um carro, etc. Até que surgiu, mais para o final, os seus Pokémons, uma relação com pouco mais de dez deles. Dewgong, Ursaring, Hitomontop, Lapras, Jynx, Crobat, Bellossom, Donphan, Nidoqueen, Heracross,Xatu, Forretress e, é claro, seu amado Mamoswine.
__Mas era lógico que após sua morte, ele iria querer que alguém tomasse conta de seus Pokémons. Pelo menos até que estes morressem também, então isso não foi uma grande surpresa. O que me fez ficar sem ar, mesmo, foi o que estava escrito no final de toda a lista: “Posição de Líder do Ginásio de Mahogany”. Depois, estava somente uma linha com a assinatura do vovô. “Pryce Willow”.
__Foi então que tudo começou. Minha vida como um líder de ginásio.
Obs: Malditos BBCodes. Não tem código pra recuo. Tive que colocar um monte de underline brancos pra simular um parágrafo.
Bom, The Leader é na verdade uma segunda tentativa do "The Gym Leader's Life". Eu já havia postado ele em outros lugares, mas antes de postar aqui, decidi fazer uma reforma total. Troquei o personagem principal, que antes era o Shian, um cara chato, sem graça e mal humorado, para o Yukio, que é no mínimo mais divertido. Outro motivo que me levou a fazer uma grande mudança no The Leader, foi que em um certo ponto a história já estava se arrastando para continuar e quero tentar evitar isso. Além de tudo, eu também mudei muito meu estilo de escrita e Deus queira que tenha sido para melhor XD
Bom, dito isso, espero que gostem.
The Leader #1
O Esconderijo dos Ninjas
O Esconderijo dos Ninjas
__O interior do ginásio era lindo e colossal, como o interior de um grande salão de um castelo, entretanto, as lamparinas que iluminavam o espaço expeliam um fogo lilás-azulado, como se almas humanas em forma de fogo-fátuos estivessem observando a batalha em andamento. O chão da arena, feita de ladrilhos brancos com detalhes lilás ainda davam um clima ainda mais sombrio ao local. Dar ao seu ginásio características peculiares para dar alguma vantagem ao líder é uma estratégia bastante comum entre os líderes de ginásio. A estratégia dela, Fantina, a mulher de meia-idade com um grande vestido lilás e um penteado exuberante me encarando do outro lado daquela, que era a arena de batalha, era explorar um dos pontos fracos da mente humana, o medo.
__Apesar da pressão e dos calafrios que estar ali me causavam, ainda estava me saindo muito bem. Eu havia perdido dois dos meus Pokémons, meu terceiro e último, Lapras, acabara de derrotar a Mismagius de Fantina sem sofrer dano algum. A mulher, surpresa e ansiosa, retornou sua fantasma, que agora parecia estar contida nas três pedras elípticas que antes estavam em seu pescoço, para a Pokébola, colocando-a sobre uma almofada que um mordomo velho segurava ao seu lado. Em sua superfície, havia outras duas, uma era de Gengar, seu primeiro Pokémon, e a outra, uma pokébola verde com detalhes em preto, era o de seu último Pokémon, ainda não revelado, mas que era possível imaginar qual era. Os ornamentos amarelados em seu vestido na forma de “X” deixavam claro que aquele era seu Pokémon preferido e, portanto, o mais forte.
__A Pokébola foi lançada no chão de ladrilhos e então, explodiu em luzes negras, uma característica peculiar da Dusk Ball em que Drifblim, o Pokémon Balão, fora capturado. Assim como os outros dois Pokémons anteriores, focos de fogo azuis semelhantes aos que brilhavam na lamparina, vívidos, saíram juntos de Drifblim, outra estratégia para pressionar o oponente.
__Um Drifblim comum, encontrado em uma batalha no meio da rua, não provocaria tanta pressão. Eles chegam a ser fofos, com um ar inocente, entretanto, este, em meio a todo esse clima pesado, as luzes que mal iluminavam o local e ao seu tamanho consideravelmente grande, era medonho.
__ - Você foi bem até aqui, Yukio! – bradou Fantina, de onde estava. Sua voz tinha um peculiar sotaque estrangeiro – Mas sinto dizer que Drifblim dará tudo de si para evitar esta derrota.
__ - Lapras também dará tudo de si, não se preocupe – Lapras soltou um grito agudo, aguardando por ordens – Ice Beam!
__Lapras lançou seu ataque congelante contra Drifblim, que não foi rápido o suficiente para esquivar e recebeu o golpe em cheio. Ainda assim, ele não mostrava sinais de fraqueza. Era bem resistente.
__ - Nossa vez! Hypnosis!
__ - Safeguard! – bradei instintivamente.
__Um escudo especial ergueu-se em volta de Lapras, repelindo o ataque hipnotizante do Pokémon. Fantina, nada contente com o modo como estava preparado para seus truques, decidiu dar à batalha um rumo mais ofensivo.
__ - Não recua, Drifblim! Use Thunder!
__ - Thunderbolt!
__Dessa vez, o ataque de Lapras não foi forte o suficiente para enfrentar o de Drifblim frente-a-frente. Sem mobilidade nenhuma fora d’água, acabou recebendo o ataque super efetivo diretamente.
__A batalha não estava indo muito bem para mim. Deixar Lapras para o final com certeza não foi a melhor escolha que já fiz. Pokémons fantasmas geralmente conhecem ataques elétricos e eles estavam acabando comigo... Minhas opções estavam se esgotando, mas ainda tinha uma carta na manga e quando estava prestes a usá-la, algo em meu bolso começou a vibrar, acompanhado do irritantíssimo toque padrão do meu PokéGear, que começou a ecoar por todo o salão.
__Fantina, desconcertada, acabou não ordenando seu ataque, assim como eu.
__Tirei o PokéGear no modelo flip do bolso e o abri, vendo o nome “Fukori” gravado na tela inferior, enquanto a superior ainda mostrava o horário, um pouco mais de onze horas da manhã, no fundo verde-água padrão, com o logo das Corporações Silph.
__“Sinto muito, Fukori”, pensei e rapidamente tratei de desliga-lo. Estava em uma batalha importante e Fantina já estava me encarando com um olhar aborrecido no outro lado do salão.
__ - Desculpe! Podemos continuar?
__Saí do ginásio contente. Havia conquistado minha quinta insígnia depois de conseguir fazer Drifblim adormecer com Sing e então foi questão de tempo para que ele fosse considerado incapaz de lutar.
__Fui até o Centro para fazer um check-up nos meus Pokémons depois da batalha e enquanto eles estavam sendo tratados, lembrei-me de Fukori, que ligara há pouco. Decidi chama-lo pelo telefone público.
__Ele atendeu surpreendentemente rápido.
__ - Yukio! – a voz do velho no outro lado da linha estava um pouco alterada.
__ - Oi, Fukori. Tudo bem por aí?
__ - Não, Yukio. Sinto dizer, mas as coisas por aqui não estão nada bem.
__ - Aconteceu alguma coisa?
__A linha pareceu ficar muda por um instante do outro lado da linha. Aguardei por alguns segundos pela voz de Fukori, que não veio.
__ - Alô?
__ - Eu não queria dizer isso, mas não tenho outra escolha, tenho...?
__ - Fukori, diga de uma vez
__ - Seu avô, Yukio. Ele morreu.
__Estremeci por um segundo... Não, eu tenho que ter ouvido errado.
__ - Fukori... Repete, por favor.
__ - Ele morreu... Seu avô.
__Já faziam três anos que não pisava naquela cidade, Mahogany. A cidade, que há alguns anos atrás chegara a ser conhecida como “Esconderijo dos Ninjas”, tão reclusa e pequena que era, agora se tornara uma metrópole, após ser colocada em evidência diante dos eventos que ocorreram na cidade, relacionadas a uma organização criminosa. A pequena cidade avançou sobre as florestas no seu entorno, ganhou vários prédios e avenidas e muitos novos habitantes.
__Enquanto andava novamente pelo centro da cidade, depois de muito tempo distante, fui pego de surpresa por novas lojas e construções ao longo da cidade. Descobri que até um parque temático havia sido construído.
__Em alguns minutos, o número de pessoas com as quais eu cruzava começou a diminuir gradativamente, até que me encontrei na parte velha de Mahogany, com suas ruas estreitas e casas antigas. Uma dessas casas era a de Fukori.
__Toquei a campainha da casa em questão e um som alto ecoou pela casa toda. Em questão de segundos, a porta de correr de madeira além do portão de ferro na minha frente se abriu e então um homem velho de cabelos grisalhos, vestindo um chinelo, uma bermuda e uma camisa florida, surgiu por trás dela. Aquele era Fukori, o amigo de infância do vovô, aquele que esteve cuidando dele nos últimos três anos. Ele abriu um sorriso e veio correndo até o portão.
__ - Yukio! Há quanto tempo, garoto! – disse ele, com sua voz rouca.
__ - Como estão as coisas, Fukori? – me esforcei para mostrar um sorriso.
__ - Um pouco caótico, mas logo daremos a volta por cima – ele olhou para mim de cima a baixo, com um olhar paterno – Entre, entre. Você cresceu bastante.
__Ele abriu a porta de correr em sua casa para mim, revelando um pequeno quartinho com um altar de madeira sobre a qual estava uma pequena porcelana preta diante de uma foto do vovô.
Fukori acenou com a cabeça para que entrasse e assim fiz. Ele fechou a porta logo em seguida e me deixou sozinho.
__Sentei-me sobre minhas pernas em frente ao altar e olhei para a foto. Uni a palma das minhas mãos e fechei os olhos, com a cabeça baixa e assim fiquei, com a cabeça vazia, por alguns minutos.
Quando voltei a abrir os olhos, olhei novamente para a foto do vovô.
__ - Vovô... Você esteve bem nos últimos anos? Eu sei, você sempre disse que estava bem quando eu ligava, mas não tinha certeza se devia acreditar ou não – ri baixo – Agora eu sei que não devia acreditar. Ah, sabe quem eu conheci? A Glacia. Ela disse que foi sua discípula quando criança. Ela me contou sobre quando vocês dois batalharam pela liderança do ginásio. Ainda não acreditei quando ela disse que você aceitou.
__Fiquei em silêncio por alguns segundos, lembrando-me do dia em que conheci Glacia. Era uma mulher com cerca de quarenta anos, elegante e bela. Foi quando fiquei perdido em uma caverna de gelo em Hoenn e ela surgiu para me salvar. Conversamos bastante e quando finalmente saí do túnel, descobri que ela era da Elite dos Quatro de Hoenn.
__ - Vou sentir sua falta, vovô. Adeus.
__Curvei-me levemente diante da imagem do velho na foto e saí da sala. Do lado de fora, Fukori estava me esperando.
__ - Glacia? Haha, aquela garota tinha um gênio forte. Tão forte quanto o do seu avô naquela época – Fukori disse, enquanto despejava chá em uma xícara sobre a pequena mesa de madeira, sob a qual estávamos os dois sentados no chão – Mal posso acreditar que ela virou uma mulher tão elegante e tão bem sucedida.
__ - É difícil acreditar, mesmo.
__ - Duvido que ela te contou sobre como terminou o desafio, né?
__ - Não, mas nem era necessário, se não o vovô não era líder até hoje.
__ - O negócio é, ela foi humilhada. Seu avô derrotou todos os Pokémons dela com um golpe só, na frente de todos os outros discípulos. Ela saiu de Mahogany três dias depois.
__ - Ele pegou pesado demais, não foi?
__ - Concordo... Mas não fosse essa derrota, duvido que ela seria quem é hoje.
__ - Talvez...
__ - Ah, esqueci de uma coisa. Você era a única família do seu avô, né.
__O velho foi engatinhando comicamente até uma cômoda no canto da sala e tirou de uma gaveta um pedaço de papel. Ele voltou e colocou o papel sobre a mesa.
__ - Este é o inventário que o seu avô fez. Tudo que está aqui é seu de agora em diante.
__Peguei a folha. Nele havia uma lista de bens. Entre eles, estava sua casa, um pequeno apartamento em Mahogany, a casa onde meus pais moravam, um carro, etc. Até que surgiu, mais para o final, os seus Pokémons, uma relação com pouco mais de dez deles. Dewgong, Ursaring, Hitomontop, Lapras, Jynx, Crobat, Bellossom, Donphan, Nidoqueen, Heracross,Xatu, Forretress e, é claro, seu amado Mamoswine.
__Mas era lógico que após sua morte, ele iria querer que alguém tomasse conta de seus Pokémons. Pelo menos até que estes morressem também, então isso não foi uma grande surpresa. O que me fez ficar sem ar, mesmo, foi o que estava escrito no final de toda a lista: “Posição de Líder do Ginásio de Mahogany”. Depois, estava somente uma linha com a assinatura do vovô. “Pryce Willow”.
__Foi então que tudo começou. Minha vida como um líder de ginásio.
Obs: Malditos BBCodes. Não tem código pra recuo. Tive que colocar um monte de underline brancos pra simular um parágrafo.
Última edição por JPNIgor em 08.09.12 18:13, editado 2 vez(es)